Segunda-Feira, 22 de Janeiro de 2024 @ 09:03
Recife - Entidade informou já estar em alerta junto à ABERT para tratar sobre o assunto. ABRATEL e AESP também emitiram notas sobre o caso
A ASSERPE (Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco) emitiu na tarde do último domingo (22) uma nota oficial, que lamenta a proibição da FPF (Federação Pernambucana de Futebol) ao acesso de repórteres ao estádio para a cobertura de jogos de futebol. A entidade informou já estar em alerta junto à ABERT (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) para tratar sobre o assunto. Outras entidades do setor se manifestaram sobre a situação.
A entidade representativa do setor da radiodifusão no estado de Pernambuco lamentou as declarações do presidente da FPF, Evandro Carvalho. Em artigo publicado pelo jornal O Poder, ele trata como "histórica" a decisão de vetar a atividade de repórteres das emissoras de rádio, do legítimo acesso ao estádio para transmissão de jogos de futebol.
Outras entidades, incluindo a ACDP (Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco), AESP (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo) e a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) apoiam a ASSERPE contra as proibições impostas pela FPF.
Confira abaixo na íntegra a nota oficial da ASSERPE:
NOTA OFICIAL: PROIBIÇÃO DA FPF AO ACESSO DE REPÓRTERES A CAMPO DE JOGO E DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE DA ENTIDADE
A ASSERPE, Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco, lamenta as declarações do presidente da Associação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, que em artigo ao "O Poder", trata como "histórica" a decisão de vetar a atividade de repórteres das emissoras de rádio, do legítimo acesso ao estádio para transmissão de jogos de futebol.
A construção da história e tradição do futebol pernambucano deve muito ao papel das emissoras ao longo de mais de cem anos, levando à população em todas as regiões as informações desse esporte. É essa construção que, por exemplo, evita a inserção midiática e influência de outros centros, ajudando o torcedor a se identificar com suas camisas em solo pernambucano.
Além disso, busca dar voz à uma arbitrariedade, cuja decisão já foi derrubada no Paraná, de cobrar das emissoras de rádio pela transmissão de jogos. Cabe lembrar que a Lei Geral do Esporte fixou que apenas a difusão de imagens captadas em eventos esportivos é passível de exploração comercial pelos clubes, definindo os parâmetros desse trecho da Lei Pelé.
A fala assinada transparece na verdade uma dificuldade em lidar com questionamentos dos veículos à entidade, sempre com o amplo direito ao contraditório. É sabido que recentes decisões da FPF foram questionadas por profissionais de veículos, gerando a decisão de proibir repórteres. Prova disso é que a vedação pegou a todos de surpresa em meio à terceira rodada.
A ASSERPE informa já estar em alerta com a ABERT para combater juridicamente a ameaça explícita à atividade dos veículos, dando à entidade o status de primeira no país a tentar vedar a atividade das emissoras. Também conclama os clubes pernambucanos a não apoiarem qualquer arbitrariedade contra a presença das emissoras na cobertura da competição.
Essa posição também tem o apoio de entidades como a Associação dos Cronistas Desportivos do estado, a ACDP.
Ao contrário do que busca destacar o presidente, com sua decisão o futebol pernambucano não avança. Ao contrário, retrocede.
Confira abaixo na íntegra a nota da ABERT:
NOTA À IMPRENSA
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) apoia a manifestação da Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambucano (ASSERPE) que, em nota oficial, lamentou as declarações do presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, de tratar como "histórica" a decisão de vetar o acesso dos repórteres das emissoras de rádio ao estádio para transmissão de jogos de futebol ( https://www.instagram.com/p/C2XkGFAuOA1/?igsh=MXd3Z3lhdXNhZmM1Zg==).
A ABERT lembra que, em outubro de 2023, decisão semelhante de cobrar das emissoras de rádio pela transmissão de jogos já foi derrubada no Paraná.
A tentativa de proibir o acesso dos repórteres de rádio aos estádios de futebol é mais uma afronta à legislação e à boa-fé que sempre norteou a relação entre clubes e emissoras, desconsiderando a tradição legislativa e jurisprudencial sobre o direito de arena.
A ABERT continuará atenta aos desdobramentos de tais iniciativas e não poupará esforços para garantir o cumprimento da lei.
Confira abaixo na íntegra a nota de repúdio da Abratel
A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) repudia as declarações do presidente da Associação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, defendendo a proibição de emissoras de rádio exercerem seu legítimo trabalho em campo e no entorno do gramado, no último sábado (20), na Arena Pernambuco no jogo entre
Sport x Santa Cruz.
Em artigo publicado no veículo de comunicação "O Poder", Carvalho afirma que as rádios devem atuar apenas em cabines e incentiva os demais clubes a implantarem cobranças às emissoras nas transmissões de seus jogos.
Para a Abratel, a medida é inconstitucional e prejudica o acesso gratuito da população ao desporto. É por meio do rádio que milhões de brasileiros que não têm condições de comprar um ingresso acompanham o seu time e campeonatos de futebol.
A Abratel espera que a Associação Pernambucana de Futebol reconsidere a sua posição e reconheça que o rádio esportivo brasileiro é um meio democrático que contribui para a popularização e desenvolvimento do esporte, especialmente o futebol, uma paixão nacional.
Com informações da ASSERPE e AESP