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Quarta-Feira, 14 de Dezembro de 2011 @

E quando a realidade não é o que parece?

A cada artigo que eu escrevo, chego a conclusão do quanto é difícil contribuir com uma mensagem que sirva para todo o mercado radiofônico. Digo isso, pois o Brasil é tão grande e com tantas peculiaridades ...
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A cada artigo que eu escrevo, chego a conclusão do quanto é difícil contribuir com uma mensagem que sirva para todo o mercado radiofônico. Digo isso, pois o Brasil é tão grande e com tantas peculiaridades regionais, que se torna impossível afirmar que o que serve pra uma região, também é viável em outra. É fácil entender, veja que musicalmente, enquanto na Bahia o axé predomina, no Rio de Janeiro é o funk e o samba que falam alto; já no Sul a Vaneira é que manda e nas Minas Gerais rola sertanejo até mandar parar. Ou seja, se musicalmente cada região tem seu ritmo predominante, imagina no que se refere a estratégia artística/ promocional/ comercial de radio. Claro que Justin Bieber, Luan Santana, Lady Gaga, Exaltasamba, entre outros; tocam de norte a sul do Brasil... mas o regionalismo é que fala alto no fim das contas. Dou esse exemplo, pra que todos nós radialistas, pratiquemos a cada dia o estudo de peculiaridades regionais, sejam essas musicais, promocionais, comerciais, artísticas e por aí vai...

Quando entramos nesse campo, onde é fácil imaginar que o modelo de radio a ser seguido é o que é colocado por grandes redes do mercado, esquecemos que quanto mais o radio se distancia da “praça” onde ele está, mais ele deixa de falar com seu ouvintes. É muito fácil “pendurar” uma emissora em uma rede, isso diminuiu drasticamente seus custos, você tem uma programação artisticamente bem cuidada e ainda pode trabalhar seu mercado comercial no espaço aberto pela rede. Mas pouquíssimas afiliadas de redes procuram pensar em desenvolver em sua região, aquilo que deu certo nas capitais... até por que a grande maioria das rádios que se afiliam, estão nessa por uma questão de cortes de custos não de estratégia de crescimento. Com isso, ouvimos no sul do país, o locutor da rede mandar um “beijo carinhoso a você que tá em Itaquera (São Paulo)”... agora se pergunte, será que é isso que a Dona Maria lá no Rio Grande do Sul quer ouvir?

Se sua estratégia é fazer parte de uma rede de rádios, lembre se de colocar o máximo possível de comunicação a população de onde essa afiliada tem abrangência. Utilize o case de sucessos da Geradora de Rede para aumentar o padrão de qualidade de sua afiliada, mas sem esquecer de suas peculiaridades locais. Discuta com sua rede que determinado tipo de musica ou formato de programa não esta tendo boa aceitação em sua região. Isso é importante até para uma estratégia de melhorias da própria geradora.

As vezes eu ouço aquelas propagandas de Rede “Somos a maior rede do Brasil com 8758585 afiliadas”, tipo, os caras nem sabem onde chegam... e com toda certeza não acompanham a evolução de sua marca na região, sem falar da atenção ao afiliado que provavelmente nem deve existir, afinal, ele é só um numero.

Eu digo isso pois estamos em um momento da comunicação, onde o conteúdo e a marca já estão valendo mais do que uma concessão ou uma estrutura física de emissora. Valorizando seu conteúdo local, seu nicho de oportunidades comerciais/promocionais irá aumentar absurdamente, mesmo que você esteja afiliado a uma marca de rede. O importante é trabalhar sua região com o que ela pode oferecer... e quando digo isso, não quero dizer que é pra emissora se resumir em trabalhar artistas locais (salvo algumas exceções onde o artista tem peso naquela região), mas sim uma estratégia local de crescimento. Sua emissora jamais baterá a concorrência local, se ela ficar o dia todo mandando alô pra uma cidade a mil km’s de distancia.

Não é errado copiar projetos que deram certo, pelo contrário, em determinadas situações é o mais coerente, mas adaptando as necessidades de comunicação de sua região e claro, sempre que possível, estudar cuidadosamente uma renovação de formato para que o nosso modo de comunicação, o radio, não pare no tempo. É difícil fazer isso quando lembramos da dificuldade que muitas emissoras tem até pra pagar a conta de luz, mas se colocarmos em pratica o potencial criativo e o esforço de muitas mãos bem intencionadas em um foco coletivo, uma emissora pode sim ser grande, mesmo que possuindo uma estrutura modesta, em uma cidade modesta. A grandiosidade do projeto está em chegar ao topo do que coerentemente foi identificado como possível e viável, levando em consideração o mercado e tamanho de cada região.

O radio foi, é e sempre será um grande meio de comunicação, e valoriza lo cabe somente a nós que dependemos dele para viver.

Um 2012 repleto de crescimento a você e ao radio. Seja o radio!


Tags: redes, rádios locais

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Colunista
Danilo Rocha

Coordenador artístico da Paranaíba FM de Uberlândia, com passagens por rádios de São Paulo.










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