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Terça-Feira, 25 de Março de 2025 @

Concessões de rádio continuam valendo muito no Brasil

Fernando Morgado avalia a importância do dial, incluindo seu impacto financeiro

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Os números da mais recente Techsurvey são claros: dois em cada três ouvintes preferem o rádio FM/AM porque é gratuito. Esse é o segundo motivo mais forte para sua escuta, perdendo apenas para a facilidade de ouvir no carro, citada por 67% dos entrevistados. Esses dados revelam algo essencial: ao contrário do que muitos imaginam, as concessões de rádio outorgadas pelo Estado não perderam valor e continuam fundamentais para a comunicação.

No Brasil, onde o rádio tem uma penetração gigantesca, essa realidade é ainda mais evidente. O dial não é apenas um canal de entretenimento, mas um instrumento de desenvolvimento regional, integração e soberania. A ideia de que o rádio tradicional estaria ultrapassado ignora sua importância estratégica, especialmente em um país de dimensões continentais.

O rádio fortalece a economia local?

Nenhuma outra mídia tem um impacto tão direto na economia regional quanto o rádio. Pequenos e médios empresários dependem das emissoras para anunciar seus produtos e serviços com eficiência e custo-benefício muito superior ao das plataformas digitais. O rádio mantém o dinheiro circulando dentro do país.

A publicidade no dial impulsiona o comércio local. Diferente das grandes plataformas, onde os anunciantes competem com marcas globais e algoritmos pouco transparentes, no rádio a mensagem tem relevância imediata e chega diretamente ao consumidor. Isso permite que mercados regionais prosperem, fortalecendo a economia de bairros, cidades e estados inteiros.

Tamanho potencial de crescimento atraiu investimentos. Recentemente, o Grupo SCC ampliou sua presença no rádio em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a Forbes Brasil incorporou uma emissora em São Paulo, o Sistema MPA lançou a Nova Sertaneja na Grande Belo Horizonte, a família Camargo assumiu o controle da Rede Transamérica, o Grupo RIC adquiriu a Banda B, a Band FM foi inaugurada no Rio de Janeiro e o Grupo ND lançou a Alpha FM em Florianópolis, entre outros exemplos.

Esse movimento também impacta o mercado de trabalho. As emissoras de rádio geram postos de trabalho em cidades onde poucos outros meios de comunicação operam. Locutores, jornalistas, técnicos e profissionais de vendas encontram no rádio um mercado aquecido e enraizado nas comunidades. E o melhor: sem depender de algoritmos estrangeiros que controlam o que pode ou não ser visto.

Como o dial reforça a independência do país?

Investir no rádio tradicional significa garantir que a comunicação no Brasil continue sendo pautada pelas necessidades da população. Hoje, uma parcela significativa do conteúdo consumido pelos brasileiros passa pelo filtro de poucas big techs, que estabelecem suas próprias regras e podem mudar suas diretrizes sem aviso.

No dial, essa dinâmica é diferente. As concessões de rádio asseguram a prestação de serviços à população, especialmente em momentos críticos, como eleições, crises climáticas e emergências de saúde pública. Essa estabilidade estimula o mercado publicitário e o jornalismo local, além de assegurar que vozes regionais continuem tendo espaço.

Por que o dial é insubstituível?

Ao contrário das plataformas de streaming, que exigem conexão com a internet, assinatura e até conhecimento de outro idioma para navegar por suas interfaces, o rádio FM/AM é acessível a todos. Não há barreiras técnicas ou financeiras. Basta um receptor básico para ouvir notícias, música, esportes e serviços públicos em qualquer canto do Brasil.

Além disso, o dial tem um papel vital na preservação da cultura local. O rádio ajuda a manter vivas as tradições, a música e os sotaques que muitas vezes são ignorados pelas plataformas digitais. Sem o rádio tradicional, a produção cultural brasileira estaria ainda mais centralizada e homogênea, reduzindo a diversidade que faz do país um dos mais ricos do mundo em expressões artísticas.

Os dados da Techsurvey reforçam que o rádio não apenas continua relevante, mas é a escolha preferida da população. A gratuidade e a praticidade são apenas dois dos fatores que sustentam sua força. Mais do que um meio de comunicação, o dial é um ativo estratégico para o Brasil, garantindo desenvolvimento, inclusão e independência em um cenário cada vez mais dominado por conglomerados internacionais.

O futuro do rádio não está em disputa, pois ele já provou sua resiliência. O desafio agora é fortalecer seu modelo, ampliar sua modernização e garantir que continue sendo um pilar fundamental para a sociedade brasileira. As concessões de rádio não são um resquício do passado, mas um investimento no presente e no futuro do país.

Tags: rádio, audiência, mercado, movimentação, números, dados, trabalho

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Colunista
Fernando Morgado Consultor e palestrante com mais de 15 anos de experiência nas áreas de mídia e inteligência de negócios. É Top Voice no LinkedIn e já atendeu clientes como Band, Grupo Globo e SBT. Autor de livros publicados no Brasil e no exterior, incluindo o best-seller Silvio Santos – A Trajetória do Mito. Foi coordenador adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM. https://instagram.com/morgadofernando_










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