Em um dos seus livros mais famosos, The brand gap: o abismo da marca (Bookman), Marty Neumeier afirma que a inovação “amplifica a energia dentro da organização”, além de reduzir “custos de ineficiência, de duplicidade e o tédio corporativo”. Ou seja, tudo aquilo que mais desejamos numa fase complicada como esta pela qual o Brasil passa.
Não são poucos o que se esquivam da reinvenção, embora esta seja uma obrigação incontornável imposta pelo mercado. As desculpas para essa espécie de autossabotagem são muitas, a começar pela instabilidade – seja financeira, política ou de qualquer ordem. Porém, é justamente quando tudo é questionado que nascem as melhores ideias, as que põem um ponto final naquilo que antes parecia sem solução.
A radiodifusão, como qualquer outro setor, tem grandes desafios, tais como: ampliar e renovar a audiência, manter sua relevância social, criar novas fontes de receita e atualizar-se tecnologicamente. Para conseguir tudo isso, verba só não basta. Você certamente conhece exemplos de emissoras que, mesmo dispondo de recursos sem igual, não conseguiram se estabelecer na liderança. E isso acontece porque no rádio e na TV, indústrias criativas por excelência, a geração de valor se baseia nas pessoas e, principalmente, na forma como elas encaram o negócio.
Nenhuma emissora conseguirá sair da tormenta mais forte do que entrou, se seus líderes e demais profissionais se restringirem a repetir o que já é feito há décadas pelos concorrentes, sem pensar no quão inadequadas podem ser as velhas fórmulas ou sem desejar ganhar dinheiro com as vantagens que só quem sai na frente pode usufruir.
Além do seu evidente protagonismo na dinâmica da economia local, não podemos esquecer que a radiodifusão comercial também desempenha um importante papel social que se amplia muito nos momentos mais decisivos. As emissoras devem se assumir como influenciadoras não apenas do ponto de vista editorial, mas também de gestão. Radiodifusores que buscam sempre o aperfeiçoamento estimulam, através do exemplo, outros agentes econômicos e empresariais, disparando um ciclo virtuoso que beneficia toda a sociedade.
Por Fernando Morgado - Professor, escritor, pesquisador e palestrante. Material publicado com a colaboração da AERP
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Crise, inovação, rádio, oportunidade, reinvenção