Segunda-Feira, 19 de Julho de 2021 @ 07:31

O Rádio Hoje | Mesmo com a pandemia, consumo de rádio na Alemanha segue elevado. Meio atinge 93,5% da população

São Paulo - Números derrubam a previsão de que o menor deslocamento diário da população diminuiria o consumo de rádio no país europeu

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Mesmo com uma série de mudanças de hábitos provocadas pela pandemia do novo coronavírus em 2020, o consumo de rádio na Alemanha não foi abalado. Havia a previsão inicial de que um menor deslocamento diário de pessoas (entre casa, lazer, trabalho e/ou estudo) iria diminuir o consumo do veículo no país europeu. Isso não ocorreu segundo uma pesquisa recente sobre o consumo de mídia: 93,5% da população alemã ouve rádio. E há uma grande fidelidade dos ouvintes em relação às suas emissoras preferidas. Os dados são da pesquisa "ma 2021 Audio".

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Os dados são relacionados nas ondas da primavera alemã de 2020 e 2021, que cobrem períodos relacionados à pandemia do novo coronavírus no continente europeu. E eles apontam que 66 milhões de alemães ouvem rádio todos os dias (alcance 1 dia, segunda à sexta-feira, público a partir de 14 anos de idade), com um consumo diário de 4,5 horas, em tendência ascendente segundo a “ma 2021 audio”.

A manutenção do alto volume de consumo do rádio tem o apoio do crescimento das novas tecnologias de transmissão, como streaming e rádio digital via ondas (o DAB+). A recepção digital atinge 20,4% na Alemanha, superior aos 17,4% dos dados da pesquisa divulgada em 2020. Para ser ter uma ideia, o DAB+ elevou o seu alcance diário em 19,5%. Já o áudio online (streaming) registra 25% de consumo entre a população alemã no último levantamento. Esse último formato é mais usado entre a população mais jovem (de 14 a 29 anos). 

Os podcasts também avançam em consumo, ampliando o alcance do áudio na Alemanha. O levantamento apontou que esse formato de mídia já foi usado por 29,3% da população de língua alemã. Entre o público com 14 a 49 anos, 41,8% já ouviram podcasts.

"Atrás desses números constantes e altos de uso que o rádio tem ano após ano, você tem que colocar um ponto de exclamação para o meio! O que parece tão natural não é exatamente o que é. Porque o entusiasmo pelo rádio - pela palavra falada, pelo entretenimento comum, pela transferência de conhecimento, bem como por informações atualizadas e confiáveis - tem uma amplitude enorme e torna este meio tão extenso e valioso para as pessoas", explica Grit Leithäuser, diretora executiva da Radiozentrale, em reportagem publicada pelo portal Radioszene.

O levantamento também aponta que o rádio atende a duas necessidades humanas básicas, como o desejo por informações confiáveis, bem como entretenimento e relaxamento. Entre os alemães entrevistados, 57% usam o rádio para relaxar, 59% usam o rádio especificamente para melhorar seu humor, 79% ficam com uma estação se for adequado para seu humor. “O rádio pode atender à necessidade de informações atuais, regionais e confiáveis, bem como ao desejo de entretenimento e relaxamento”, afirma a reportagem do Radioszene.

"E os resultados atuais mostram de forma impressionante que é o conteúdo do rádio que fascina as pessoas e não os padrões que aprenderam. Caso contrário, em tempos de pandemia e de mobilidade restrita associada, o número de usuários também teria diminuído, uma vez que apenas algumas pessoas dirigiam para o trabalho. Mas eles não são. Em vez disso, o rádio é um barômetro de humor, não importa onde e quando", afirma Leithäuser.

O infográfico da Radiozene, com a análise do consumo de mídia na Alemanha, (veja no final da matéria), aponta que 26% dos alemães consomem rádio no Home-office (teletrabalho), 31% no local de trabalho, 43% enquanto fazem alguma refeição, 59% enquanto cozinham algo, 68% enquanto limpavam algo e 71% quando estão no carro.

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Oportunidade para anunciantes na retomada

A fidelidade dos ouvintes é algo de destaque no consumo de rádio na Alemanha: 59% dos entrevistados afirmaram que não mudam de canal durante o dia. "Isso presumivelmente se aplica não apenas ao dia, mas também a períodos de tempos significativamente mais longos. Para o futuro, isso significa que os ouvintes recém-adquiridos permanecerão fiéis às suas estações, mesmo após a pandemia", aponta a análise feita pelo portal AudioEffekt.

"Mesmo depois da pandemia, muitas pessoas vão querer continuar a trabalhar em casa e com mais flexibilidade. É improvável um retorno completo ao cotidiano e ao comportamento profissional antes da pandemia do coronavírus. Os novos ouvintes, portanto, continuarão a ouvir rádio. Para empresas que precisam aumentar rapidamente as vendas após o bloqueio, é uma boa notícia que a avaliação da propaganda no rádio seja predominantemente positiva - principalmente quando comparada com outras mídias", afirma Grit.

A executiva destaca a aceitação do público em relação à publicidade presente no rádio. "A publicidade no rádio é considerada agradavelmente mais curta do que a publicidade em outras mídias e também é avaliada por 38% dos entrevistados como menos perturbadora do que em outras mídias", afirma Leithäuser.

O estudo conclui que, em tempos de crise, as pessoas confiam principalmente na chamada mídia clássica (incluí rádio e TV). Também é pontuado que o rádio é um meio de confiança e entretenimento e a mídia de áudio acompanha as pessoas na vida cotidiana 24 horas por dia. O relatório também destaca como conclusão que “o rádio é uma garantia de alcance para anunciantes para o reinício do novo normal”.


Infográfico com alguns dos destaques do consumo de rádio e áudio na Alemanha / Crédito: Radiozentrale

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Com informações do portal Radiozene.de, Radiozentrale e AudioEffekt. Colaboração de David Duck

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Daniel Starck

Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.

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