A união inédita entre 89 A Rádio Rock e Mix FM para a cobertura do festival Lollapalooza Brasil chamou a atenção dos ouvintes e do mercado. E as emissoras deram um recado importante ao tomar esse tipo de iniciativa: marcaram posição ao mostrarem que podem trabalhar juntas, apesar do meio pintar um cenário de concorrência “direta” entre as duas estações. O recado é principalmente para o meio publicitário, mostrando que as duas FMs contam com públicos de perfis distintos dentro de uma faixa etária e classes sociais semelhantes.
Hoje o rádio FM de São Paulo, principalmente aquele chamado de “jovem”, está muito diferente, com projetos bem distintos entre si. E o Lollapalooza já havia entendido isso, quando escolhe duas emissoras para serem as rádios oficiais de suas edições (e não apenas uma). Em 2017 a 89 A Rádio Rock foi a responsável por promover o festival para os interessados nas atrações que cabem na denominação “rock” (ou estão mais próximas disso). Já a Mix FM cuidou e acompanhou do cenário “pop” do festival.
Dentro da discussão de “gêneros musicais”, existe um perfil desse “consumidor” de cada rádio, com uma série de detalhes. Taí algo que é importante observar, seja pelo mercado publicitário ou pelas próprias emissoras. Que público é esse? Meu produto/serviço cabe aqui? E com as rádios cada vez mais segmentadas em seus projetos em grandes mercados como São Paulo, isso tende a ajudar os anunciantes e principalmente a manutenção (e ou geração) de novos públicos no universo radiofônico.
O rádio também passa por algo que é bastante visível na área de serviços de uma grande cidade. Veja por exemplo o número de “hamburguerias gourmet” que estão surgindo. Ou até a mudança no formato de negócio de barbearias. Essas movimentações são resultados de uma série de pesquisas de mercado, traçando um perfil do público existente no local e o que ele deseja consumir.
A segmentação de projetos em grandes centros, como São Paulo, é uma realidade e que precisa ser definida através de bons argumentos baseadas em pesquisas e resultados. A iniciativa que envolveu 89 e a Mix FM é uma delas. E, na minha opinião, nós só não avançamos mais nesse sentido por causa dos efeitos negativos causados pela retração econômica vivida pelo país. Mas isso vai passar e as rádios precisam estar preparadas, com seus posicionamentos bem definidos perante o público e o mercado publicitário.
Lembrando que a segmentação está em todos os “gêneros de rádio”, algo que auxilia no alcance geral do meio perante a população de uma cidade/região.
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