Segunda-Feira, 02 de Maio de 2022 @
Vou conversar com o professor Luiz Arthur Ferraretto, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para explicar melhor essa situação.
De forma geral, nos livros que foram designados, em 1922, no Centenário da Independência Brasileira. Porém, há registros históricos que antes já tínhamos definido as rádios no país. Para o professor Luiz Ferraretto, temos vários dados importantes que levariam a rádio brasileira a ter vários centenários. O pesquisador lembra que é bem difícil achar apenas uma data exclusiva para o início do rádio, como em outros países, como na Argentina, por exemplo.
Desde o início, nem para os estudos, nem para a ciência, nem para os estudos, como para a ciência, e preferimos copiar os modelos pré-créditos trazidos dos Estados Unidos, desde o crédito, com a tecnologia que importamos.
O professor Ferraretto nos ajuda com a indicação de um caminho lógico sobre o cenário. “Quem faz ciência parte de provas e indícios, diferentemente do senso comum que tem definições taxativas. Como se tudo pudesse ser definido com apenas um momento”, afirma. Ele defende que boa parte das dúvidas sobre a origem do meio e as datas importantes no processo de desenvolvimento seriam resolvidas apenas utilizando metodologia científica para cruzar os dados em fontes da época. Com isso, para o pesquisador, o que podemos comemorar nesse ano é a primeira apresentação pública do meio rádio (massa) no Brasil. Segundo as pesquisas dos professores Ferraretto e Pedro Vaz , temos indícios fortes, baseados em jornais de época e outros documentos, que as primeiras transmissões por uma emissora foram feitas pela Rádio Clube de Pernambuco, antes da Primeira Grande Guerra (1914–1918). Tanto que o governo proibiu as transmissões por particulares em detrimento do conflito.
Curiosamente, Ferraretto cita alguns fatores foram importantes para a confusão nas datas. O primeiro foi que as emissoras eram mantidas por mensalidades dos ouvintes e interessados, sendo restritas a um grupo pequeno de pessoas que tinha condições para isso nesses primeiros anos. Depois , havia uma incompreensão do poder público da época que tinha medo de que populares pudessem utilizar a tecnologia sem um parâmetro estratégico alinhado com os interesses do governo. Também devemos considerar que as transmissões feitas em 1922, ocorreram na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país, tendo mais visibilidade do que as realizadas em Recife, nos anos anteriores.
Segundo o pesquisador, outro elemento diferencial para falta de acordo com as datas é que tínhamos um país muito conservador para entender e aceitar tecnologia de Landell de Moura, e as inovações trazidas pelos pernambucanos, como por exemplo: estar em um país ainda atrasado cientificamente, saindo de uma monarquia para uma república cheia de conflitos, com os escravos recém libertos e com baixos investimentos em ciência.
Dessa forma, perdemos a visibilidade do trabalho de tantos profissionais que atuaram para o desenvolvimento do meio como uma invenção coletiva.
Luiz Arthur Ferraretto lembra ainda que deveríamos ter mais atenção a memória do meio resgatando datas como: 06 de abril de 1919, como o dia dos pioneiros do rádio baseado nos dados das emissões de Recife. Já as transmissões da rádio Sociedade do Rio de Janeiro são o início do rádio educativo no país. E por fim, o dia 7 de setembro de 1922, poderíamos fixar como a primeira transmissão pública de rádio para as massas, o que impulsionou o meio no país.
Outro momento importante, pouco reconhecido e exemplificado pelo pesquisador, foi quando Paulo Machado de Carvalho assume a Rádio Record e dá início ao rádio comercial brasileiro, pois transformou a emissora em uma empresa.
Enfim, o professor afirma que “todas as comemorações são válidas para marcarmos os acontecimentos do rádio, mas não podemos de fato de métodos científicos que podem ocorrer equívocos que temos sobre a história do meio no Brasil”.
Entre polêmicas, histórias, personagens e as informações do mercado e farão com que o espaço seja uma oportunidade para todos que possam refletir a importância do áudio na vida das pessoas.
Profissional com ampla atuação no mercado de comunicação atuando em redações de emissoras de rádio (CBN, Capital AM, Sulamérica Transito, EBC/Radiobras) agências de notícias (Agência Brasil, DPA, Voz da América e DW) e TV WEB (ALL TV). Também atuou como gestor de equipes e dirigente de agências de comunicação empresarial (Comnexos e RV&A). Possui graduação em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu (1994), especialização em Política Internacional pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1995), mestrado em Comunicação e Mercado pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero (2002), especialização em Administração de Empresas pela FAAP (2014), doutorado no Programa de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, instituição na qual leciona nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Fez Pós-doutorado do programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (2020) Também é professor na Fundação Armando Álvares Penteado, nos cursos de Rádio e TV e Jornalismo, bem como foi coordenador do curso de Pós-graduação de Produção Executiva e Gestão de TV e atualmente é coordenador do curso de extensão Produção Executiva e Gestão de TV Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Rádio e Televisão, Jornalismo Novas Tecnologias, Comunicação Corporativa e Planejamento Estratégico em Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação, rádio, jornalismo, internet, comunicação corporativa e planejamento comunicacional. É integrante do Grupo de Investigação em Rádio, Fonografia e Áudio (Girafa) do programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. É o idealizador do projeto 'RadioFrequencia' (https://medium.com/@radiofrequencia)