Exclusivo: O rádio digital movimenta Brasília

Um painel sobre o rádio digital, foi realizado ontem no congresso e reuniu especialistas para debater a implantação da tecnologia no Brasil. Entre os presentes Acácio Costa, representante da Aliança Brasileira para o Rádio Digital, André Barbosa Filho, assessor da Casa Civil, Perry Priestlet, diretor da empresa Ibiquity e Roberto Pinto Martins, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações. O debate foi mediado por Ronald Siqueira Barbosa, consultor técnico da Abert. "Este painel representa o esforço da ABERT em disseminar conhecimento e novas tecnologias no setor", disse Siqueira Barbosa.

A empresa norte-americana Ibiquity é uma das referências em rádio digital no mundo. Priestley veio ao 24º Congresso Brasileiro da Radiodifusão para explicar ao setor como a nova tecnologia irá revolucionar o mercado nacional. "Vários países no mundo também estão em fase de implantação da rádio digital. Se o Brasil demorar a agir, a radiodifusão ficará defasada", alertou.

Priestley também mostrou exemplos de como o mercado americano se beneficiou com a tecnologia e como o Brasil se aproveitará com a rádio digital. "Coisas simples como poder ver o nome do artista no visor e a excelente qualidade de som encantam o consumidor. O mercado irá se expandir, principalmente no público jovem", afirmou o diretor da Ibiquity. Sobre o prazo de implantação da tecnologia no país, Priestley foi enfático: "o consumidor tem a tendência de aderir às novidades tecnológicas. Ou o rádio passa para o mundo digital, ou será a falência do setor".

O rádio digital é um dos principais temas discutidos este ano no congresso da Abert. O coordenador da Aliança do Rádio Digital, Acácio Costa, afirmou ontem no 24º Congresso Brasileiro de Radiodifusão que a instalação da rádio digital é importante para fazer frente às novas mídias, pois a portabilidade do rádio está sendo ameaçada pela Internet e até pela televisão. "Estamos recebendo uma geração que não escuta rádio porque só ouve Ipod. Alguns jovens mal conhecem o rádio, portanto devemos investir em qualidade", afirmou Acácio.

Atualmente, o Brasil é o segundo maior mercado de emissoras de rádio do mundo – aproximadamente 3668 rádios comerciais registradas, número que não contabiliza as rádios comunitárias. O veículo sempre foi um formador de opinião e faz parte do cotidiano das pessoas.

Acácio Costa aproveitou a oportunidade e pediu apoio aos radiodifusores para que participem do projeto Inter-Meios - iniciativa conjunta do jornal Meio e Mensagem e dos principais meios de comunicação brasileiros – como forma de levantar em números reais o volume publicitário em mídia no Brasil. "Só assim poderemos medir o alcance de nosso trabalho junto ao público", finalizou.