Quarta-Feira, 13 de Maio de 2020 @ 07:30
São Paulo - CEO do grupo norte-americano prevê que os investimentos realizados em plataformas digitais vão impactar diretamente na retomada pós-coronavírus
Não é uma exclusividade do rádio brasileiro a baixa na área comercial, atrelada ao fraco desempenho da publicidade durante a pandemia do novo coronavírus. Essa situação é vivida por outros mercados de rádio pelo mundo, impactando inclusive a gigante iHeartMedia, dos Estados Unidos. Porém, na teleconferência de resultados do grupos, há uma visão de um futuro promissor pós-pandemia. E o cenário positivo passa pelos investimentos feitos na presença digital da empresa.
Bob Pittman, CEO da iHeartMedia, apresentou as linhas de tendência de receita do grupo, incluindo uma revisão das decisões estratégicas e sua visão de um futuro promissor. Segundo a apresentação, o volume de audiência segue bom mesmo com a pandemia, mas a publicidade é baixa e as iniciativas digitais apresentam os melhores resultado para a marca neste momento.
O bom desempenho das frentes digitais da iHeartMedia devem auxiliar diretamente na retomada pós-pandemia, cenário que terá o rádio com uma audiência mantida e uma presença em plataformas digitais ainda mais fortalecida
Segundo uma reportagem do portal RAIN News e a apresentação do grupo norte-americano, de maneira mais ampla, a digitalização completa a estratégia, mesmo nos amplos negócios de transmissão em FM e AM da iHeartMedia. "Em essência, estamos fazendo nosso inventário de rádio como digital", afirma Pittman.
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O executivo detalhou alguns pontos-chaves do grupo em sua apresentação, estes que mostram os motivos da empresa enxergar um futuro promissor no pós-pandemia. A criação da plataforma iHeartRadio, feita há muitos anos, é central na estratégia. E, mais recentemente, os investimentos feitos na área de podcast. Isso possibilitou uma onipresença do grupo nos Estados Unidos quando o assunto é áudio.
"Hoje, nos Estados Unidos, o podcast atinge mais pessoas em um mês do que os serviços de coleta de músicas como o Spotify, e cresce em um clipe muito mais rápido", afirma Bob Pittman em sua apresentação.
O alcance do rádio na transmissão digital é um ponto fundamental nessa estratégia de hegemonia no áudio, mas o digital desequilibra a favor da iHeartMedia na disputa contra outros grupos de rádio nos Estados Unidos.
"Nosso alcance massivo vem de dispositivos AM / FM, onde temos uma liderança de audiência de dois para um na próxima maior empresa de rádio de transmissão. Mas no rádio digital, esse chumbo é ampliado. Temos uma audiência de 5 vezes na próxima maior empresa de rádio broadcast", afirma Pittman. A comparação é com a Entercom.
Pittman ainda afirma que a iHeartMedia é uma empresa que independe de plataforma de escuta, ou seja, os ouvintes escolhem como ouvir e os anunciantes como anunciar.
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Com informações do RAINNews e da iHeartMedia
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.