Segunda-Feira, 08 de Junho de 2020 @
Nos Estados Unidos, foi feita uma comparação do estudo da Nielsen, que leva em conta as músicas mais vendidas e as mais tocadas no streaming, e um estudo da MusicWatch, que faz pesquisas de opinião sobre os gêneros mais ouvidos. A parada da Nielsen coloca o gênero R&B/Hip-Hop na liderança absoluta do mercado, mas pela parada da MusicWatch o Rock é o gênero com mais ouvintes. Entretanto, quando consideradas as músicas mais tocadas nas rádios dos EUA, é o Country que domina, com 6 de cada 10 canções executadas.
A mesma pesquisa mostra ainda que os ouvintes de R&B e Hip-Hop são maioria entre heavy users de streaming, ou seja, aqueles que ouvem mais de 10 horas por semana. Já entre os light users, aqueles que ouvem menos de 4 horas por semana, predominam os ouvintes de Classic Rock e Hits dos anos 80 e 90. Isso influencia no resultado da parada, dando mais força ao estilo preferido pelos heavy users.
Depois de ter passado muitos anos fazendo programação musical em rádio broadcast, há alguns anos eu sou responsável pela programação musical de uma rádio corporativa, feita para uma empresa que tem mais de 70 mil funcionários, espalhados em várias cidades brasileiras. Eu uso as paradas de rádio e streaming regularmente para fazer essa programação, mas estou sempre muito atento aos pedidos musicais feitos por whatsapp e durante as transmissões ao vivo, bem como ao que toca na televisão e em aplicativos como o Tik Tok. Minha percepção é que o mainstream Sertanejo é o gênero mais ouvido em todas as regiões, mas existem fatias grandes do público interessadas em Rock, Samba, MPB, Funk, Hip-Hop, Pop, Brega e Flash-Backs Internacionais, entre outros estilos. Noto ainda que muita gente gosta de vários estilos ao mesmo tempo e há também bastante tolerância a todos os estilos, desde que um ou outro não domine a playlist toda.
Por isso, procuro mesclar os estilos musicais de maneira equilibrada na programação e o feedback tem sido generoso. Será que uma rádio broadcast com uma mistura tão heterogênea teria seu espaço? Eu acredito que sim, resta aparecer alguém com coragem e recursos para apostar nisso.
A pesquisa citada foi acessada em 27/05/2020 e pode ser acessada aqui.
*Por Regis Salvarani / [email protected] - https://www.linkedin.com/in/regissalvarani/