Sábado, 26 de Abril de 2025 @
As bets, por outro lado, parecem ser uma febre ainda mais forte, entretanto, os números ainda não estão tão consolidados assim. Estima-se que menos de 20% das pessoas apostem em esportes, enquanto cerca de 80% dos brasileiros ouçam rádio. Sendo assim, seria a união entre o rádio, as apostas esportivas e o inovador formato de podcasts uma parceria possível? Ou esta não é uma combinação tão efetiva assim?
Os perfis dos apostadores e dos ouvintes das rádios brasileiras
As casas de apostas oferecem aos seus jogadores uma variedade de opções diferentes. Para quem tem pouco saldo para depositar, uma plataforma com deposito de 1 real, 2 reais ou um valor semelhante é fácil de se encontrar. Já quem quer apostar em ligas desconhecidas na Ásia ou África, por exemplo, também encontrará várias opções online. As estações de rádio também oferecem aos ouvintes uma variedade de programas diferentes sobre qualquer tópico, incluindo podcasts.
Entretanto, embora seja no popular e no cotidiano que as apostas e a rádio se encontrem, é claro que o perfil dos seus públicos tem muitas semelhanças, mas também suas diferenças marcantes. Os números ilustram esses fatos com clareza:
Comparando a renda média dos dois perfis
Os fãs de rádio e apostas se encontram, principalmente, no fato de pertencerem às classes C, em sua maioria. Ou seja, os usuários majoritários das rádios e das bets, em termos de renda, são muito próximos. Entretanto, ambos os setores também tem um espaço rico para explorar em outras camadas sociais.
Uma distância clara: as faixas etárias se diferem
Na análise de faixa etária, a história se complica um pouco. Mesmo que 80% da população ouça rádio no Brasil, segundo a Kantar IBOPE Media, o maior público é formado por pessoas acima de 60 anos, com 21% das pessoas. A faixa de 40 a 49, que também não predomina entre os apostadores, é a terceira maior.
A segunda maior faixa etária, no entanto, é a de 30 a 39 anos, que se aproxima mais do público apostador no Brasil. Já nas apostas esportivas, você deve imaginar que o público de 18 a 35 anos domina: segundo diferentes pesquisas, nessa faixa de idade estão cerca de 60% dos usuários. Entretanto, engana-se quem acha que pessoas acima de 50 ou 60 também não apostam. Por exemplo, segundo o DataSenado, impressionantes 13% dos apostadores nas bets em determinado período foi formado por pessoas acima de 60 anos.
Como um podcast sobre apostas em rádios poderia acontecer?
Os públicos que apostam e ouvem rádio não são exatamente os mesmos, mas compartilham entre si vários pontos de encontro. De qualquer maneira, é fundamental ressaltar que ouvir rádio hoje em dia já não é como antigamente. Hoje, as emissoras estão cada vez mais presentes na internet, a um ponto em que grande parte dos ouvintes se concentra na web.
Sendo assim, a adaptação para um formato de podcast fica bem mais simples. De qualquer maneira, como poderia funcionar um programa como esse? Ele seria realmente assistido?
Na realidade, um bom primeiro passo seria integrar alguns minutos de um programa de esporte, por exemplo, para uma discussão voltada às apostas. Afinal, em qualquer programa do gênero, tanto os apostadores quanto os torcedores querem ter uma visão clara sobre o prognóstico do próprio time: vitória, derrota, quantos gols e como será a partida? Esse tipo de previsão pode ser interessante para todos.
Outros formatos poderiam funcionar?
Por fim, vale a reflexão se um programa apenas sobre apostas, tão específico assim, poderia funcionar? Bom, é claro que sim, entretanto, o grande risco da rádio aqui seria pecar pelo excesso de foco em um nicho específico.
Afinal, entre os próprios apostadores, há vários públicos: aqueles que fazem uma “fezinha” vez ou outra, ou aqueles que bolam estratégias complexas para apostas no longo prazo. Qual público escolher? Começar respondendo a essa pergunta seria uma boa decisão.
* Por Sandro Maciel
Ilustração / Pixabay
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