Quinta-Feira, 12 de Dezembro de 2013 @
Projetos especiais viraram uma espécie de arma para as rádios e também um serviço para os ouvintes.
Parece simples e de conhecimento de todos, mas não custa lembrar. Ir para a rua é um bom negócio para qualquer emissora de rádio, independente do gênero. Esse tipo de ação reforça a lembrança da marca para o ouvinte, além de ser uma oportunidade de negócio que pode incrementar a receita da emissora. Eventos musicais são importantes, principalmente do ponto de vista institucional, mas o que eu vou abordar aqui é relacionado a ações menores. Um estúdio montado no shopping da cidade, atividades que premiam ouvintes, entre outras pequenas ações estão entre as atividades que podem tornar uma emissora forte no comercial e também na audiência.
Vou citar um exemplo. A Lumen FM de Curitiba tem promovido a sua marca apoiando algumas feiras gastronômicas dos bairros Juvevê e Alto da Glória, locais de classe média e média-alta. O que a emissora fez: colocou sua marca nos materiais de divulgação das feiras, cardápios e instalou um som ambiente produzido exclusivo para o local (porém divulgando o nome da rádio, mantendo a identidade artística da FM). Resultado: é comum realizar flagras de pessoas nessas regiões que passaram a sintonizar a Lumen FM com mais frequência, se identificando com a rádio. Afinal a rádio está justamente onde essas pessoas gostam de estar, criando essa relação entre a estação e o público. Essa mesma manobra foi realizada pela Mundo Livre FM nas feiras do Batel, também com resultados interessantes.
Basicamente é importante a emissora estar onde o seu público está, além de oferecer algo que desperte o interesse dos potenciais ouvintes. As emissoras de São Paulo costumam fazer isso: é comum você ser atingido por alguma rádio paulistana, seja em shoppings, ruas, eventos musicais, entre outros locais (até em baús das motos). Quanto mais ações, melhor: é interessante e mais efetivo para a emissora se ela conseguir “cercar” o seu público. E outra: você cria um vinculo com o ouvinte: ele vai relacionar a emissora à aquela atividade prazerosa que ele teve. Outro ponto importante: é uma oportunidade única do potencial ouvinte experimentar sua rádio, já que um logotipo na rua sem a apresentação do conteúdo da rádio pode não ter aquele impacto desejado (importante investir nessas duas idéias).
Na questão financeira é importante que o projeto seja criativo e garanta uma presença considerável de público. O projeto se paga e, dependendo do tipo de ação, gera receita para a emissora. Quando há baixa na venda tradicional de inserções comerciais o projeto especial tende a ser a cartada para manter as operações financeiras da rádio saudável. Mas para isso é necessário planejamento prévio, senão vira uma bola de neve em relação a custos. Conhecendo o seu público e sabendo como atingir é uma forma de garantir a eficiência de seu projeto. Lembrando que não existe época para “cercar” o ouvinte, já que o rádio respira audiência e vendas nos doze meses de cada ano. Mas é claro que elevar o número de atividades no final do ano ou em épocas que as pessoas estão mais nas ruas (como verão e feriados) é uma cartada essencial.
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Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.