Segunda-Feira, 27 de Maio de 2024 @
A Anomalia Magnética do Atlântico Sul desafia a radiodifusão, mas a adaptação tecnológica garante a qualidade dos serviços
Os efeitos sobre a propagação das mais diferentes frequências de rádio, desde satélite até a radiodifusão, em maior ou menor intensidade, já sofremos diariamente. Isso compõe a estatística de nossa avaliação das emissoras de nosso setor, desde TV até FMs, passando pelas OMs. Vamos nos adaptando aos efeitos e às mudanças a que estamos sujeitos, como as climáticas.
Em nosso setor, as interferências são as mais variadas possíveis, inclusive aquelas que causamos reciprocamente sem a segurança da determinação das relações e diferentes métodos de cálculos de propagação, que, apesar de físicos, seguem modelos matemáticos que trazem um alto grau de imprecisão, a ponto de sermos surpreendidos com determinados resultados práticos.
A alta variabilidade entre a transmissão e a recepção, afetada pelo meio (espaço livre e obstruções do relevo), causa essa perplexidade. Não é a variação eletromagnética sozinha que nos remeterá a quaisquer malefícios. Devemos sempre seguir em frente, aprimorando sistemas de transmissão, com polarização adequada e potências suficientes para a prestação de serviços de radiodifusão um pouco além do contorno protegido preconizado pela nossa regulamentação.
O Brasil tem o Observatório Magnético de Vassouras, RJ, que traz registros magnéticos desde 1915. Vale a pena dar uma lida no que se faz em termos de pesquisa sobre o tema e vários ensaios científicos relativos.
Assim, finalizando, seguimos magnetizados com os efeitos da comunicação de massa, aberta e gratuita e imprescindível. Um exemplo disso é que, em 1930, Einstein descobriu ou ilustrava a transmissão por fótons, e recentemente se fala em comunicação quântica e computadores quânticos, onde a luz e seu processamento permitirão um novo marco no processamento, muito além e acima dos “chips” atuais.
Atualização sobre a anomalia magnética do Atlântico Sul
Recentemente, a NOAA, uma agência do Departamento de Comércio dos EUA que monitora oceanos e atmosfera, publicou um relatório sobre o crescimento da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS). Este relatório indica um aumento de 5% na área da anomalia desde 2020. A NOAA utiliza gráficos detalhados para demonstrar que a área afetada pela AMAS está se aproximando de regiões onde há maior probabilidade de ocorrerem danos por radiação nos satélites.
Os efeitos da AMAS na radiodifusão e na comunicação via satélite são complexos. A radiação que penetra nesta região pode causar desvanecimento e interferências na recepção, especialmente em frequências mais altas. Contudo, a maior recepção de banda SAT, mais direcional e eficiente, ajuda a mitigar esses efeitos.
O Brasil também tem acompanhado de perto essa anomalia, através do Observatório Magnético de Vassouras, que possui registros desde 1915. A anomalia afeta todos os sistemas que dependem de ondas eletromagnéticas, incluindo motores e equipamentos eletrônicos. As linhas eletromagnéticas que vão do polo sul ao polo norte geográfico são influenciadas por variações na declaração magnética, o que pode impactar a precisão de instrumentos de navegação.
Em resumo, embora a AMAS represente um desafio, a radiodifusão tem se adaptado a essas mudanças, aprimorando seus sistemas de transmissão e recepção para garantir a continuidade e a qualidade dos serviços. Acompanhar essas variações e desenvolver novas tecnologias é fundamental para mitigar os impactos e garantir a eficiência da comunicação de massa.
Crescimento da Anomalia do Atlântico Sul (AAS). Crédito imagem: Reprodução/Agência Espacial Europeia
José Eduardo Marti Cappia - Graduação 1979 pela Universidade de Mogi das Cruzes. Engenheiro Eletricista com habilitação em: Eletrônica e Eletrotécnica. Consultor Técnico propagação – Sistemas Antenas FM Shively Labs. Diretor de Radio SET; Liderança Técnica AESP – desde 2011 e Diretor da Empresa EMC Diretor da Empresa EMC – SOLUÇÃO EM TELECOMUNICAÇÕES deste 1991. .