Quarta-Feira, 02 de Junho de 2010 @
A Clube FM é uma estação que contribui muito com um cenário mais favorável ao mercado do Distrito Federal. Ela entendeu o potencial de Brasília...
O Tudo Rádio.com teve a honra que visitar Brasília e conhecer de perto um pouco mais sobre o mercado de rádio local. O convite foi feito pela Clube FM 105.5, emissora controlada pelo grupo Diário Associados, com a finalidade da rádio expor um pouco mais seus projetos relacionados ao meio radiofônico. O motivo para eu mencionar tal visita não é porque a Clube FM patrocina a sessão colunas e sim pelo fato que as situações mostradas pela rádio condizem com a realidade.
Brasília é um dos mercados de rádio mais ricos do país. O comercial das estações do Distrito Federal não e o ideal, mas está bem a frente de boa parte da realidade nacional, incluindo também suas porcentagens em descontos na hora de uma venda. Apesar de também possuir defeitos consideráveis, as estações de Brasília demonstram um certo vigor no ar, pouco observado em mercados do mesmo porte. A capital federal entra no mesmo patamar do mercado de Belo Horizonte (a capital mineira é um dos exemplos positivos da radiodifusão nacional).
A Clube FM é uma estação que contribui muito com um cenário mais favorável ao mercado do Distrito Federal. Ela entendeu o potencial de Brasília e cidades vizinhas ao investir em sua marca e nas ações que corresponde a ela mesma. Em médio prazo isso fortaleceu consideravelmente a estação em todos os aspectos, seja tecnicamente, artisticamente e comercialmente. A Clube é uma estação que ocupa o mesmo patamar das aclamadas grandes estações paulistas, cariocas e mineiras.
O tal “ClubMob” (o “ônibus estúdio”) é algo impressionante. Estrutura impecável, inteligente e de altíssima qualidade. Porém não é o ClubMob que elevou a Clube FM a esse patamar. O ônibus é uma realidade devido ao projeto adotado pela 105.5 há anos. Desde a época de 105 FM a rádio é formada por profissionais que vestiram a camisa da estação, situação criada por uma política de valorização dos profissionais que ali estão. A rádio também investe pesado na promoção de sua marca, valorização de sua audiência, além de traduzir tudo isso em retorno financeiro.
Outra idéia inteligente é a proposta artística embutida no jeito que a Clube FM conduz uma programação e linguagem mais popular. Essa mesma filosofia chegou ao Recife, João Pessoa e Natal, adotando os mesmos preceitos artísticos em chamadas, grade de programação, entre outras questões, porém deixando as “afiliadas” livres quando o assunto é programação musical, adequando cada estação as necessidades de suas respectivas praças.
Fazer rádio popular é uma tarefa complicada, ainda mais quando a rádio se propõe a adotar uma programação direcionada a diferentes praças. A Clube acredita que o mesmo sertanejo tocado em Brasília, não é necessariamente o mesmo executado pela Caiobá em Curitiba (por exemplo). Existem diferenças tênues entre o que é mais solicitado pela audiência popular de cidade para cidade. Hoje sabemos que o rádio é definido em detalhes. Se uma estação não prestar atenção nisso, perde.
Rádios jovens e adultas podem adotar programações “genéricas”, ou seja, conduzir uma rede nacional nesses formatos é mais tranquilo. Através das redes sociais (difusão da internet de um modo geral), televisão e o próprio radio, as preferências do público jovem de diferentes regiões é mínima. Isso é uma situação constatada dentro do Brasil e também quando existe a comparação de um país para o outro. Popular é outra história.
Isso não significa que redes populares não funcionam. A Clube FM achou uma maneira rápida de traduzir isso em resultado. Pensando numa mesma programação via-satelite, temos a Nativa e a própria Band FM que fizeram ou fazem isso obtendo resultados, no mínimo, interessantes para o meio. Nesse caso a afiliada que comprar essa idéia ganha em qualidade e peso de marca, mas vai ter que trabalhar bastante para traduzir o resultado de outra praça para seus domínios.
Hoje a Clube FM ostenta a liderança geral de audiência no Distrito Federal (Instituto Ibope) e esse trabalho também é valorizado através do fortalecimento da concorrência, levando em consideração os novos trabalhos anunciados pela Atividade FM, JK, além da presença da Nativa FM em Brasília.
Uma rádio feita por quem gosta e entende de rádio tende a alcançar o sucesso de forma rápida. Porém a tarefa não é mais fácil. Persistência e inteligência são ingredientes essenciais para alcançar esse patamar de destaque.
A Clube FM é um dos exemplos positivos para o meio, ou seja, não é a única! Temos várias rádios interessadas em fortalecimento do mercado, retorno de audiência, financeiro e valorização de seus profissionais. Se sua empresa se encaixa nesses quesitos... parabéns! Você está contribuindo diretamente para o fortalecimento do rádio brasileiro.
Conhece outros exemplos de sucesso? Mande para [email protected]. Conto com a sua ajuda para tentar fazer uma coluna interativa para a próxima publicação.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.