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Segunda-Feira, 23 de Abril de 2012 @

O rádio e a internet móvel: futuro imprevisível

A tecnologia 4G terá um custo que poderá atrasar a massificação a internet no país. E o que isso significa ao rádio? Vamos debater sobre o tema.
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Hoje (23 de abril) eu fechei uma pauta pela manhã sobre a expectativa que cerca o rádio perante a implantação da tecnologia 4G. Vou explicar: todos nós sabemos a febre que é a internet e que isso tem crescido conforme mais usuários passam a ter acesso à ela através dos sistemas móveis, proliferados pelo 3G e os famosos “smartphones”. E isso gera uma expectativa e dúvida acerca o futuro do rádio perante essa nova modalidade de comunicação e integração social. Bem, quem já tentou acessar uma rádio em formato “streaming” ou tentou ver um vídeo através da chata e limitada rede 3G brasileira sabe que ainda estamos longe da massificação do acesso das rádios via internet através desse sistema. O 4G é uma solução? Vai mudar tudo? Talvez, mas não agora.

A notícia que as operadoras de telefonia devem repassar o custo da implantação da rede 4G no Brasil para o consumidor final não é algo animador para quem deseja o rádio completamente “embutido” na internet. Não vou entrar nos méritos das operadoras em aplicar essa política de custos, já que o objetivo da coluna não é esse. Mas é fato, se custa algo já não é popular ou tem algum entrave ao acesso fácil. Se vai custar mais que o 3G, ai seguiremos com limitações que emperram a massificação do serviço. Vamos destrinchar isso aqui para que o assunto fique mais claro.

Como eu informei na matéria de hoje publicada pelo Tudo Rádio, o 3G utilizado pela grande parte dos usuários desse serviço é algo bem limitado. O custo praticado pelas operadoras no formato “internet pré-pago” em ajudado a disseminar o acesso à internet móvel entre a população brasileira. Mas você deve saber como funciona esse sistema: na maioria dos casos o usuário tem até 300 MB de dados trafegados por mês. Se o usuário insistir em abrir um vídeo no You Tube ou ouvir uma rádio com taxa acima dos 64kbps ele vai alcançar esse limite em questão de poucos dias ou horas. Feito isso a velocidade de navegação que já não é alta cai consideravelmente. Difícil ouvir rádio nessas condições, sem contar nas falhas de cobertura dessa rede. Já quem consegue uma limitação superior no 3G, como planos superiores a 1GB trafegados, paga mais caro. Com 2GB que seria um plano razoável para ouvir rádios a média para o usuário é de R$70,00 mensais nas operadoras nacionais.

A tecnologia 4G é apontada como solução para essas limitações de velocidade, mas segundo as primeiras noticias sobre a implantação do serviço no Brasil o acesso será mais custoso que os planos atuais de 3G para o usuário final. Mas o rádio não precisa pensar a besteira que “está concorrendo com outras mídias de acesso mais fácil para conexões 3G”. Abrir Twitter e Facebook não são tarefas fáceis em vários casos e localidades para quem tem essas conexões de baixo custo. Só se e-mails e textos sejam concorrentes do rádio, algo difícil de considerar dessa maneira. Soma a isso o acesso que os próprios fabricantes de celular deram ao meio quando popularizaram a recepção de FM em seus aparelhos.

Outro ponto que deve ser levado: internet tem limites. Pelo menos no modelo atual. Cada usuário conectado gera um custo, somado ou multiplicado pelo que ele faz na internet. A navegação gera dados que custam aos operadores e servidores, ocupando espaços. Para se ter 10 mil “ouvintes’ simultâneos na internet (móvel ou não) uma rádio precisa arcar com os elevados custos disso. Se determinada rádio não paga por isso, pode ter certeza que o parceiro dela que dispõe desse serviço/servidor está pagando. Agora você pode ter 1 ouvinte ou 500 mil recebendo o mesmo sinal de AM ou FM sem custos ou limitações por cabeça. Também não vamos pagar mais se determinado ouvinte “usa” 1 hora de sua programação em FM/AM ou fica 24 horas ligado na rádio.

Ok! Pensando por esse lado a internet é limitada, não vale o investimento e vou continuar fazendo o meu trabalho via FM ou AM. Não senhor! Hoje a internet já atua como complemento para o meio, auxiliando diretamente no fortalecimento de marca perante clientes e o público consumidor de sua programação. Não ter trabalhos nesse veículo significa um grande atraso por parte do meio rádio e se a internet ganhar ainda mais em importância para as emissoras, quem não investiu estará muito atrasado. A internet já gera possibilidades importantes de comercialização e expansão das atividades das emissoras, além da possibilidade de uma rádio gerar mais conteúdos (conteúdo é produto, logo é passível de comercialização).

Em resumo: não quero dizer que o rádio FM ou AM está com os dias contados e será mesclado com a internet. Também não quero dizer que investir na internet não seja importante. É necessário manter o investimento no meio rádio, seja desde a transmissão “convencional” até na representação da emissora no mundo virtual. O rádio precisa estar em todos os lugares, seja no receptor a pilha mais simples ou até mesmo no tablet mais moderno que exista no mercado.

Devemos cuidar das nossas FMs e AMs, além de entender a internet como um complemento vital para o fortalecimento do meio.

Ah, a matéria publicada sobre o tema: Escutar Panorama: previsão de preço do 4G poderá influenciar o rádio

Também temos uma enquete sobre o 4G e o rádio no menu ao lado do portal Tudo Rádio. Participe!


Tags: Internet, 3G, 4G, Aplicativos

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Colunista
Daniel Starck

Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.










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