A Galla Produções acabou!

É difícil você ver algo acabando e estar tranquilo com isso. O início geralmente é o lugar onde depositamos nossas melhores expectativas e alegrias. O fim geralmente fica com a parte ruim, herda a frustração de todos erros ocorridos no processo. Mas este, definitivamente, não é o caso deste fim.

A Galla Produções nasceu do meu desejo de produzir grandes rádios.

Quando comecei a empresa, eu já estava escrevendo e produzindo para três rádios enormes e isso me motivou a buscar outras mais. As rádios estavam me buscando de maneira orgânica e então conclui que ter uma produtora poderia me ajudar a alcançar mais gente. E de fato ajudou. 

Lancei dois sites nesse meio tempo e tudo caminhou muito bem até então. Mas as ideias vão mudando e eu costumo me arriscar. Em 2010, época que lancei o primeiro site, eu tinha uma outra ideia do negócio. Eu queria parecer uma empresa enorme. Talvez tenha feito algum link de que minhas chances de produzir para mais rádios grandes aumentariam caso a produtora também fosse grande. 

Hoje, penso que o bom mesmo é fazer um trabalho ÚNICO, e que se o resultado do trabalho for percebido assim pelo meu cliente, pouco importa se eu tenho um estúdio gigante no coração comercial de uma grande capital brasileira ou se eu estou produzindo num coworking. É claro que equipamentos são importantes, mas pra mim nenhuma máquina supera o cérebro e se está superando, é porque tem algo errado. 

Sobre o tamanho do cliente, aprendi que importante não é o tamanho que ele tem, e sim o tamanho que ele quer ter e o quanto ele quer usar as minhas ideias para alcançar esse objetivo.

Me lembro que no primeiro site eu tinha colocado uma missão de ser a maior produtora do Brasil até 2018. Nem sei se alcancei esse objetivo, pois este desejo se dissolveu. Passei a me ver como um artesão e não me vi mais competindo com ninguém. Foquei totalmente no trabalho e principalmente nos resultados que eu tinha que alcançar para quem confiava em minhas ideias e percepções. Estava buscando cada vez mais me dedicar de cabeça nos projetos, usando suas diferenças como trunfo para criar, indo em direção oposta a uniformização natural que as grandes empresas impõem aos seus clientes.

Então, trabalhar usando um nome de uma empresa, no caso Galla Produções, não estava fazendo mais sentido. 

O caminho estava cada vez mais claro de que minha satisfação vinha de criar e produzir coisas que vinham das minhas construções culturais e pouco tinham a ver com o que vinha sendo produzido por outras produtoras. Eu não queria mais produzir vinhetas, eu queria desenvolver ideias e transformá-las em áudio. Estava cada vez mais sendo eu e que bom, pois sou muito ruim quando tento ser os outros. Já que é pra ser eu mesmo, melhor usar meu nome. 

A Galla Produções agora é GLEYS.

Você pode acessar e ouvir meus principais trabalhos feitos para o Brasil e para o mundo no site gleys.net

Podemos ficar estagnados por medo ou buscando segurança, mas fazer o novo me inspira. 

Um abraço!