Sexta-Feira, 31 de Janeiro de 2025 @
Setor segue em busca de soluções técnicas e regulatórias para modernizar e democratizar o acesso ao rádio digital
A implementação do rádio digital no país envolveu exaustivas análises e testes conduzidos por entidades como o Ministério das Comunicações, Anatel, universidades e centros de pesquisa, incluindo a USP, o Mackenzie, a UFMG e a UFCG. Esses estudos proporcionaram avanços na digitalização do áudio e na infraestrutura de transmissão, mas também evidenciaram os desafios técnicos e regulatórios para a adoção de um padrão digital definitivo.
Entre os sistemas discutidos, o DRM foi destacado como a solução mais adequada para transmissões em ondas curtas, devido à sua capacidade de oferecer áudio digital de alta qualidade, metadados e outros recursos avançados. Esse modelo é visto como uma alternativa viável para ampliar a cobertura de regiões remotas, como a Amazônia, através de uma combinação de ondas curtas digitais e transmissões FM.
O HD Radio, amplamente utilizado nos Estados Unidos, também foi analisado por sua eficiência em transmissões híbridas (Simulcast), que combinam o sinal analógico e uma subportadora digital, respeitando as limitações do espectro eletromagnético. Além disso, foi debatida a possibilidade de adoção voluntária desses sistemas no Brasil, com alinhamento ao Ministério das Comunicações e à Anatel.
Outro ponto relevante do workshop foi a abordagem sobre o DAB+, um padrão que opera na faixa de 174 MHz na Europa. No Brasil, essa faixa está ocupada pelos canais altos de TV, mas foi levantada a possibilidade de testes na faixa estendida de 76 a 78 MHz, o que permitiria a veiculação de novos conteúdos digitais.
A adoção de receptores compatíveis com múltiplos padrões, como HD Radio, DAB+ e DRM, também foi discutida, reforçando a importância de um chip multicanal que possibilite a recepção de diferentes sistemas. Essa inovação pode impulsionar a digitalização e a adoção de novos formatos, como audiobooks e podcasts, além de expandir a difusão de conteúdos digitais no Brasil.
O evento, que contou com a participação de representantes do DRM, HD Radio e DAB+, reforçou a importância de manter o diálogo aberto sobre o futuro da radiodifusão digital no país. Com isso, o setor segue em busca de soluções técnicas e regulatórias para modernizar e democratizar o acesso ao rádio digital.
José Eduardo Marti Cappia - Graduação 1979 pela Universidade de Mogi das Cruzes. Engenheiro Eletricista com habilitação em: Eletrônica e Eletrotécnica. Consultor Técnico propagação – Sistemas Antenas FM Shively Labs. Diretor de Radio SET; Liderança Técnica AESP – desde 2011 e Diretor da Empresa EMC Diretor da Empresa EMC – SOLUÇÃO EM TELECOMUNICAÇÕES deste 1991. .