Rádios online / Emissoras ao vivo

Dials / Guia de Rádios

Procurar notícias de rádio

Canais.

Canais.

Canais.

Enquete

Quão importante é para uma estação de rádio FM ter o serviço de RDS ativo, que exibe o nome da estação e outras informações sobre a rádio?

Enquete

Segunda-Feira, 07 de Julho de 2025 @

Rádio: conflito entre conteúdo e comercial precisa parar

Fernando Morgado analisa os conflitos entre áreas e propõe soluções práticas para emissoras de todos os tamanhos

Publicidade
Um dos temas que mais surgem nas minhas consultorias, ou mesmo em conversas informais com profissionais do setor, é o desafio de alinhar interesses editoriais e comerciais dentro das emissoras. É um embate antigo, mas que persiste em vários contextos: de um lado, quem produz conteúdo e defende a independência criativa; de outro, quem vende anúncios e precisa garantir receita. Às vezes, esse conflito se traduz na metáfora da Muralha da China, separando essas áreas. Isso até parece resolver a situação, mas está longe de oferecer resposta real.

É claro que o conteúdo, especialmente o jornalístico, precisa de certa autonomia. No entanto, isso jamais pode ser interpretado como uma justificativa para virar as costas ao comercial. Afinal, é a área de vendas que viabiliza todas as outras. E num cenário em que projetos especiais são cada vez mais importantes para atrair audiência e receita em diferentes plataformas, o entendimento entre conteúdo e comercial deixou de ser opção e passou a ser obrigação.

Separar ou integrar: qual o melhor caminho?

A ideia de setores isolados, cada um no seu canto, parece confortável, mas é ineficiente. O que a experiência mostra é que o melhor resultado vem da conciliação, e não da separação absoluta. Branded content, conteúdos multiplataforma, projetos especiais em geral, nada disso é possível sem uma atuação conjunta e respeitosa entre comercial e conteúdo. E mais: a falta de alinhamento pode gerar ruído, retrabalho, perda de oportunidades e, pior ainda, deterioração das relações entre profissionais.

Essa pacificação só acontece com um movimento de cima para baixo. A alta gestão, especialmente os donos que participam ativamente da operação, precisa assumir o papel de liderança nesse processo. Se a empresa transmite a ideia de que as áreas podem se ignorar ou competir, o resultado será perda de eficiência e, em muitos casos, aumento de despesas. Agora, quando a gestão trabalha para estruturar processos e fortalecer o diálogo, o ambiente melhora e os resultados aparecem.

Como garantir que isso funcione também nas pequenas rádios?

Há quem ache que isso só vale para grandes emissoras, com times amplos e estruturas organizacionais bem desenhadas. Mas é justamente nas rádios menores que os processos fazem ainda mais falta. Quando tudo se mistura, os riscos aumentam. Ter normas, mesmo que simples, é um passo importante para profissionalizar a gestão, evitar mal-entendidos e permitir que a rádio cresça de forma mais saudável e sustentável.

Esse alinhamento também melhora a qualidade de vida no trabalho. Ninguém quer trabalhar em um ambiente onde uma área desacredita a outra. Quando há entendimento, o respeito aumenta. E isso se traduz em mais eficiência, mais criatividade e mais entrega para o público e para os anunciantes. O rádio precisa de menos trincheiras e mais construção conjunta.

Qual o papel das lideranças nesse processo?

Liderança, nesse caso, não é só ter cargo. É tomar atitude. É ouvir mais e agir com equilíbrio. Quando as chefias valorizam os dois lados e criam espaço para conversa de verdade, sem vaidade ou imposição, tudo muda. E, em muitos casos, o que parecia impasse vira solução. A rádio que entende isso avança. A que continua presa à velha rixa entre conteúdo e comercial só perde tempo e, claro, dinheiro.

É hora de transformar a relação entre conteúdo e comercial. Não se trata eliminar competições, pois isso é impossível e até saudável em certa medida. O que precisa acabar é o conflito mal resolvido, aquele que impede que boas ideias saiam do papel. Com processos bem desenhados, gestão presente e diálogo constante, dá para preservar a independência do conteúdo e, ao mesmo tempo, gerar mais resultados comerciais. Isso é bom para todos: radiodifusores, radialistas, ouvintes, anunciantes e para o futuro do rádio.

Tags: rádio, comercial, marketing, produtos, mercado, equipes, estratégia

Compartilhe!

Colunista
Fernando Morgado Consultor e palestrante com mais de 15 anos de experiência nas áreas de mídia e inteligência de negócios. É Top Voice no LinkedIn e autor de livros publicados no Brasil e no exterior, incluindo o best-seller Silvio Santos – A Trajetória do Mito. Foi coordenador adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM. Clique aqui para acessar o Instagram de Fernando Morgado










tudoradio.com © 2004 - 2025 | Todos os direitos reservados
Mais tudoradio.com:
Empresas parceiras do Tudo Rádio:
tudoradio.com - O site de rádios do Brasil

Entre em contato com o portal clicando aqui.