Quarta-Feira, 18 de Fevereiro de 2015 @
O "Diz Aí" traz mais um texto de um radialista com um ponto de vista relacionado ao meio rádio.
O Tudo Rádio inicia hoje uma coluna que abre espaços para profissionais do rádio exporem textos que contribuam com o meio, independente da linha editorial abordada. Os materiais que forem enviados ao portal passarão por análise, não sendo obrigatória por parte do portal a publicação dos textos (e também sem prazos definidos). A idéia é boa? Favorece o meio? Ajuda os profissionais? Vamos publicar conforme a agenda da redação do portal.
Hoje vamos com a contribuição de Pedro Igor de Almeida, radialista com atuação pela Difusora FM 94.3 de São Luís (MA). Boa leitura!
O comportamento da Internet no rádio
Hoje ninguém é mais dono da informação. Aliás, ninguém nunca foi. Mas a centralização dessa informação em poucos meios difusores de conteúdo fez-se achar que alguém pudesse ter a propriedade desse bem, a informação.
Os meios digitais desmitificam isso. Hoje temos espalhados por todos os lados da cidade jornalistas, produtores e consumidores de conteúdo. A cada esquina tem um cidadão com um smartphone na mão pronto para produzir conteúdo e jogar na rede.
Um linchamento público, um assalto a banco, um acidente de carro fatal, a fuga de um bandido em um hospital público. Os primeiros instantes são registrados pelas lentes dos smartphones e o texto é difundido em redes sociais como Facebook e WhatsApp. (E no passado quem chegava primeiro? O repórter de rádio). Não julgo aqui a qualidade desse conteúdo, mas a forma que ele é difundido. A forma participativa e colaborativa dele.
Essa é uma conquista sem dúvida da evolução tecnológica e com o aparelhamento da sociedade, ela se tornou mais sedenta de informação. Isso as torna mais conscientizada e mobilizada com as questões econômicas, culturais, políticas, sociais.
Enquanto uns torcem e decretam o fim do rádio, o meio se reinventa e demonstra sobrevida para muitos além anos-luz. O rádio tem uma proximidade comportamental com a Internet. A concepção de rede social no rádio já era entendida antes da Internet ser inventada. A interatividade através de cartas trocadas entre ouvintes, amizades feitas pelo rádio. A notícia instantânea, fresca. O ouvinte espalhado pela cidade ajudando a compor a informação do rádiojornal entre outras particularidades cruzadas da rádio e da Internet.
Chegou a vez do rádio mais uma vez da o pulo do gato e se fazer um novo rádio, mais interessante, mais prestativo à sociedade. Se a faixa FM veio para ter a música como carro-chefe, hoje a notícia passa a ser também protagonista da faixa de maior qualidade técnica.
Na Internet encontramos muita informação, muitas fontes, facilidade de acesso a todo tipo de conteúdo. Mas há um problema. A veracidade das informações, a descentralização dela. O rádio pode e deve funcionar como um filtro do bom conteúdo, do conteúdo interessante que envolva a audiência.
O conteúdo cada vez mais tem que ser participativo, colaborativo, com o mesmo comportamento que observamos na Internet. A web educou a audiência a ser sedenta por informação. A música no rádio tem que ser a cereja do bolo, o detalhe – mas não menos importante. Tudo na dose certa. E como diria o poeta: “Há quem diga que eu não sou de nada, que eu não sei de nada…” mas o que queremos é botar o nosso rádio na rua, na Internet, em todo lugar.
Por Pedro Igor de Almeida - [email protected]
O Diz aí é um espaço que o Tudo Rádio dedica à textos criativos e que contribuem com o crescimento do meio rádio. Se você tem um material que considere ser importante para compartilhar com outros profissionais, mande para a redação do Tudo Rádio dar uma olhada. Após uma análise (sem prazo definido, obedecendo as prioridades da agenda da redação do Tudo Rádio) o texto poderá aparecer aqui, com os devidos créditos. Participe!