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Quinta-Feira, 19 de Junho de 2025 @ 11:10

World Summit AI USA 2025: Inteligência Artificial no Spotify para encantar — e o que o rádio pode aprender com isso

São Francisco (EUA) - Plataforma aposta em IA emocional e contextual; especialistas defendem curadoria humana e ética nos dados

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A inteligência artificial está deixando os bastidores e assumindo um papel estratégico na personalização da experiência de usuários em plataformas como o Spotify. A afirmação foi destaque no painel “Data to Delight: Scaling AI from Infrastructure to Impact”, realizado no Festival Pavilion de São Francisco (EUA) durante o World Summit AI USA 2025. O encontro reuniu três nomes de peso da inovação: Tony Jebara, vice-presidente de engenharia de machine learning do Spotify; Vijay Karunamurthy, diretor de produto da Scale AI; e Shuo Chen, sócia na IOVC e pesquisadora em Stanford.

Tony Jebara abriu o painel explicando como o Spotify transformou-se de um player musical para uma plataforma que conhece o perfil emocional de seus usuários. Segundo ele, a IA da empresa é usada para “encantar”, não apenas para sugerir músicas com base em algoritmos. “A IA só faz sentido se criar uma experiência emocional. Não adianta recomendar a música certa no momento errado”, afirmou. Essa leitura de contexto — que considera horário, localização, histórico de preferências, humor e até o tipo de conexão do usuário — é, para Jebara, o que faz da IA um verdadeiro curador invisível.

O executivo destacou que o Spotify combina redes neurais profundas com abordagens estatísticas e probabilísticas para prever gostos ainda não manifestados pelos usuários. No entanto, ressaltou que esse sistema precisa de supervisão humana constante. “Temos equipes ajustando a IA o tempo todo. É como um editor invisível, mas que ainda precisa da curadoria editorial humana”, reforçou. Para ele, “dados são tijolos, mas quem constrói o templo da experiência é o humano”.

Vijay Karunamurthy, da Scale AI, trouxe uma visão crítica ao painel. Segundo ele, o risco maior não está apenas nas chamadas “alucinações” das IAs, mas nos vieses dos dados usados no treinamento. “Se os datasets forem homogêneos — como exemplos apenas de americanos brancos de classe média —, o modelo vai servir bem esse grupo e falhar com o resto do mundo”, alertou. Karunamurthy defendeu mais colaboração entre empresas, governos e universidades para criar estruturas éticas e transparentes, evitando que a pressa por escalar sistemas apenas amplifique erros.

Shuo Chen abordou a IA pelo viés de mercado. Para ela, empresas que usam inteligência artificial para resolver problemas reais têm mais valor do que aquelas que apenas aplicam a tecnologia de maneira estética. Ela defendeu que a IA precisa ser compreensível para o cliente final e que a experiência do usuário deve estar no centro do design dessas soluções. “O Spotify é um exemplo de IA de impacto. O usuário nem percebe que está sendo assistido — ele só sente que a experiência é boa”, pontuou.

E o que o rádio tem a ver com isso?

Embora o painel tenha tratado de plataformas digitais, os aprendizados são valiosos para o rádio. Assim como o Spotify está aplicando IA para criar experiências mais contextuais e emocionais, as emissoras também podem usar essas ferramentas para tornar sua programação mais eficiente, personalizada e relevante.

Com o suporte da inteligência artificial, é possível montar playlists mais precisas para diferentes horários, públicos e regiões. Além disso, já existem sistemas capazes de gerar locuções sintéticas com sotaques e entonações variados, adaptando a linguagem ao perfil da audiência. Ferramentas de análise de comportamento do ouvinte — cruzando dados de streaming, redes sociais e interações com apps — também ajudam a entender melhor o que funciona na grade e o que precisa ser ajustado.

Mas, assim como no Spotify, a curadoria humana continua sendo essencial. A IA pode organizar, sugerir, cruzar dados — mas quem decide, afina e dá o toque final é o profissional de rádio. Como reforço em cursos e workshops, defendo que a inteligência artificial não substitui o humano, ela amplia sua capacidade. E talvez, mais importante que isso, devolve ao rádio um tempo precioso: o tempo criativo.

No encerramento do painel, Tony Jebara resumiu o espírito dessa nova fase: “A IA não deve decidir o que o público ouve. Ela deve entender o que toca o coração do público. Isso não é estatística. Isso é arte — com apoio técnico”. E o rádio, afinal, sempre foi isso: arte com timing.


crédito: Cristiano Stuani

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World Summit AI USA

O tudoradio.com acompanha a edição 2025 do World Summit AI USA diretamente de São Francisco, na Califórnia, por meio de uma parceria com a Mentoria CS, com o consultor em emissoras de rádio, digital e inteligência artificial, e colunista do portal, Cristiano Stuani, participando do evento de forma presencial. A programação reúne empresas, pesquisadores e líderes de tecnologia de diferentes países para debater o impacto da inteligência artificial em áreas como comunicação, segurança, economia, saúde e educação. A cobertura especial pode ser acompanhada em destaque na editoria de tecnologia do tudoradio.com.

Tags: inteligência artificial, Spotify, personalização, rádio, World Summit AI, curadoria humana, dados e ética, experiência do usuário

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Cristiano Stuani

Consultor de Marketing e Professor Universitário no Curso de Administração de Empresas. Formado em Administração com Pós em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Foi Diretor de Marketing e Artístico da Rádio Paiquerê FM 98.9 de Londrina, Gestor de Implantação da Rede Kairós FM, além de atuar como marketing nas Rádios Folha FM 102.1 e Igapó FM 104.5 (ambas em Londrina), com passagem pela coordenação da 98 FM 98.9 de Curitiba (Grupo GRPCOM), marketing da Rádio Banda B AM 550 FM 107.1 de Curitiba, gestão artística da Massa FM 97.7 de Curitiba e de São Paulo (FM 92.9), além de Head de Digital do Grupo Massa de Comunicação.



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