Rádios de São Paulo relembram Revolução de 1932 e papel histórico do M.M.D.C. no 9 de Julho

O dia 9 de julho é lembrado em todo o estado de São Paulo como a data mais importante do calendário cívico paulista. A Revolução Constitucionalista de 1932, que começou nessa data, foi tema de reportagens, editoriais e programações especiais em várias rádios do estado nesta quarta-feira. A data também resgata o papel do rádio durante o movimento e a cobertura histórica feita pela Rádio Record AM 1000 de São Paulo, que transmitiu ao vivo o episódio considerado o estopim da revolta.

Em 23 de maio de 1932, na Praça da República, região central da capital paulista, quatro jovens foram mortos durante um protesto em frente à sede do Partido Popular, ligado ao então presidente Getúlio Vargas. Os nomes das vítimas — Mário Martins de Almeida (Martins), Euclides Bueno Miragaia (Miragaia), Dráusio Marcondes de Sousa (Dráusio) e Antônio Américo Camargo de Andrade (Camargo) — formaram a sigla M.M.D.C, que batizou o movimento que viria a seguir. O episódio foi narrado ao vivo por César Ladeira, diretamente da sacada do prédio onde funcionava a Rádio Record AM, na época localizado na Praça da República, número 17.

A Revolução Constitucionalista foi uma reação ao governo provisório de Vargas e à ausência de uma Constituição. O movimento envolveu intensos confrontos entre tropas federais e o exército paulista, que contou com grande mobilização popular. Para muitos, trata-se do maior levante cívico da história de São Paulo. Apesar de militarmente derrotado, o movimento pavimentou o caminho para a Constituição de 1934 e fortaleceu o ideal de estado de direito no país.

Desde 1997, o 9 de julho é feriado estadual, conforme estabelecido por lei, e desde 2011 os nomes dos quatro jovens do M.M.D.C estão inscritos no Livro dos Heróis da Pátria. O conflito é também considerado o último grande combate armado no Brasil e marcou profundamente a história do rádio no país, que se consolidava como meio de comunicação de massa.

Painel alusivo ao Movimento Constitucionalista nas dependências da Rádio Record - Foto: Peças Raras

Migração AM-FM

Em abril do ano passado, o Ministério das Comunicações publicou o extrato de termo aditivo para a adaptação de outorga da Rádio Record. Com isso, a emissora de formato popular/jornalismo/religiosa tem autorização para iniciar suas transmissões no dial FM estendido (eFM) da capital paulista. A rádio ainda não divulgou a data da estreia.

A Rádio Record vem veiculando chamadas alertando os seus ouvintes para o início das transmissões em FM. Nelas, a emissora explica como as pessoas poderão acompanhar a programação no dial eFM. De acordo com a publicação do Ministério das Comunicações, a Rádio Record vai operar em 77.1 FM.