Terça-Feira, 22 de Julho de 2025 @
Fernando Morgado analisa dados e mostra que o rádio supera podcast, com alto recall e ROI elevado
Esse dado por si só já desmonta uma das falsas narrativas mais insistentes no mercado de comunicação: a de que apenas o vídeo manda. Não é verdade. O que de fato importa é a combinação entre entrega, frequência e emoção. E nisso, o rádio continua sendo imbatível. O áudio puro tem força, gera lembrança e, principalmente, gera resultado. Quem ainda subestima isso está jogando verba no lixo.
O recall dos formatos radiofônicos é altíssimo porque os ouvintes de rádio escutam com atenção e constância. Quando uma marca entra nesse ambiente, ela acessa também o campo emocional do ouvinte, já que os elementos da linguagem radiofônica permitem esse alcance com mais facilidade. Por isso, a mensagem “cola”.
Publicidade em áudio ainda vale a pena para o anunciante?
Anunciar no rádio não só vale, como entrega um retorno difícil de encontrar em outras mídias. Segundo o mesmo estudo, 38% dos ouvintes que ouviram publicidade de áudio disseram já ter pesquisado ou comprado algo por conta daquele anúncio. Não é pouco. Em tempos de excesso de estímulo e dispersão, conseguir esse tipo de resposta é ouro.
Além disso, o rádio oferece o melhor custo-benefício entre todos os meios. O custo por mil (CPM) nas redes sociais, por exemplo, sobe a cada trimestre, enquanto a entrega orgânica despenca. É um jogo caro e, muitas vezes, de baixa eficácia. Some-se a isso o fato de que a percepção de credibilidade das plataformas digitais é bem menor, segundo diversas pesquisas, o que torna o quadro ainda mais desfavorável para quem aposta tudo nas redes.
O que as marcas precisam entender sobre o rádio?
O rádio não é só um canal. É um território de confiança, frequência e proximidade. O anunciante que entende isso consegue extrair resultados consistentes e sustentáveis. Mas, para isso, é preciso parar de tratar o rádio como mídia secundária. Os dados mostram o contrário: o rádio é central.
Marcas que cresceram nos últimos anos com o rádio foram aquelas que souberam explorar o formato do meio com inteligência, respeitando sua lógica e colocando a criatividade a serviço da entrega sonora. Não adianta pensar com a cabeça do vídeo e tentar aplicar igual no áudio. O rádio tem suas fórmulas, seus códigos, e quando isso é bem usado, o resultado aparece.
Como os dados devem influenciar o planejamento de mídia?
Dados como esses não servem só para confirmar o que muitos já percebem na prática. Eles devem orientar investimento, estratégia e até a narrativa dentro das agências e departamentos de marketing. O áudio, principalmente quando bem estruturado no rádio, tem capacidade real de influenciar comportamento de compra.
Para quem trabalha com mídia, isso precisa estar claro. Ainda mais quando o ambiente digital está cada vez mais caro e saturado. O rádio oferece um atalho entre a mensagem e a ação. Ele não depende de algoritmos nem da boa vontade de nenhuma big tech para gerar resultado. Ele simplesmente entrega. E isso, em um cenário tão volátil, é uma vantagem competitiva das mais valiosas.
A publicidade no rádio segue sendo um dos ativos mais fortes do mercado publicitário brasileiro. Enquanto alguns se distraem com modismos passageiros, os profissionais que analisam os dados com seriedade continuam fazendo do rádio uma escolha inteligente, econômica e, acima de tudo, eficaz.