Sexta-Feira, 12 de Maio de 2023 @ 15:07
Brasília – Segundo levantamento, foram registrados 137 casos de violência não letal, que envolveram pelo menos 212 profissionais e veículos de comunicação
A ABERT divulgou os resultados do Relatório ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão de 2022. Segundo as informações, foram registrados dois assassinatos de jornalistas no exercício da profissão no ano passado. Desde que a ABERT começou a monitorar esses casos em 2012, apenas em 2019 e 2021 a imprensa brasileira não foi atingida pela forma mais letal de violência.
Foram registrados ainda 137 casos de violência não letal, que envolveram pelo menos 212 profissionais e veículos de comunicação. Os dados foram apresentados em Brasília pelo presidente da ABERT, Flávio Lara Resende. O Relatório da ABERT teve a parceria da UNESCO, da ANER, da ANJ e do Instituto Palavra Aberta.
O documento aponta que houve uma redução de 5,52% no número de casos não letais e de 7,83% no número de vítimas em relação a 2021. No entanto, as agressões físicas estiveram no topo da lista de violações ao trabalho jornalístico em 2022, com um aumento significativo de 38,24% em relação ao ano anterior. Também houve aumento nos casos de importunação sexual, censura e ataques e vandalismos.
O Relatório aponta ainda uma incidência maior dos vários tipos de agressões em períodos específicos e com viés político. Os ataques em várias cidades brasileiras ocorreram, em sua maioria, nos dias seguintes ao segundo turno da eleição presidencial, durante a cobertura dos protestos contra o resultado do pleito, em defesa de um golpe militar, e durante a desmobilização de acampamentos em frente aos quartéis do Exército.
Os ataques virtuais também foram registrados no estudo encomendado pela ABERT à empresa de análise de dados para decisões estratégicas, Bites. Em 2022, a imprensa brasileira sofreu 1,32 milhão de posts com ataques e correntes de ódio virtuais, uma redução de 6% em relação ao ano anterior. Os números significam que, em 2022, a imprensa brasileira sofreu 3,6 mil ataques por dia, 150,7 por hora ou 2,51 ataques por minuto, com palavras pejorativas e de baixo calão contra os profissionais e veículos de comunicação.
Nos ataques virtuais, a mídia mais atingida foi a televisão, com 41,5% das postagens negativas, seguida pelos jornais impressos (33,3%) e portais de notícias (18,5%). As personalidades da mídia também foram alvo de ataques, com destaque para William Bonner e Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional, e para o colunista do jornal O Globo, Ancelmo Gois.
A ABERT destaca a importância do monitoramento e da denúncia das violações à liberdade de expressão e do trabalho jornalístico. A organização ressalta que a imprensa é um pilar fundamental da democracia e que a liberdade de imprensa é um direito garantido pela Constituição. “É necessário que as autoridades e a sociedade reconheçam a importância da imprensa livre e democrática e atuem de forma enérgica para garantir a segurança dos profissionais da comunicação”, finaliza Lara Resende.
Com informações da ABERT
Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.