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Segunda-Feira, 11 de Agosto de 2025 @

Rádio e Coca-Cola Zero: o desafio de inovar sem perder a essência

Assim como a Coca-Cola se reinventou sem perder o sabor, vejo que o rádio precisa trocar o ‘açúcar analógico’ por ‘adoçante digital’ para seguir relevante

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Quando o açúcar virou inimigo número um da saúde, a Coca-Cola poderia simplesmente ter ignorado o alerta ou insistido apenas em pequenas adaptações. Ao invés disso, decidiu encarar a realidade de frente. Reinventou-se, criando versões sem açúcar que, após aprimoramentos constantes, hoje crescem exponencialmente no mercado. Em 2024, a Coca-Cola Zero Sugar registrou crescimento de 13% no último trimestre, destacando-se como símbolo de inovação sem perda da essência.

Agora, o rádio precisa urgentemente entender e replicar essa estratégia audaciosa. O cenário não é mais o mesmo de décadas atrás. Streaming, podcasts e plataformas digitais roubaram espaço significativo do tradicional dial, especialmente entre o público mais jovem. A Nielsen apontou claramente que, embora o rádio ainda domine com 67% do tempo de áudio com publicidade, esse número cai drasticamente quando consideramos ouvintes mais novos, que preferem conteúdos sob demanda e experiências interativas.

Como a Coca-Cola enfrentou a rejeição ao açúcar mantendo seu sabor icônico, o rádio precisa reconhecer a rejeição das novas gerações ao formato analógico estático, sem perder sua essência de companhia, proximidade e conexão emocional. É hora de substituir o açúcar das velhas práticas analógicas por novos adoçantes digitais. E isso envolve streaming personalizado, podcasts bem produzidos, interatividade via apps e redes sociais, além de uma programação assistida por inteligência artificial para atender com precisão as demandas dos novos consumidores.

Mas não basta digitalizar por digitalizar. A Coca-Cola não se tornou Zero apenas para ser diferente, mas para ser relevante e atraente ao consumidor moderno. Da mesma forma, o rádio precisa utilizar tecnologias emergentes, não apenas por modismo, mas para garantir relevância e conexão emocional, fortalecendo seu verdadeiro sabor: a curadoria humana, a voz local, e a capacidade única de gerar comunidade.

O rádio também precisa repensar sua embalagem. Assim como a Coca-Cola adotou designs mais simples e atraentes, o rádio deve padronizar sua identidade em múltiplas plataformas, oferecendo uma experiência coerente que fortaleça sua marca em qualquer meio, seja FM, streaming, smart speakers ou redes sociais.

Diversificar formatos e modelos de receita também é fundamental. A Coca-Cola apostou em diferentes tamanhos e sabores para alcançar públicos distintos. O rádio pode explorar formatos variados como vídeos curtos, eventos híbridos e podcasts, ampliando seu potencial de faturamento.

O desafio está posto. O rádio precisa comunicar claramente que mudou para melhor, sem abrir mão do sabor que o tornou indispensável. Assim como a Coca-Cola soube vender sua versão Zero como algo ainda melhor, as emissoras precisam destacar que seu produto reinventado é ainda mais atrativo e adaptado às necessidades atuais, sem abandonar seu DNA essencial.

Se a Coca-Cola conseguiu se adaptar e ainda crescer, o rádio também pode. Mas isso só será possível com ousadia, coragem de assumir riscos calculados e investimento real naquilo que mantém o ouvinte conectado: uma programação autêntica, envolvente e emocionalmente relevante.

A lição da Coca-Cola é clara. Reinventar-se não é perder identidade, mas sim reforçá-la diante das novas demandas. Chegou a hora do rádio assumir seu papel como protagonista da transformação digital. Sem perder seu sabor original, é preciso oferecer ao público uma nova fórmula, com menos açúcar analógico e mais adoçante digital.

Tags: rádio, transformação digital, inovação, streaming, podcasts, interatividade, inteligência artificial

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Colunista
Cristiano Stuani
  • Cristiano Stuani – Formado em Administração com Pós em Planejamento e Gerenciamento Estratégico, Professor Universitário e com vasta experiência em Marketing, Artístico e Digital em diversas rádios do Paraná e São Paulo, incluindo a coordenação da 98 FM de Curitiba e gestão artística da Massa FM em São Paulo, Curitiba, Maringá e Londrina. Como Head de Digital do Grupo Massa de Comunicação, liderou estratégias de digital em TVs, rádios e portais, enquanto continua sua formação em Inteligência Artificial e atuando como consultor para emissoras de rádio e coordenador do PDA - Programa de Desenvolvimento Acaert. (Cursos profissionalizantes para associados de Santa Catarina). LinkedIn









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