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Sábado, 01 de Outubro de 2016 @

A sobrevivência do rádio: Linguagem

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Ao viajar pelas estradas e ouvindo muitas rádios no carro ou pela web, pode-se observar que cada locutor tem uma linguagem diferente um do outro.  Tudo bem que o Rádio, ao ser o amigo do ouvinte, não pode ter uma linguagem única, pois cada locutor terá de conquistar e manter ouvintes de perfis diferentes. Mas, algumas frases, palavras ou expressões não deveriam existir no vocabulário do locutor. Uma palavra colocada de forma errada ou estranha, pode desvalorizar o relacionamento com o seu ouvinte ou até mesmo algum conteúdo da programação.

Quando eu escrevo “ou até mesmo algum conteúdo da programação” quero destacar alguns locutores e comunicadores que, mesmo sem querer, diminuem a importância de um bloco comercial, principalmente ao sair de um bloco musical, por exemplo:
 
“DEPOIS DO INTERVALO TEM MAIS COISA BOA”.
 
O bloco comercial é uma coisa ruim?! Será que você falar que “depois vai ter coisa boa”, não assusta o ouvinte, alertando-o que o break é uma coisa ruim?
 
Seguem mais duas clássicas para entrada de breaks comerciais:
 
“DAQUI A POUCO TO DE VOLTA”
 
Ué, pra onde o locutor vai?
Lembre-se que o locutor é amigo e companheiro do ouvinte. Pra onde esse amigo vai?
 
 “A PROGRAMAÇÃO VOLTA JÁ”
 
A programação da Rádio vai parar?
 
Não pode-se esquecer que o bloco comercial é um conteúdo da programação, muito importante, aliás. Além de “pagar as contas” da emissora, o locutor deve atuar para que o cliente tenha resultado. Então, por que não incentivar a audiência durante o break comercial?
 
Bom, voltando às falas que os locutores e comunicadores ainda pecam. 
 
“OLHA ESSA... ONTEM O LUAN SANTANA... BLÁ-BLÁ-BLÁ”
 
Senhor locutor, você está no rádio falando com ouvintes que estão te ouvindo, então não se “olha”, se OUVE. Que tal trocar por: “ouça essa”... “preste atenção” ... “se liga nessa”.
 
Plural ou singular?
 
“GALERA” e  “VOCÊS”.
 
Entende-se que a radio alcança milhares de pessoas ao mesmo tempo, mas para o ouvinte, ele sempre será um amigo individual, o que exige uma linguagem mais próxima, direcional e singular. Quando estou no carro ou ouvindo pelo celular, espero do locutor uma abordagem mais próxima. Quantas vezes fui surpreendido com: “E ai galera, to de volta”. Em apenas uma frase eu fiquei perdido, primeiro que eu estava sozinho no carro. Com qual galera ele estava se comunicando?
Isso sem contar no “to de volta”. Pra onde ele tinha ido?
Eu quero dizer que, mesmo que estivesse no carro com 4 pessoas, as vezes, apenas uma pessoa dos 4 poderia estar prestando atenção na programação.
 
Que tal trocar “Galera”e “Vocês” por simplesmente “Olá”... “E ai” ... “Você está comigo”.
 
Pra finalizar, o locutor precisa parar de usar “muletas” as quais mostram um comunicador confuso ou indeciso daquilo que está tratando. Confira algumas dessas “muletas”:
 
“né”, aí”, “então”, “pois é”, “éééé”, “tipo assim”...
 
Isso mostra que o locutor está falando sem prestar atenção em si mesmo ou no assunto de que está tratando. Para evitar essas “muletas”, basta concentração, além de uns bons exercícios de leitura.
Sabe-se que o radio é o mestre do improviso, mas até no improviso, há a necessidade de se concentrar no que está fazendo.

Dúvidas, sugestões e troca de ideias, escrevam para mim: [email protected]

 

Tags: locução, linguagem, rádio, dicas

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Colunista
Cristiano Stuani

Consultor de Marketing e Professor Universitário no Curso de Administração de Empresas. Formado em Administração com Pós em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Foi Diretor de Marketing e Artístico da Rádio Paiquerê FM 98.9 de Londrina, Gestor de Implantação da Rede Kairós FM, além de atuar como marketing nas Rádios Folha FM 102.1 e Igapó FM 104.5 (ambas em Londrina), com passagem pela coordenação da 98 FM 98.9 de Curitiba (Grupo GRPCOM), marketing da Rádio Banda B AM 550 FM 107.1 de Curitiba, gestão artística da Massa FM 97.7 de Curitiba e de São Paulo (FM 92.9), além de Head de Digital do Grupo Massa de Comunicação.










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