Terça-Feira, 14 de Julho de 2020 @
Dados são do Target Group Index Flash Pandemic, que compila as principais mudanças de comportamento nos principais mercados brasileiros e da América Latina
O levantamento indica que a maioria das pessoas ficou em casa, saindo apenas para algumas atividades essenciais (ir ao mercado, farmácia etc.), embora essa situação não seja homogênea pelo país. De modo geral, 12% das pessoas afirmaram não sair de casa para nada, 68% saíram apenas para atividades essenciais e 20% das pessoas continuaram saindo normalmente para trabalhar.
Perfis na Pandemia
Quando olhamos para o público que não saiu do isolamento para nada, vemos que é composto em sua maioria por mulheres (54%). São também os mais jovens (30% tem entre 16 e 24 anos) e os mais velhos (13% entre 65 e 75 anos). Essas pessoas são as mais preocupadas com o que vai acontecer no futuro (79%).
Dos 67% que declaram sair de casa apenas para atividades essenciais, 35% trabalham e 33% não trabalham. "O grupo de pessoas que ficou em isolamento, mas saiu para algumas atividades essenciais e que não trabalha tem um perfil demográfico semelhante com o grupo que não sai de casa, mas apresenta um comportamento diferente, o que demonstra a importância em fazer análises comportamentais em vez de apenas demográficas. Quando olhamos para o sentimento, é um grupo mais otimista e confiante. É o grupo que mais acredita que a economia vai se recuperar depois da pandemia, com 36% confiantes na retomada econômica", explica Melissa. Esse grupo consome mais os meios de forma tradicional, mas também passa bastante tempo em redes sociais, sendo o grupo que mais compartilha notícias sem checar fontes (10% contra 5% na população).
Já o grupo de pessoas em isolamento que saem para atividades essenciais e que trabalham tem um perfil completamente distinto. É o maior grupo entre os analisados e é majoritariamente composto por homens, entre 25 a 44 anos. Por não estarem saindo para trabalhar, mais da metade está preocupada em perder o emprego (55%). É o grupo que mais valoriza a informação para enfrentar a crise (35%), sendo o grupo que mais está consumindo diferentes meios, como a TV por assinatura. "Durante a pandemia, este grupo aumentou o consumo de sites em geral e VOD. O uso de redes sociais é constante, mas com menor intensidade do que os outros grupos", comenta Melissa.
Quando olhamos para o grupo que continuou saindo para trabalhar, composto em sua maioria por homens (65%), notamos que são os que mais concordam com a necessidade de estar pronto e enfrentar a situação (12%). Como a sua rotina não mudou radicalmente, eles mantiveram muitos hábitos inalterados - como o consumo de mídia.
Consumo e comportamento de mídia
Esses novos comportamentos acarretaram diversas mudanças. De modo geral, a pandemia fez com que mais pessoas ficassem mais tempo dentro de casa e isso impactou diretamente na forma como os meios são consumidos. "A pandemia foi um momento no qual as pessoas passaram a experimentar mais com o digital. Vimos isso no consumo de TV online, no VOD, no streaming de rádio, nas redes sociais e podcasts. O Target Group Index Flash Pandemic mostra que 56% das pessoas afirmaram que passaram a adotar melhor a tecnologia ao longo do dia a dia", explica a CEO. De acordo com o levantamento, 66% dos entrevistados declararam ver mais vídeos online (gratuitos), 56% viram mais vídeo sob demanda (pago) e 56% disseram que a crise os incentivou a usar plataformas de vídeo chamadas - indicando que alguns dos nossos comportamentos estão cada vez mais digitais.
O Target Group Index Flash Pandemic foi realizado online, com 3 mil respondentes de 16 a 75 anos no Brasil, entre os dias 20 de abril e 07 de maio de 2020.
Colaboração da Kantar Brasil Insights, com apoio da assessoria de imprensa que atende o instituto. Artigos sobre comportamento do público perante marcas e mídia, tendências, entre outras análises úteis para o mercado de rádio.