Quarta-Feira, 17 de Janeiro de 2024 @
Consultor Fernando Morgado destaca a renovação do hábito de ouvir rádio graças à transmissão pela internet
Desde 2015, a parcela do streaming no tempo total de audição de rádio nos EUA mais que dobrou, passando de 6% para 13% entre ouvintes de 13 anos ou mais. Essa mudança gradual e constante indica uma evolução significativa nos hábitos de consumo de mídia. Para as emissoras de rádio, essa transição traz desafios e oportunidades.
Adaptação às mudanças demográficas
A elevação na audição de rádio FM/AM por streaming se mostra uniforme entre todas as faixas etárias. O público mais jovem lidera na adoção do streaming, mas até ouvintes acima dos 55 anos agora dedicam 9% do seu tempo de audição de rádio a transmissões on-line. Esta democratização do acesso ao streaming destaca a necessidade de as emissoras de rádio adaptarem suas estratégias para alcançar um público mais amplo.
Um fator que pode impulsionar essa mudança é o padrão de consumo de rádio em veículos. Embora seja fácil acessar transmissões de rádio via smartphones em carros, estima-se que apenas 1% do tempo de audição de rádio em automóveis seja por streaming. Esse dado aponta um grande potencial para crescimento e inovação, tanto em tecnologia quanto em estratégias de marketing.
A importância da mobilidade
Nesse contexto, a relevância das plataformas móveis é indiscutível. Em 2022, o tempo gasto ouvindo áudio em telefones ultrapassou o tempo em aparelhos de rádio tradicionais. Essa tendência ressalta uma verdade fundamental para as emissoras de rádio: para ter sucesso, é essencial prevalecer no ambiente móvel.
Como as emissoras de rádio podem se adaptar e prosperar diante desses dados? Reconhecer que o streaming não é apenas uma alternativa ao dial, mas um componente essencial da experiência auditiva moderna é crucial. Isso implica investir em plataformas de streaming próprias ou em parcerias com agregadores já existentes.
Produzir conteúdo para streaming é vital. As transmissões devem ser envolventes e pertinentes a um público variado, considerando as preferências de diferentes grupos etários. A interatividade e a personalização, forças do streaming, podem ser aproveitadas para estreitar ainda mais a conexão com o público.
Atenção aos diversos aparelhos receptores
A otimização para dispositivos móveis é outro ponto crucial. Isso envolve assegurar que o conteúdo seja acessível e atrativo em smartphones e outros dispositivos. Além disso, as emissoras de rádio devem adotar estratégias de marketing digital para divulgar seus canais de streaming, empregando agregadores, plataformas de mídia social, SEO e outras ferramentas digitais para atrair e engajar ouvintes.
A colaboração com a indústria automotiva pode abrir novas possibilidades, como demonstra a experiência dos Estados Unidos. Desenvolver tecnologias e interfaces que facilitam o acesso ao streaming em veículos pode ser um diferencial importante, dada a predominância do rádio nos carros.
A transição do rádio para o streaming é um fenômeno inegável. Para donos e colaboradores de emissoras de rádio, adaptar-se a essa mudança não é apenas uma questão de sobrevivência, mas uma oportunidade de reinvenção e crescimento. Abraçando novas tecnologias e compreendendo as mudanças nos hábitos de consumo de mídia, o rádio tem tudo para continuar a prosperar na era digital.