Quinta-Feira, 04 de Abril de 2024 @ 13:11
Brasília – Desde 2012, foram contabilizados 26 assassinatos de profissionais da imprensa, a maioria por arma de fogo
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) realizou uma cerimônia nesta quinta-feira (4) para lançar o Relatório sobre Violações à Liberdade de Expressão 2023. O documento relata que a imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque a cada três dias em 2023 e que, desde 2012, foram contabilizados 26 assassinatos de profissionais da imprensa, a maioria por arma de fogo.
Em 2023, o relatório registrou o assassinato de um profissional de comunicação, após receber ameaças pelas denúncias que publicava em seu blog sobre irregularidades no município onde vivia e na gestão política da região. Thiago Rodrigues foi morto com nove tiros durante uma festa de confraternização em Vicente de Carvalho (SP).
De acordo com o relatório, esse tipo de execução de jornalistas não é raridade no Brasil, já que, desde o início das apurações realizadas pela ABERT, os casos de violências sofridas por jornalistas brasileiros, foram contabilizados 26 assassinatos de profissionais da imprensa, a maioria por arma de fogo. Apenas em 2019 e 2021 não houve registros de jornalistas mortos pelo exercício da atividade profissional.
+ ABERT lançará Relatório sobre Violações à Liberdade de Expressão 2023
Outro dado que foi divulgado pelo documento da ABERT foram os 111 casos de violência não letal, envolvendo pelo menos 163 jornalistas e veículos de comunicação. Apesar da redução de 19% no número de registros e de 23,11% na quantidade de vítimas, os números apontam que a cada três dias a imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque.
De acordo com o levantamento, as agressões físicas lideraram os registros de violações ao trabalho jornalístico. Pelo menos 45 casos foram contabilizados, 40% do total. O número de profissionais que foram alvo de agressores subiu para 80, um aumento de 8,11% em relação ao ano anterior.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (4), em Brasília, pelo presidente da ABERT, Flávio Lara Resende. “O poder de corrosão da democracia, com os efeitos tóxicos da desinformação e discursos de ódio espalhados nas redes sociais, deve ser combatido com a regulamentação e responsabilização das plataformas digitais, em defesa do aprimoramento da nossa sociedade, da liberdade de expressão e do Estado Democrático de Direito”, afirma Lara Resende.