Segunda-Feira, 04 de Abril de 2016 @
Uma reflexão sobre a realização de eventos musicais de grande porte que carregue o nome da rádio
O papo desta vez trata-se de uma pergunta levantada por um profissional do mercado sobre a minha opinião do envolvimento de uma Rádio em eventos e shows. Então a pergunta foi: “Estar em um show, dá audiência?”.
Na minha opinião, em cima de análises já feitas por experiências em outras emissoras, a presença da Rádio em um evento ou show, não pode ter o objetivo de dar audiência, mas de posicionar a marca. O que vai dar ou não audiência é a sua programação. Você pode estar em qualquer evento ou melhor, em todos, mas se a sua programação não for coerente com o perfil do público do evento, vai estar perdendo tempo e dinheiro, até mesmo de posicionar a marca. Já vi situações de uma emissora de Rádio popular estar envolvida em apresentações de teatros e até mesmo balé. Será que um publico desse tipo de arte se propõe a ouvir uma programação popular?
Acredito que não.
Mas algumas pessoas podem me perguntar: mas e o apoio à Cultura?
Apoie sim. Divulgue sim. Mas não perca tempo em tentar se posicionar. Tem situações que podem até causa aversão à sua marca.
E os sorteios de ingressos? Dão audiência?
Sim, desde que sejam de eventos com grande procura e você ainda souber fazer uma mecânica que aproxime e segure o ouvinte. Saliento ainda, que o sorteio de ingressos na programação, sem estar atrelado a um brinde físico, é considerado ilegal pela regulamentação. Em outro texto vou falar mais sobre os sorteios regulamentados.
E muitos podem questionar: e ouvintes no camarim?
Essa situação tem sido mais traumatizante do que elegante para os ouvintes. Quando uma pessoa é selecionada para conhecer o seu ídolo, ela cria um mundo de fantasias na sua cabeça. Ela imagina que vai se sentar, tomar um café, falar da sua vida pro artista, enquanto o artista e sua produção se preocupam apenas no clique da foto. Isso não esquecendo de quando os fãs ficam esperando por até horas para tirar foto e no momento de entrar, a produção avisa que será apenas no final do show.
Os artistas estão esquecendo que estão mexendo com sentimentos e que essas pessoas que estão ali, ansiosas por realizar um sonho, os sustentam no mundo da música.
Mas enfim, o ouvinte espera tanto e a foto é feita em 2 segundos e ele já é puxado pelo produtor do evento ou do artista.
Isso é bom?
Não.
É decepcionante.
Está na hora do radialista exigir mais respeito dos artistas com os seus fãs que são nossos fãs também.
Pra finalizar. O que é posicionar a marca em um evento que se enquadre no seu perfil de audiência?
Uma emissora de rádio não tem como dar degustações, mas tem como mostrar a sua marca e fazer ações com que concorde com o que vai pro ar no dial. Se você se diz uma emissora com programação familiar ou qualificada, não adianta colocar meninas de biquíni dançando pelo evento. Chamar a atenção é uma coisa e exagerar na demonstração é outra.
Chame a atenção das pessoas no evento, mas lembre-se de respeita-las.
Se você colocar meninas de biquínis num evento qualificado –pensando de forma exagerada-, o que vão pensar sobre o que você veicula em sua programação?
Bom, quem estiver interessado em discutir que tipos de ações podem ser úteis ao seu estilo de programação, me escreva. Vamos trocar ideias. Vamos continuar trabalhando pela sobrevivência do rádio.
Dúvidas, sugestões e troca de ideias, escrevam para mim: [email protected]
Consultor de Marketing e Professor Universitário no Curso de Administração de Empresas. Formado em Administração com Pós em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Foi Diretor de Marketing e Artístico da Rádio Paiquerê FM 98.9 de Londrina, Gestor de Implantação da Rede Kairós FM, além de atuar como marketing nas Rádios Folha FM 102.1 e Igapó FM 104.5 (ambas em Londrina), com passagem pela coordenação da 98 FM 98.9 de Curitiba (Grupo GRPCOM), marketing da Rádio Banda B AM 550 FM 107.1 de Curitiba, gestão artística da Massa FM 97.7 de Curitiba e de São Paulo (FM 92.9), além de Head de Digital do Grupo Massa de Comunicação.