Segunda-Feira, 02 de Janeiro de 2023 @
Está difícil iniciar um novo projeto, fazer com que ele tenha corpo e cresça de forma saudável. É preciso mudar a cultura do imediatismo
Quem acompanhou nosso trabalho, viu que eu tive que me reposicionar para não operar o mesmo nome que a Band se propôs em colocar no mercado. Isso não impediu a gente de seguir com a marca Play, pois temos o registro no INPI tanto quanto a Band. E assim, emissoras parceiras nossas, como Juiz de Fora, Boquim e até uma nova que vai entrar nas próximas semanas com a nossa programação via satélite, vai seguir com o nome Play.
Mas eu notei um espanto de alguns quando eu manifestei o meu lamento com o fim da Play FM da Band.
Isso não é bom para o mercado, de jeito nenhum. Primeiro porque tenho amigos de longa data como Wagner Ferraz, Gislaine Martins, Ricardo Sam que foram figuras que eu cruzei na minha caminhada como locutor em rádio e tenho muito respeito. Fica a minha torcida para o ingresso deles em outra emissora o quanto antes por se tratarem de profissionais de alta qualidade.
Lamento pelo Betinho, figura que não tenho tanta proximidade, mas tenho admiração por ser um cara que se esforça em fazer rádio de qualidade. O fim da Play não é bom porque mostra como está difícil iniciar um novo projeto, fazer com que ele tenha corpo e cresça de forma saudável.
Precisamos nos atentar e buscar novos meios de fazer rádio. Os Estados Unidos mostram inúmeras possibilidades de rádios consolidadas em todos os aspectos. Nós precisamos construir essa cultura por aqui também, que diferente de lá, busca no imediatismo resultados fora da realidade e empobrecem a cultura de rádio no Brasil.
Recado para o mercado, tanto para os profissionais, como para os proprietários: É hora de ter mais planejamento, noção da realidade e até mesmo sangue frio para colher lá na frente o resultado de um projeto vencedor. 24 meses é pouco tempo. E a Play, da Band, merecia mais fôlego e tempo para ir longe.