O ano de 2018 foi marcado por muita instabilidade econômica e política, com reflexos muitos negativos junto ao mercado – e o segmento da radiodifusão não escapou deste cenário.
Paralelo a estes movimentos, houve ainda o crescente aumento das mídias digitais – que de acordo com os números do CEMP-MEIOS cresceu 10% enquanto o rádio perdeu 9% de participação quando comparamos os números do primeiro semestre de 2018 com 2017.
O grande ponto positivo foi a onda de migração das rádios AM para o dial FM – que ainda continua forte por todo continente brasileiro.
Então o que esperar para 2019?
O radiodifusor é um grande otimista por natureza, mas somente isso não será suficiente para contrapor os desafios que o mercado está impondo cada vez mais para o rádio.
Vou usar aqui um jargão antigo, mas necessário: o rádio tem que se reinventar!
Ouso perguntar:
- O que de novo o rádio tem realizado ou implementou de inovação nos últimos anos?
- Que novidades foram levadas às agências de publicidade e anunciantes para gerar e garantir resultados efetivos?
- Que ações criativas e de engajamento foram desenvolvidas junto aos nossos ouvintes? Numa rápida avaliação muito pouco foi feito...
Continuamos na maioria das vezes com as antigas fórmulas comerciais e pacotes promocionais. Enquanto isso as plataformas digitais avançam fortemente, seja através das redes sociais – mídia segmentada de alto impacto e baixo custo ou serviços de streaming – como o Spotify – que seduz uma nova geração de ouvintes e consumidores.
Por isso mãos a obra! As ameaças e as oportunidades estão na mesa – aquele que não for rápido o suficiente para se adaptar desaparecerá naturalmente do mercado.
O rádio tem que se reinventar na forma de atender seu cliente – seu maior patrimônio. Não há mais espaço para uma visita sem que se conheça detalhadamente o negócio e o segmento de mercado em que atua o seu cliente – uma proposta comercial tem que estar alinhada e comprometida na geração de resultados efetivos – seja no aumento de venda de produtos e serviços, na valorização da marca ou no movimento no ponto de venda. Propostas convencionais tem que dar lugar a projetos especiais para cada cliente – a garantia da retenção do seu cliente depende exclusivamente da entrega de resultados gerada pelo investimento em mídia.
Outro ponto importante – uma atenção especial no relacionamento com o cliente, seus colaboradores e principalmente seu público consumidor. Conhecer hábitos de consumo irá auxiliar muitíssimo na produção de um spot ou de uma chamada ao vivo para despertar a atenção deste consumidor que diariamente é bombardeado por uma avalanche de informações – criar um diferencial é fundamental – e o rádio tem que usar sua capacidade criativa e de comunicação de massa para mobilizar e encantar seus ouvintes.
Estamos numa sociedade cada vez mais digital, não ficamos 2 minutos sem consultar nosso celular (que na realidade é um computador de bolso) para nos mantermos conectados com o que está acontecendo.
Por isso o rádio tem que ser multiplataforma:
- dispor de site atualizado e interativo
- aplicativo de streaming e de notícias ou entretenimento para celular
- estar ativo nas redes sociais buscando engajamento e mobilização
- oferecer novos canais de comunicação com o ouvinte
- ser criativo nas ações promocionais
- desenvolver projetos e eventos especiais
- participar de ações de responsabilidade social
- construir um banco de dados de ouvintes para relacionamento e ações conjuntas com anunciantes
Não faltará verba para boas ideias, por isso, conheça com profundidade o seu mercado local, a necessidade dos consumidores, as tendências e demandas da sociedade, as carências de cada comunidade e se faça presente em todas as plataformas digitais!
O principal DESAFIO será demonstrar a nossa capacidade de se reinventar e se integrar a esta nova cultura digital.
Por
Márcio Vilella -
[email protected] - 41 98814-4557
Tags:
inovação, rádio, multiplataforma, 2019, previsão, tecnologia