Quarta-Feira, 13 de Dezembro de 2023 @
Fernando Morgado analisa comportamento dos ouvintes e enfatiza a importância da presença das emissoras em todas as plataformas
A resiliência do rádio tradicional
A pesquisa aponta razões significativas que mantêm os ouvintes sintonizados nas frequências FM/AM. Quase 67% dos ouvintes destacam a facilidade de escutar rádio no carro como um fator chave. Isso reafirma a importância desse meio como companheiro de viagens e deslocamentos diários, oferecendo entretenimento e informação de forma acessível e conveniente.
Além disso, a gratuidade do serviço (64%) emerge como um grande atrativo. Em um mundo onde a maioria dos conteúdos de entretenimento requer assinaturas ou pagamentos, o rádio se destaca como uma opção sem custos, acessível a todos.
O fator humano também é crucial. DJs, locutores e programas específicos são responsáveis por atrair 60% da audiência. Eles são a voz amiga, o curador musical, o informante confiável, criando uma conexão pessoal com os ouvintes.
A preferência por ouvir artistas e músicas favoritas (57%) e o hábito (56%) são outras razões significativas que mantêm os ouvintes fiéis ao rádio tradicional. A familiaridade com o formato, a nostalgia e a programação musical contribuem para essa lealdade.
O desafio da inovação e da presença digital
Apesar desses números robustos, é fundamental que as emissoras de rádio não se acomodem. O mundo está cada vez mais interconectado e o streaming desponta como uma forma poderosa de consumo de mídia. As emissoras precisam estar atentas a essas mudanças para continuarem relevantes.
A presença digital não é apenas uma questão de alcance, mas também de engajamento. Plataformas de streaming e redes sociais oferecem oportunidades únicas de interação com o público. Além disso, a digitalização permite uma segmentação mais eficaz da audiência, abrindo espaço para experiências mais personalizadas e publicidade direcionada.
O streaming como aliado
Integrar o streaming à estratégia das emissoras de rádio não é apenas uma resposta às demandas do mercado, mas também uma oportunidade de expansão. O streaming permite que o rádio ultrapasse barreiras geográficas, alcançando ouvintes em qualquer lugar do mundo. Além disso, oferece flexibilidade aos usuários, que podem escolher o que, quando e como querem ouvir.
O conteúdo sob demanda é outra tendência que as emissoras de rádio podem explorar. Podcasts, por exemplo, ganham cada vez mais popularidade. Eles permitem uma forma de consumo mais personalizada e adaptável às rotinas dos ouvintes.
Adaptar-se para permanecer
As emissoras de rádio devem entender que a adaptação aos novos tempos não significa abandonar o dial, mas sim complementá-lo. A pesquisa da Jacobs Media mostra que, apesar da preferência clara pela forma tradicional de ouvir rádio, é imperativo estar presente e atento às outras formas de transmissão.A coexistência do rádio tradicional com as novas tecnologias de streaming representa não só um desafio, mas também uma oportunidade de crescimento e reinvenção. É essencial que as emissoras abracem essas mudanças, mantendo a essência do que torna o rádio tão especial, ao mesmo tempo em que exploram novos horizontes para se conectar com seu público de maneiras inovadoras e significativas.