Terça-Feira, 09 de Fevereiro de 2021 @
Ela foi criada em 2020 pela empresa Alpha Exploration Co., de propriedade de Rohan Seth, ex-funcionário do Google e Paul Davidson, empresário do Vale do Silício. Vinha crescendo lentamente, até que, ao hospedar recentemente um bate-papo de Elon Musk com Vlad Tenev, CEO do Robinhood, um aplicativo para operações em bolsas, viu explodirem a audiência e o número de usuários, que a empresa diz já serem dois milhões - as ações da GameStop foram o tema da conversa.
Até Mark Zuckerberg aderiu, tendo participado do programa The Good Time Show, nativo da nova plataforma, que foi ao ar em 4 de fevereiro, e levou o Clubhouse ao topo da lista de aplicativos mais baixados nos Estados Unidos.
O Clubhouse funciona da seguinte forma: depois de fazer login com o convite enviado, é necessário preencher um perfil pessoal (com nome e foto, como em qualquer outra rede) e seguir para "tópicos de interesse". Dependendo do que for selecionado, o aplicativo sugere grupos de bate-papo relacionados aos tópicos, além de pessoas a serem seguidas.
Existem grandes rodas de conversa acerca de temas variados, sendo possível também criar grupos privados. Tudo é 100% voz, sendo proibido gravar as conversas, que segundo a empresa, não ficam armazenadas.
Nessas rodas pode existir a figura de um moderador, que controla o acesso de novos membros. Alguns desses moderadores são remunerados pela rede e em breve poderão receber diretamente dos membros por meio de uma roda pagamentos através de sistemas de assinaturas, ingressos e até mesmo gorjetas.
Já existem denúncias que a rede vem sendo usada para assédio, discursos de ódio e similares, como acontece em outras redes. A empresa divulgou recentemente um conjunto de regras e boas práticas para combater esses problemas, e diz estar trabalhando no assunto.
De qualquer forma, em tempos de pandemia e com as pessoas utilizando redes sociais cada vez mais intensamente, acredita-se que o Clubhouse deva conquistar mais usuários (e investidores) nos próximos meses. Plataformas como eBay e Craigslist estão sendo usadas para anunciar a venda de convites, que vem sendo ofertados a partir de US$ 50.
No final de 2020, a rede foi avaliada em US$ 100 milhões, ainda muito distante de gigantes como Facebook e Twitter, mas o recente salto no número de usuários já faz com que seja avaliada em US$ 1 bilhão.
Qual será seu destino? Será adquirida por um desses gigantes, como o WhatsApp, que foi comprado pelo Facebook por US$ 22 bilhões? Novos produtos similares irão fazer com que morra lentamente, como o Orkut?
A hipótese menos provável é que venha a se tornar um gigante autônomo, como seus concorrentes.
* Texto por: Vivaldo José Breternitz, que é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Publicado com o apoio da Assessoria de Imprensa Instituto Presbiteriano Mackenzie
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