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Quinta-Feira, 23 de Fevereiro de 2017 @

Diz aí! | Narração esportiva no rádio: traduzindo uma imagem em palavras

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Para os que cresceram apaixonados por futebol, ou seja, uma grande parcela do povo brasileiro, ouvir os jogos do seu time no rádio faz parte da rotina de ser torcedor. Para outros tantos, ouvir o seu locutor de rádio favorito descrever com perfeição uma imagem utilizando apenas palavras serviu, e ainda serve, de inspiração e combustível para o sonho de ser locutor e narrador de eventos esportivos. 

Tenho certeza que muitos duvidam de si mesmos e quanto sua capacidade de narrar com precisão e com tamanha velocidade. Como os locutores conseguem em tão pouco tempo projetar na mente do ouvinte o exato lugar do campo, os jogadores em ação em determinado momento sem perder o ritmo? 
Muitos colocam essa capacidade apenas como talento. Na verdade, falar que é apenas talento é um eufemismo diante do verdadeiro trabalho do locutor esportivo: preparação. 
 
Para transmissões de qualquer natureza, é fundamental que todos os envolvidos estejam devidamente preparados. Isso significa não só vocalmente preparado, mas também com informações sobre o evento em questão atualizados e devidamente organizados para o momento da transmissão. Numa partida de futebol, não basta saber os nomes dos jogadores e suas respectivas posições. Saber a trajetória desses atletas, o histórico das perfomances temporada a temporada são apenas parte da “munição” que o locutor precisa carregar. 
 
Neste mesmo tópico, conhecer os interesses paralelos e atividades fora de campo dos jogadores é mais uma carta na manga do narrador. Quando o tempo vazio da transmissão parece se aproximar, ou quando o que acontece no jogo naquele momento não é tão ilustrativo, o locutor precisa encontrar uma forma de preencher essa lacuna e manter o ouvinte ligado e atento. Isso engloba tanto o momento atual dos jogadores quanto a história do evento no qual está narrando. 
 
Por exemplo, se é narrado um jogo do Campeonato Brasileiro, os interesses literários do zagueiro Wallace ou os feitos como autor do também zagueiro Paulo André são informações complementares inusitadas que captam a atenção do ouvinte. Em uma transmissão de Copa do Mundo, falar sobre os empreendimentos dos ídolos brasileiros de edições passadas dá maior profundidade ao que está sendo narrado. Para ilustrar, os interesses de Ronaldo Fenômeno por outros esportes como o poker a partir de 2013, além da carreira de empresário pós-aposentadoria no poker e agora nos e-sports são fatos extracampo sobre o bicampeão da Copa do Mundo, mas que enriquecem a mensagem veiculada e mantém os ouvintes entretidos. 
 
A organização dessas informações é crucial para uma boa transmissão. Saber manter uma forma coesa das informações adicionais é uma ótima maneira de fazer a associação na hora da transmissão, sem criar confusão com o que é essencial ao jogo, como os números dos jogadores, os nomes e dados básicos.
 
Por fim, a parte física é importante. Saber enunciar as palavras com um ritmo rápido, mas inteligível, são cruciais para qualquer comunicador. Na transmissão radiofônica, isso se torna ainda mais importante. A quantidade de palavras por minuto é superior à de qualquer outra mídia. Ter uma pronúncia clara é o cartão de visitas para qualquer profissional que trabalhe com a oralidade; mais importante do que timbre. Uma boa forma de treinar é gravar sua própria voz, perceber os momentos mais confusos da sua narração e entender onde você pode melhorar. É uma técnica consagrada por diversos profissionais da área, nacionais e internacionais, e dos mais diversos esportes. 
 
Mais do que talento, um locutor passa por um longo período de aprimoramento das próprias técnicas. Desde a pronúncia adequada das palavras até o preparo com informações diversas sobre os atletas em campo, o ofício de locutor esportivo é pautado em um processo quase infinito de auto-aprimoramento e pesquisa. Para os que aspiram uma oportunidade de trabalhar na área, é essencial lembrar de que ter um tipo de voz específico pode ajudar, mas não é o crucial. Mais importante que isso é buscar conhecer mais sobre o assunto que você narra, sempre visando melhorar a sua transmissão da informação e contribuir para que a audiência tenha uma experiência completa e construa a imagem precisa do que está acontecendo dentro do campo por meio apenas da sua fala. 
 
Por Eduardo Miceli
Tags: rádio, esportes, narração, atletas, Diz Aí

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