Quarta-Feira, 12 de Julho de 2023 @
Bom.
Fico muito incomodado quando vejo textos bacanas sobre números sensacionais do rádio.... nos Estados unidos ou na Europa. Pronto, falei!
Saber do desempenho do rádio em outros países é fundamental para nossa formação e informação. E este tudoradio.com publica o que de mais importante acontece em todo o planeta. Se você teve paciência de ler outros textos meus, sabe que estive na NAB, agora em abril pra me atualizar, na medida das minhas limitações. Mas, do que vi, o que mais me frustra é perceber que a bagagem vem de lá com equipamentos, softwares, antenas e tecnicidades que nos deixam super uptodate.
Mas os números que trazemos na bagagem e que chegam pelos nossos emeios, não são o nosso número. A gente comemora que o Rádio cresceu em participação, avançou em legislações, criou novos formatos, desenvolve modelos de negócios inovadores. Mas sempre lá fora. E sempre fica a torcida para que os sucessos se repitam no Brasil. É como se sentir guiando a Ferrari do vizinho rico, quando estamos num Monza com central multimídia ching-ling
Temos muito pouca informação real e cotidiana sobre o nosso rádio. Temos os boletins de audiência e uma apresentação bacana do Kantar por ano. Tem a medição de participação de mercado que era do Meio e Mensagem, agora é feita pelo CENP, que mostra sempre o Rádio o com porcentagem mirradas, porque não tem informação atualizada do nosso meio, das permutas, vendas diretas, negócios musicais e outros malabarismos que precisamos praticar para garantir a portinha aberta.
A internet, como meio, produz quaquilhões de informação mostrando seus feitos e efeitos sobre o usuário, sobre o mercado, na atualização de tendências. Enquanto isso não me surpreenderia existir radiodifusor ainda com emeio do BOL. Tem emissora que ainda vende “reclame” aos seus clientes com base na tradição de liderança. Pois a última vez que foi feita uma pesquisa de audiência na cidade, as calculadoras ainda tinham manivela.
O rádio precisa saber quem o ouve, porque, e o que pensa, como age, e até como o som chega, cavalgando ondas, ou em bits, que não deixam de ser números, zero e um.
Precisa saber por que os jovens ouvem rádio em internet e chamam de áudio, por que as novas agencias e clientes acham que o rádio saiu do ar junto com o fax. Temos de disputar o jogo no iphone do adversário.
O Rádio não pode ficar ranzinza, torcendo o nariz pra “esses meninos”. Eles nasceram num tempo em que o filho é que passa conhecimentos para o pai, porque detém o poder da informação sobre o reset do smartphone ou o botão certo pra não perder todos os contatos ao reinstalar o WhatsApp.
O rádio tem que dar seus pulos, provar por A mais B ou por 0101 por 0011 que é forte, benquisto, criativo, apesar de ser ao mesmo tempo, muquirana, avesso a visão corporativa, teimoso em achar que sabe conversar com os novos públicos porque já fez isso no século passado. Com números musicais e números da Loteria Esportiva.
(A ilustração foi feita com Inteligência Artificial Dall-E. Ainda acho tudo muito esquisito. Falei pra colocar o apresentador de camiseta, mas aí ele mudou o rosto. Tudo ainda é muito esquisito) r0m4