Os assuntos parecem se repetir devido as incertezas que cercam o meio rádio. Temas como “a sobrevivência do rádio” perante as novas mídias, com destaque para o papel do rádio musical nesse novo cenário. Olha, o Tudo Rádio já publicou uma série de panoramas e pesquisas que mostram como o veículo rádio tem se adaptado aos novos cenários ao longo dos anos, inclusive agora. Porém é necessário termos alguns cuidados para tornar esse processo mais tranquilo, principalmente para o ouvinte. E um deles é o papel de “curador” que o rádio possuí na área musical. “Se toca no rádio, é sucesso”.
Bem, é sucesso sim. Mas não lançamento. O rádio deve lançar pouco, papel que está sendo bem desempenhado pelos serviços de internet, entre outros veículos. O rádio vem na sequência: é o carimbo do que é sucesso e do que é considerado bom. Se toca no rádio, é garantia de que aquele som agrada ?àqueles que ouvem a emissora. Pensando nisso, creio que fica ainda mais em evidência o papel fundamental do programador musical. Sempre foi importante, mas talvez agora isso fique escancarado para quem ainda teimava com esse fato. Uma grade musical bem elaborada, condizente com o projeto artístico levantado pela rádio, vai ser o diferencial na hora do ouvinte escolher se continua consumindo uma programação musical ou se migrará para outras ferramentas. Claro que o uso de um não exclui o outro, sendo complementares.
Vamos lá: o sujeito tem uma lista de músicas em MP3. Uma hora ele cansará da sequência e precisará atualizar a playlist. Onde ele encontrará um local que comprove o que “bomba no momento”? No rádio. E mais: é no rádio que o público encontrará uma sequência musical planejada, que prenda a audiência e não atua como um “modo automático e aleatório” de execução de músicas.
Falando em modo automático, durante as minhas viagens ?à trabalho, estive hospedado em um hotel que deixava uma sequência “pop-rock” (porém com uma pegada mais acústica), utilizando um famoso serviço de streaming. Qual é o problema? A sequência. Apesar do mesmo “estilo”, uma música não conversa com a outra. E mais: a sequência se repete, ainda mais para quem teve que ficar mais de 1 dia no local. Me peguei pensando “eu já ouvi essa música ontem” e “ué, essa também”. Uma rádio poderia facilmente resolver esse problema, mas nesse caso a região onde eu estava não contava com uma FM com break inferior a 10 minutos (tema da minha próxima coluna) e não atendia o público que o hotel julgava ser a sua clientela.
Eu tenho procurado seguir uma linha de raciocínio e assuntos similares nas últimas colunas, como na última, onde eu abordo algumas “armadilhas” que possuem no meio. E lembro bem de ter alertado sobre a importância de uma programação musical bem feita. Mas é claro que o primeiro passo é conhecer o seu público-alvo, para a partir daí planejar passos como a linguagem e a grade musical.
Ficou alguma dúvida? Crítica? Sugestão? Será um prazer trocar uma ideia com você. Entre em contato comigo via
[email protected]. Até a próxima!
Tags:
programação, musicas, importância, planejamento