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Terça-Feira, 02 de Julho de 2024 @

Os 50 principais erros que o rádio comete no Brasil

Rádio no Brasil precisa modernizar práticas para evoluir.

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Este artigo não tem o objetivo de desmerecer o rádio brasileiro ou diminuí-lo. Pelo contrário, queremos trazer uma realidade que precisa evoluir. Durante uma imersão entre emissoras de Nova York nos Estados Unidos foram identificados 50 erros ainda cometidos pelas rádios brasileiras. Sabemos que existe uma diferença cultural entre Brasil e Estados Unidos, mas muitas práticas que funcionam no rádio americano também podem ser aplicadas aqui. Desde a programação, processos, plásticas, entre outros, é importante analisar cada ponto. Reconhecemos que algumas rádios, independentemente do tamanho, já evitam muitos desses erros. No entanto, ainda há emissoras que precisam se atentar ao momento de cuidar e evoluir o rádio. Precisamos trabalhar com realidades e não mundos de fantasia. Aqui estão 50 erros que o rádio comete no Brasil e que precisam ser urgentemente melhorados.

1. Tocar músicas do YouTube no ar: A qualidade do áudio de vídeos do YouTube não é adequada para o rádio. Além disso, versões de clipes e shows contêm efeitos sonoros de ambiente que podem ser interpretados como ruídos pelos ouvintes.

2. Tocar músicas com qualidade ruim: Muitas rádios tocam músicas em MP3 com menos de 320 kbps. O ideal é usar arquivos em WAV ou em MP3 em 320 kbps. Aviso: converter MP3 de baixa qualidade para WAV ou para 320 kbps não melhora a qualidade do áudio.

3. Permitir a cada locutor que faça a programação musical: A rádio tem de ter uma identidade única no desenvolvimento da programação musical. Além de que não se pode ter um estilo musical em cada horário por gosto de cada locutor.

4. Tratar o digital (redes sociais) como última prioridade: Só no Brasil tem mais de 185 milhões de usuários de redes sociais. Ficar fora desse mar de gente é a mesma coisa que ignorar uma audiência gigantesca e as oportunidades de engajamento e crescimento que ela oferece.

5. Tratar o intervalo comercial como algo ruim: Tanto no Brasil quanto no mundo o rádio ainda trata comerciais como algo negativo. Já passou da hora de parar de usar frases como "1 hora sem comerciais" ou "Agora um intervalo e depois tem mais coisa boa". Isso sugere que o comercial não é uma coisa boa?

6. Não cuidar da qualidade do streaming diariamente: Muitas emissoras não conferem seu streaming diariamente e só descobrem que a rádio saiu do ar na internet quando alguém reclama. Além disso, muitas usam aparelhos de rádio ou saída da mesa do AR para captar o áudio para o streaming.

7. Resistir a mudanças por receio de aceitação da equipe: Não deve existir algo como "tal locutor não vai gostar e não vai fazer". Esse locutor é dono da rádio? Se não, padrões devem ser respeitados.

8. Parar de trabalhar com achismos: Muitos produtos, conteúdos ou ações na programação são baseados em "acho que isso é legal". Não se pode "achar", é preciso saber o que o ouvinte realmente quer. Isso é marketing básico. Faça rádio para o seu consumidor, não para você.

9. Incluir músicas na programação só pelos números da internet: Não se deve colocar músicas na programação porque estão em um ranking no Spotify ou têm milhões de visualizações no YouTube. Qualquer um pode ter milhões de visualizações na internet, basta impulsionar ou usar robôs.

10. Não tratar o break como conteúdo artístico: É preciso dar uma atenção artística ao break para torná-lo o mais interessante possível. Você usa vinhetas da rádio entre os comerciais? Tem 2 ou até 3 versões de chamadas para cada promoção? Afasta a mesma voz de determinados locutores entre um comercial e outro? Teasers com vozes de ouvintes?

11. Ler textos de portais sem alterar a linguagem: Os textos escritos para portais de notícias não têm uma linguagem apropriada para o ouvinte e para o rádio, pois muitos deles têm uma estratégia de SEO aplicada. Por isso é necessário reescrevê-lo.

12. Usar linguagens que dão sensação de encerramento: Muitos locutores têm o vício de falar frases que dão a impressão de descontinuidade, como: "está começando a nossa última hora". É preferível usar frases que mantenham conexão, soma e continuidade, como: "agora está começando mais uma super hora pra você".

13. O locutor atual não se atenta ao detalhe da mixagem entre músicas e vinhetas: Quantas vezes ouvimos as músicas terminarem até o último aplauso daquela versão ao vivo? Muitas. É preciso cuidar das mixagens e evitar buracos ou momentos desnecessários das músicas.

14. A falta de uma interpretação ideal em um testemunhal: O testemunhal, como o próprio nome sugere, serve para testemunhar uma experiência e incentivar o ouvinte a consumir um produto ou serviço, demonstrando que você mesmo teve uma experiência positiva com ele.

15. Veicular áudios longos de ouvintes sem edição: Os áudios enviados pelo WhatsApp ou por outras ferramentas devem ser editados e tratados, mesmo que de forma rápida, para evitar longas durações com conteúdo que possa ser interessante apenas para um único ouvinte.

16. Falta de vocabulários: É perceptível a repetição diária do que é falado no rádio. Isso ocorre por falta de leitura e informação. Um comunicador deve estar bem informado sobre o máximo de assuntos possíveis para criar frases e conteúdos interessantes e menos repetitivos.

17. Trabalhar sem análise de dados: O rádio do interior sofre com a falta de pesquisas, mas muitos outros dados estão disponíveis para a criação de produtos baseados em informações concretas. Exemplos incluem: audiência de streaming, número de pedidos musicais, engajamento nas redes sociais, além de dados e perfis dos participantes de promoções, entre outros.

18. Veicular comerciais com linguagem de TV no Rádio: Por quantas vezes e por quanto tempo o rádio vai aceitar qualquer tipo de material para veicular em sua emissora? Um comercial feito para TV geralmente tem uma linguagem inadequada para o rádio ou você acha normal falar "Veja essas ofertas" no Rádio?

19. Não determinar um padrão de áudio para veicular nas emissoras: O rádio no Brasil sofre com a falta de padrões de qualidade nos arquivos de áudio. Agências e gravadoras enviam diferentes tipos de áudios e o rádio simplesmente os aceita sem estabelecer um padrão, seja ele em MP3, WAV ou qualquer outro formato.

20. Não cuidar do tempo médio de audiência: O tempo que o ouvinte se mantém sintonizado na sua emissora é um dos indicadores mais importantes para os resultados de audiência. As suas promoções, a programação musical e a linguagem usada pelos locutores influenciam diretamente quanto tempo o seu ouvinte permanece conectado à sua rádio.

21. Falta de treinamentos periódicos para a equipe: Não investir em capacitação contínua pode resultar em uma equipe desatualizada e menos eficiente.

22. Desprezar a importância da qualidade do áudio: Muitas emissoras têm ótimos equipamentos, mas não exploram nem 50% de suas capacidades. Um exemplo são os processadores eficientes com equalizações inadequadas.

23. Falta de clareza e valorização na comunicação de promoções: Por várias vezes percebe-se uma locução simples que não valoriza o prêmio. É importante entender que se trata de um presente. Um presente deve ser entregue com valor, com alegria e não como se fosse qualquer coisa.

24. Falta de atualização do site da rádio: Muitos sites de rádios não são atualizados regularmente, o que pode afastar os ouvintes que buscam informações recentes e consomem conteúdos da rádio também no digital.

25. Não falar e debater sobre produto: O meio rádio sempre debate sobre regulamentações, tecnologia e publicidade, mas nunca há um debate sobre o produto rádio e sua qualidade.

26. Não fazer a curadoria da programação musical: É perceptível a constância do "copia e cola" nas programações musicais de emissoras de rádio com perfil musical.

27. Tratar a música como tapa-buraco: Por muitas vezes se fala: "se sobrar tempo, toca música". Até aí tudo bem, mas na hora da escolha dessa música é preciso respeitar o perfil de audiência e a identidade da emissora. Não é porque se gosta de pop/rock que vai escolher Titãs para preencher tempo se a rádio é sertaneja.

28. Comer enquanto está no AR: Além de atrapalhar a articulação, a respiração e a clareza das palavras, comer no estúdio prejudica os equipamentos, principalmente o microfone, que pode ficar com resíduos em suas cápsulas.

29. Não roteirizar programas: O roteiro não é uma ferramenta para engessar o programa, mas para direcionar e facilitar a produção. Por mais que o programa tenha conteúdos variáveis de um dia para o outro, é importante manter uma linearidade do que é apresentado em cada minuto diariamente.

30. Não buscar constantemente feedbacks de ouvintes: Quantas vezes sua emissora estimula o pedido de músicas, de opiniões, realiza pesquisas qualitativas ou analisa de forma mais cuidadosa uma reclamação do ouvinte? Independentemente de um elogio, reclamação ou pedido musical, é possível identificar muitos pontos interessantes para utilizar na sua emissora.

31. Dependência se formatos antigos: Relutância em adotar novos formatos de programas que tem sucesso em outros mercados ou de renovar e inventar. Ainda se pensa assim: copiar e manter o que se faz há 40 anos é mais fácil e AINDA dá resultado.

32. Não usar o locutor como influenciador: Com a conexão autêntica que os locutores já tê com seus ouvintes, essa estratégia permite criar conteúdo exclusivo nas redes sociais, fidelizar audiência, atrair novas parcerias e explorar novas oportunidades de receita.

33. Negligência com a experiência do ouvinte: Não criar uma experiência de áudio imersiva e agradável.

34. Negligência com a qualidade da voz dos locutores: Não investir em treinamento e cuidado vocal para os locutores.

35. Pouca inovação no marketing: Estratégias de marketing tradicionais que não exploram novas tendências.

36. Falta de presença em plataformas de música: Não estar presente em plataformas de streaming de música.

37. Pouco investimento em pesquisa de audiência: Falta de dados precisos sobre a audiência da sua emissora perante ao seu share e à concorrência.

38. Falta de criatividade nas promoções: Promoções e concursos previsíveis e parecidos entre as emissoras concorrentes.

39. Não criar um calendário editorial: Falta de planejamento e organização da produção de conteúdo.

40. Não ter um processo de edição definido: Falta de padronização e qualidade na edição do áudio.

41. Não definir claramente o público-alvo e adaptar a programação para ele: Não há como fazer uma programação para todos os perfis de audiência.

42. Acreditar que ser primeiro lugar no ranking é a métrica mais importante de audiência: É necessário aprender mais sobre pesquisas e entender outras métricas como alcance (ouvintes únicos), tempo médio, superposição, entre outras, que mostram aspectos importantes sobre hábitos e comportamentos de consumo, além de revelar pontos valiosos da performance da sua programação.

43. Não fazer uma programação musical de forma estratégica: Até que ponto cada um da equipe conhece o fundamento de uma programação musical? Fazer programação musical é deixar os locutores escolherem as músicas? Depende! E tocar a mesma música várias vezes ao dia? Depende.

44. Não investir em pesquisas sobre hábitos e comportamentos de consumo: O rádio precisa entender os hábitos de consumo da audiência de cada produto oferecido. Por quanto tempo um ouvinte suporta uma música sem relevância? Por quanto tempo o ouvinte mantém a atenção em um spot comercial? Quais conteúdos mantêm um ouvinte sintonizado por mais tempo?

45. Não conhecer as métricas do digital: A sua emissora acompanha diariamente cada número da audiência do streaming? A sua equipe ainda acha que o número de seguidores é o mais importante nas redes sociais? Se sim, algo precisa mudar urgentemente.

46. Pouca flexibilidade nos formatos publicitários: Por quanto tempo mais as emissoras e as agências publicitárias vão emitir apenas PI’s com materiais rotativos e textos comerciais de supermercados com 10 ofertas em 30 segundos, sendo que o ouvinte talvez mantenha sua atenção até a segunda oferta?

47. Falta de planejamento estratégico e operacional: Você discute, decide e mostra para toda a equipe, desde os locutores até outros diretores, onde os números da sua rádio estão e para onde devem ir? Faz reuniões periódicas para alinhamentos? Se não, algo precisa mudar urgentemente. O rádio precisa se profissionalizar.

48. Virar chaves e acabar com produtos sem um estudo mais aprofundado: Quantas Rádios deixaram de ser a própria rádio com a migração do AM para o FM? Muitas. Será que não bastava uma adaptação? Quando vamos sair da zona do “achismo” no Brasil?

49. Não preparar sucessores: Quem vai cuidar do rádio daqui a 10, 20 ou 50 anos? Quem vai implantar as inovações do meio? Em poucas emissoras percebe-se a continuidade do trabalho pela sucessão, mas no Brasil existem mais de 5 mil rádios comerciais.

50. Falar que o Jovem e Classe A não ouvem Rádio: Todas as faixas etárias e classes econômicas são alcançadas pelo rádio, especialmente no Brasil. Embora os números não sejam semelhantes aos dos anos 80 e 90, quando o rádio tinha uma audiência mais jovem, o rádio, por vários motivos, canais e influências conforme pesquisas, alcança esses dois públicos também.

Os pontos apresentados aqui são um convite à reflexão e à ação para todos os profissionais do rádio brasileiro. A evolução é contínua e necessária para que o meio rádio mantenha sua relevância e continue a proporcionar experiências ricas e significativas aos ouvintes. Aprender com as melhores práticas internacionais e adaptar essas lições à nossa realidade cultural é um passo essencial. É hora de encarar os desafios, implementar melhorias e garantir que o rádio brasileiro continue a ser uma poderosa ferramenta de comunicação e entretenimento.

Tags: Rádio, artístico, práticas, planejamento, organização, roteiro, digital, pesquisa, consumo, audiênci

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Colunista
Cristiano Stuani

Consultor de Marketing e Professor Universitário no Curso de Administração de Empresas. Formado em Administração com Pós em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Foi Diretor de Marketing e Artístico da Rádio Paiquerê FM 98.9 de Londrina, Gestor de Implantação da Rede Kairós FM, além de atuar como marketing nas Rádios Folha FM 102.1 e Igapó FM 104.5 (ambas em Londrina), com passagem pela coordenação da 98 FM 98.9 de Curitiba (Grupo GRPCOM), marketing da Rádio Banda B AM 550 FM 107.1 de Curitiba, gestão artística da Massa FM 97.7 de Curitiba e de São Paulo (FM 92.9), além de Head de Digital do Grupo Massa de Comunicação.










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