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Quarta-Feira, 06 de Dezembro de 2023 @

Rádio é o principal meio para descobrir novos artistas e músicas

Consultor Fernando Morgado destaca a força do rádio mesmo diante de serviços como Spotify

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No cenário dinâmico da mídia contemporânea, o rádio FM/AM continua a ser uma fonte essencial para a descoberta de músicas e artistas, apesar da ascensão das plataformas digitais. Um estudo realizado em 2023 pela Jacobs Media, nos Estados Unidos e Canadá, revelou informações valiosas sobre as preferências dos ouvintes na exploração de novidades musicais.

O rádio é fundamental para o mercado musical

De acordo com a pesquisa, 32% dos respondentes identificam o rádio FM/AM, em qualquer aparelho, como sua principal fonte para descobrir novas músicas e artistas. Este dado é notável, pois evidencia que, mesmo com o crescimento das plataformas de streaming e redes sociais, o rádio continua desempenhando um papel central no mercado musical. Para os profissionais envolvidos em emissoras de rádio, isso sublinha a importância de manter uma programação atrativa e inovadora, capaz de engajar o público existente e conquistar novos ouvintes.

A pesquisa também mostra que amigos e parentes são responsáveis por 10% das descobertas musicais, enquanto plataformas como SiriusXM e Spotify têm 8% cada, e o YouTube/YouTube Music segue com 7%. Isso demonstra que, apesar da variedade de opções, o rádio ainda se destaca como uma fonte influente e prioritária. Para as rádios, isso representa uma oportunidade de integrar suas estratégias de conteúdo e marketing com esses outros canais, maximizando sua influência e alcance.

Adaptação e curadoria: aspectos fundamentais

As emissoras de rádio precisam adaptar-se às tendências atuais do mercado. Isso inclui abraçar tecnologias digitais que permitem mais formas de interação com o público e explorar formatos inovadores. A interação direta com os ouvintes através das mídias sociais pode ampliar o alcance das emissoras e fortalecer a comunidade em torno da marca.

A curadoria musical é outro aspecto vital. A habilidade de identificar e promover novos talentos é um diferencial que as plataformas digitais não replicam completamente. Esta curadoria e a criação de narrativas em torno da música aumentam a lealdade do ouvinte e reforçam a identidade única de cada emissora.

É crucial também acompanhar as tendências de longo prazo. Entre 2018 e 2023, o percentual de pessoas que usam o rádio como principal meio de descobrir novas músicas diminuiu de 41% para 32%. Simultaneamente, o Spotify dobrou sua porcentagem de 4% para 8%. Apesar dessa tendência de declínio para o rádio e crescimento para o streaming, vale sublinhar que o rádio convencional mantém uma liderança considerável.

As emissoras precisam seguir inovando

Com a crescente competição de plataformas digitais, torna-se imperativo que as emissoras de rádio inovem não apenas na seleção musical, mas também na oferta de conteúdo variado, como programas de entrevistas, segmentos de notícias e debates culturais. Isso não apenas atrai uma audiência mais ampla, mas também enriquece a experiência dos ouvintes. A diversificação pode ser uma chave para manter o rádio relevante em um ambiente de mídia cada vez mais fragmentado.

Outro aspecto vital é a personalização da experiência do ouvinte. As emissoras de rádio podem aprender com as plataformas digitais, que utilizam algoritmos para oferecer recomendações personalizadas. Implementar estratégias que permitam uma programação mais direcionada ao gosto individual pode aumentar significativamente a fidelidade dos ouvintes. Isso pode ser alcançado através de pesquisas de opinião, interações em mídias sociais e análise de dados de audiência. Personalizar a experiência do ouvinte não só reforça o vínculo com a audiência existente, mas também atrai novos ouvintes que buscam conteúdo mais alinhado aos seus interesses.

Novas fontes de receita para as rádios

Por fim, a sustentabilidade econômica das emissoras de rádio é um tópico que merece atenção especial. Diante do cenário competitivo, as emissoras devem buscar modelos de negócios inovadores e sustentáveis. Isso pode incluir a exploração de mais fontes de receita, como parcerias com plataformas de streaming, eventos ao vivo e merchandising. Além disso, investir em publicidade digital e patrocínios segmentados pode abrir novos caminhos para monetização, mantendo as emissoras financeiramente saudáveis e capazes de investir em atrações e tecnologia.

Em resumo, a pesquisa da Jacobs Media em 2023 destaca a resiliência e a relevância contínua do rádio na era digital. Os resultados enfatizam a importância de manter a qualidade da programação, investir em tecnologias e estratégias de marketing integradas, além de valorizar a curadoria musical. Com essas iniciativas, o rádio não só continuará sendo uma fonte fundamental para a descoberta de músicas e artistas, mas também manterá sua posição proeminente no panorama da mídia moderna.

Tags: Rádio, música, plataformas, FM, digital, streaming, Spotify, mercado

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Colunista
Fernando Morgado Consultor e palestrante com mais de 15 anos de experiência nas áreas de mídia e inteligência de negócios. É Top Voice no LinkedIn e já atendeu clientes como Band, Grupo Globo e SBT. Autor de livros publicados no Brasil e no exterior, incluindo o best-seller Silvio Santos – A Trajetória do Mito. Foi coordenador adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM. https://instagram.com/morgadofernando_










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