Sexta-Feira, 22 de Janeiro de 2016 @
O "Diz Aí" traz um texto sobre a migração das AMs e a expectativa perante a operação no FM estendido.
Hoje o Tudo Rádio selecionou um artigo opinativo sobre a migração das AMs para a faixa FM, abordando principalmente a expectativa relacionada às migrantes no chamado FM estendido (aquele que irá de 76 a 87 MHz, relativo aos canais 5 e 6 da TV analógica).
O texto é de Fernando Figa, locutor de rádio e universitário de jornalismo. O texto foi publicado no blog do profissional . Boa leitura!
FM estendido: será que vai rolar?
Ao contrário do que muitos apostavam (e ainda apostam), o processo de migração das rádios AM para a faixa FM está andando. Já neste semestre as primeiras emissoras devem começar a transmitir na nova frequência, mas continuarão simultaneamente na sintonia tradicional por até cinco anos. A grande dúvida é uma questão pouco explicada: e como ficam as rádios que entrarem no tal “dial estendido”?
Para as rádios que ganharão frequência FM normal, a mudança será relativamente simples e tranquila. O problema são as emissoras situadas em locais onde a faixa da frequência modulada está congestionada. Estas estações vão para uma frequência entre 76.1 MHz e 87.5 MHz (o dial normal vai de 87.7 à 107.9). Considerando que as rádios AM possuem justamente um público mais tradicional, fica até difícil imaginar como ocorrerá a transição.
Acontece que os ouvintes mais idosos possuem aquele apego maior por determinada emissora, ao ponto de nem mesmo tocarem no botão de sintonia. Se quiserem continuar acompanhando suas estações preferidas, serão obrigados a comprar um novo aparelho (que ainda não é encontrado facilmente nas lojas).
Neste contexto, a situação poderá ficar parecida com a transição do sinal de TV analógico para o digital. Ainda é grande o número de pessoas que ainda usam a velha TV de tubo, sem ao menos um conversor para receber o novo formato de transmissão. É bem provável que na migração AM/FM aconteça algo do tipo e o prazo para desligamento do AM seja ampliado.
Se o objetivo da migração é fortalecer as rádios que operam no AM, será necessário uma atenção maior para as emissoras que irão para o FM estendido. No mínimo, o prazo para a transição deve ser maior que cinco anos. Ainda assim, estas emissoras vão ter que investir forte em campanhas para que o fiel ouvinte passe a sintonizar a programação no novo sinal.
Vale lembrar que o AM não será extinto. As emissoras podem optar por não fazer a migração (porém, o futuro é muito incerto em relação às renovações de concessão, por exemplo). A decisão é difícil: investir na migração e enfrentar a transição ou manter-se no AM, que corre o risco ficar ainda mais desvalorizado com a mudança.
Fernando Figa - https://fernandofigablog.wordpress.com
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