Cobertura Olímpica de 2024: o papel crucial do 5G na radiodifusão global

Frank Copsidas, presidente do 5G Broadcast Collective, publicou recentemente um artigo em que discute o impacto transformador da tecnologia 5G Broadcast nas Olimpíadas de Paris 2024. Segundo Copsidas, essa tecnologia emergente representa uma nova plataforma para a entrega de conteúdo, permitindo que vídeos e áudios sejam transmitidos diretamente para dispositivos móveis equipados com um chip de modem compatível com 5G Broadcast. O artigo foi repercutido originalmente pelo portal do IBC.

O 5G Broadcast é uma evolução da radiodifusão tradicional que se integra à infraestrutura de redes 5G. Diferente do 5G convencional, que se concentra em conexões unidirecionais entre o servidor e o usuário, o 5G Broadcast permite a transmissão simultânea de conteúdo para um número ilimitado de dispositivos dentro de uma determinada área de cobertura, sem a necessidade de conexão à internet. Essa tecnologia é especialmente útil para transmissões ao vivo e situações de emergência, onde é necessário alcançar um grande público de maneira eficiente e em tempo real.

Copsidas explica que o 5G Broadcast, que se tornou um padrão global sob o 3rd Generation Partnership Project (3GPP), está unificando o mundo sob um único padrão de radiodifusão. Ele descreve o processo de transição para essa nova tecnologia como relativamente simples, destacando que muitas emissoras podem adaptar seus transmissores tradicionais para o 5G Broadcast com atualizações mínimas, mantendo grande parte de sua infraestrutura existente.

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Um dos pontos centrais de seu artigo é a capacidade do 5G Broadcast de transmitir conteúdo linear – como transmissões de TV e rádio – de maneira mais eficiente e com menor largura de banda. Copsidas cita que um fluxo de vídeo em 720p, que no passado exigia 1,2 Mbps, já pode ser entregue com 600 kbps, e a expectativa é de que até o final de 2024 esse número caia para 300 kbps. Essa eficiência permitirá a transmissão de múltiplos canais de vídeo e áudio de alta qualidade diretamente para dispositivos móveis, um fator especialmente relevante durante eventos de grande porte como as Olimpíadas.

Além da transmissão de conteúdo, Copsidas destaca outra aplicação crítica do 5G Broadcast: a entrega de alertas de emergência em menos de meio segundo para smartphones. Ele afirma que essa capacidade, que atualmente não existe em dispositivos comerciais, tem o potencial de salvar vidas ao fornecer informações vitais quase instantaneamente em situações de crise.

O artigo também menciona os avanços no desenvolvimento de dispositivos compatíveis com 5G Broadcast. Empresas como Qualcomm estão na vanguarda da modificação de smartphones comerciais para suportar essa tecnologia, e durante as Olimpíadas de Paris, a Xiaomi, em parceria com a emissora francesa TDF, distribuiu 250 smartphones equipados com middleware da Qualcomm para transmitir os jogos em 5G Broadcast para um grupo seleto de influenciadores e stakeholders.

Copsidas também aborda os desafios e as oportunidades no desenvolvimento de modelos de negócios sustentáveis para o 5G Broadcast. Embora a tecnologia ainda esteja em seus estágios iniciais, ele é otimista quanto ao seu crescimento, prevendo que 2025 será um ano crucial para a sua implementação comercial. Ele relata que o 5G Broadcast já demonstrou seu valor em diversos testes de conceito realizados globalmente, incluindo uma estação de radiodifusão 24/7 lançada em Boston, onde a qualidade da transmissão melhorou significativamente em apenas nove meses.

Ao concluir, Copsidas celebra a liderança da França na adoção do 5G Broadcast, especialmente durante as Olimpíadas de Paris 2024, e projeta um futuro em que essa tecnologia será indispensável não apenas para a radiodifusão, mas também para serviços públicos essenciais, como a segurança e a educação à distância. Ele vê o 5G Broadcast como uma plataforma em rápido desenvolvimento, que promete transformar a forma como consumimos mídia e respondemos a emergências nos próximos anos.

No SET Expo 2024, realizado em São Paulo, houve um painel no congresso que discutiu como os grupos de mídia brasileiros cobriram as Olimpíadas de Paris utilizando tecnologias indicadas como tendências. No painel, que contou com a participação de Jean Pierre Zanetti Vandresen (Grupo Bandeirantes), Allan Carvalho (Rádio Itatiaia) e Álvaro José (Rádio Transamérica), foram destacados os avanços na transmissão de áudio e vídeo, com ênfase na redução de custos e no aumento da qualidade das transmissões. Allan Carvalho, por exemplo, ressaltou o uso do A-Cloud para minimizar a latência, uma inovação que permitiu que as transmissões de rádio fossem mais rápidas que as televisivas, reforçando a importância de tecnologias, como o 5G comercial ou o próprio 5G Broadcast discutida por Frank Copsidas.

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