Segunda-Feira, 08 de Setembro de 2014 @
Segunda parte da conversa sobre o futuro do rádio, com foco no conteúdo veiculado pelas emissoras brasileiras.
Na última publicação, abri o assunto sobre Conteúdos no Rádio. Dentre todos que fazem parte de uma programação, alguns podem resultar num efeito contrário ao esperado. Por isso, sempre a necessidade de análise.
Neste texto, vou apontar um conteúdo em específico, o qual, na minha opinião, experiência e estudo de mercado, influencia em muito na atitude do ouvinte.
Acompanhe o meu raciocínio!
Sempre que estou ouvindo uma emissora de rádio, principalmente popular, me deparo com situações que julgo prejudiciais à programação e fico me perguntando: “Por que falar sobre isso?”.
Muitas emissoras podem estar errando na hora de avaliar se um conteúdo está a favor ou contra a sua programação.
Você deve estar pensando: “o que esse maluco tá falando afinal?”.
Vamos lá! Antes de entrar no assunto propriamente dito, você sabe o que é mensagem subliminar?
De acordo com James Vicary, especiliasta em marketing, mensagem subliminar é aquela que trabalha com o subconsciente das pessoas. A mensagem captada é assimilada sem nenhuma barreira consciente, assim, o indivíduo age não como se estivesse hipnotizado, pois ele não perde a consciência, mas sim, com tendências subjetivas para tomar certas atitudes.
Apesar de Vicary não ter provado cientificamente as suas teses, faz um pouco de sentido. Observe:
Por que muitas emissoras de rádio falam de RESUMOS DE NOVELAS?
Sei do interesse de alguns ouvintes em saber a continuidade de uma novela, mas entenda o meu ponto de vista.
Perceba que no momento no qual um locutor fala o resumo de uma novela, além de fazer publicidade de um produto de forma gratuita para aquele canal de TV, estará incentivando, de forma inconsciente, o ouvinte a desligar o Rádio, pois através de uma mensagem, existe a influência no comportamento do ouvinte.
Salvo as que ganham para isso, acredito que muitas das emissoras que veiculam esse tipo de conteúdo não analisaram o risco que estão correndo.
Por simples curiosidade, consultei a grade de programação de um determinado canal de TV e vi que suas novelas começam por volta das 16:30 e terminam somente às 22:20.
Ou seja, os ouvintes que gostam de novela e tem acesso a um Televisor, podem migrar do Rádio para a TV já no meio da tarde. Lembro também que além de televisores, muitos celulares e GPS estão com acesso à canais de TV.
Apesar de redundante, volto a colocar aqui a importância de uma básica análise de conteúdo, como exemplifiquei na publicação anterior.
Uma outra pergunta: “Esse tipo de conteúdo agrega valor à sua programação?”
Quando falo em agregar valor, estou questionando se, além de atrair patrocinadores, os ouvintes estão elegendo como um dos conteúdos fundamentais para ouvir a sua emissora?
Quero deixar bem claro, que não tenho nada contra canais de TV, apenas estou defendendo o meio rádio, que a cada dia que passa, tem sofrido com concorrência dos outros meios de comunicação.
Calma! Se for optar por uma exclusão de conteúdo, que faça de forma planejada e lenta, substituindo por algo de maior interesse de seus ouvintes.
Vamos valorizar o meio Rádio. Passou da hora do Rádio fazer propaganda do Rádio.
Ainda coloco em destaque um ponto SOCIAL importantíssimo: ao incentivar um ouvinte a acompanhar um conteúdo de outro meio de comunicação, corre-se o risco deste conteúdo apresentar temas que ferem os princípios da sua emissora ou da família brasileira. Para finalizar, vou fazer uma última pergunta, talvez um pouco polêmica, mas para você pensar:
Os canais de TV falam do Rádio o tanto que as emissoras de Rádio falam da TV?
Na próxima publicação, vou falar sobre sorteio de prêmios e promoções.
Quero saber a sua opinião, me escreva: [email protected]
Consultor de Marketing e Professor Universitário no Curso de Administração de Empresas. Formado em Administração com Pós em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Foi Diretor de Marketing e Artístico da Rádio Paiquerê FM 98.9 de Londrina, Gestor de Implantação da Rede Kairós FM, além de atuar como marketing nas Rádios Folha FM 102.1 e Igapó FM 104.5 (ambas em Londrina), com passagem pela coordenação da 98 FM 98.9 de Curitiba (Grupo GRPCOM), marketing da Rádio Banda B AM 550 FM 107.1 de Curitiba, gestão artística da Massa FM 97.7 de Curitiba e de São Paulo (FM 92.9), além de Head de Digital do Grupo Massa de Comunicação.