Quinta-Feira, 25 de Setembro de 2025 @ 06:44
São Paulo - Meio alcança 79% da população nas principais regiões do país, com média de 3h47 de escuta diária; dados reforçam papel afetivo e funcional do rádio no cotidiano do brasileiro
Análise - Comemorado anualmente por todo o setor de radiodifusão — que reúne radialistas, gestores, proprietários, profissionais ligados ao meio e ouvintes assíduos —, o Dia Nacional do Rádio ganha ainda mais relevância em 2025. Neste ano, a data passou a integrar oficialmente o calendário brasileiro por meio da Lei 15.101, sancionada em janeiro, em homenagem ao nascimento de Edgar Roquette-Pinto, ocorrido em 25 de setembro de 1884, considerado o “pai da radiodifusão no Brasil”. Além das comemorações, a data também impulsiona um movimento de valorização do meio, reforçado por números de consumo que seguem em patamar elevado — reflexo da capacidade do rádio de se adaptar aos novos hábitos da audiência e às diversas formas de acesso ao conteúdo, seja ao vivo, sob demanda, em áudio, vídeo ou por meio de interações em plataformas sociais e ações presenciais.
O principal desafio do rádio neste mundo em transformação é a defesa de sua importância perante ao mercado. Mesmo com números elevados, é comum a tentativa de supressão do protagonismo do meio por outras plataformas que desejam colar nelas a relevância e a credibilidade que são sustentadas pelas emissoras de rádio. E isso reflete na divisão do bolo publicitário, já que a disputa pela atenção não é apenas a do público, mas também dos anunciantes e profissionais de marketing. Apoiado em números auditados e consistentes, o rádio também tem como vantagem o fato de estar presente em todos esses novos ambientes, ou seja, ele é naturalmente adaptável a qualquer novidade tecnológica.
O próprio rádio, com destaque ao FM, também evolui. Não só pela modernização de seu parque tecnológico, que melhora o som e garante a cobertura de sinal, sem gargalos — principalmente em épocas de crises climáticas, onde o rádio é novamente protagonista no apoio à população. O FM evolui nos receptores, cada vez mais modernos, com telas interativas que ressignificam tecnologias importantes como o RDS (mensagem de texto no display), além de integrarem-se a outras formas de exibição de dados. E o streaming caminha na mesma direção, com as emissoras de rádio observando um crescimento contínuo desse tipo de consumo de suas programações.
Para comemorar a data, o tudoradio.com lançou uma campanha especial em seus canais digitais, produzida pela Motion Group Comunicação, que destaca a presença do rádio em todos os locais e sua evolução em todas as plataformas. Confira logo abaixo:
Campanha do Dia do Radio 2025 do tudoradio.com
Vamos aos números
No Dia do Rádio, é preciso lembrar do número mais recente do meio por aqui, do Inside Audio 2025: 79% da população no Brasil, em 13 mercados monitorados pela Kantar IBOPE Media, ouvem rádio mensalmente — número que tem apresentado estabilidade entre 2024 e 2025. E o tempo de consumo, em época de disputa acirrada pela atenção das pessoas, segue alto, com média de 3h47 de escuta diária, de acordo com os dados mais recentes. Esse número, em si, vale ouro, pois vivemos uma época de fragmentação do consumo de mídia e disputa pelo tempo e atenção das pessoas. Ele prova que a atuação multiplataforma do rádio e o fato de o áudio poder ser consumido em diferentes ocasiões são fatores decisivos, aliados à qualidade do que as emissoras oferecem no ar.
De acordo com o estudo, mais do que um meio de comunicação, o rádio é reconhecido pelos ouvintes como uma presença constante que informa, emociona e acompanha. Segundo o Inside Audio 2025, o consumo do rádio está fortemente ligado a aspectos afetivos e funcionais. Entre os entrevistados, 60% associam o meio à informação, 54% à emoção, 36% à diversão e 29% ao companheirismo. Esses índices reforçam o papel do rádio como uma “voz que marca gerações”, capaz de criar vínculos duradouros com o público ao longo da vida. Essa combinação de utilidade e afeto explica por que o rádio permanece relevante mesmo em um cenário de intensa transformação digital e fragmentação das audiências.
Nos dados de consumo de rádio nas 13 regiões metropolitanas brasileiras pesquisadas pela Kantar IBOPE Media, o rádio conta com os seguintes índices de alcance e tempo médio diário de escuta entre os ouvintes: Grande Belo Horizonte lidera com 87% de alcance e 3h47 de escuta diária; na sequência estão: Grande Porto Alegre (84% / 3h49), Grande Goiânia (84% / 3h27), Grande Florianópolis (82% / 3h36), Grande Fortaleza (81% / 3h37), Grande Curitiba (80% / 3h29), Grande Rio de Janeiro (80% / 4h15), Campinas (79% / 3h32), Grande Vitória (78% / 3h43), Grande São Paulo (77% / 3h43), Grande Salvador (74% / 3h38), Grande Recife (73% / 3h50) e Distrito Federal (73% / 3h09). Esses resultados demonstram a robustez regional do meio, o que fortalece também sua presença em nível nacional.
E vale ressaltar que panoramas parecidos com o do Brasil são registrados globalmente. Ou seja, o rádio tem apresentado números de alcance e tempo de consumo expressivos em diferentes regiões do globo. Esses dados são repercutidos semanalmente pela editoria “O Rádio Hoje”, do tudoradio.com.
Em resumo, apesar dos desafios, o rádio tem motivos de sobra para comemorar com orgulho o seu dia. Pois ele entende o que o seu ouvinte deseja, está ao seu lado, e a prova disso são os números. Esses dados fortalecem a percepção de que o rádio segue em evolução, se adaptando, e precisa ser reconhecido cada vez mais pelo mercado publicitário — algo que não seria justo apenas com o meio, mas também com os anunciantes e com o público que receberá as mensagens dessas campanhas.
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