Li alguns comentários entusiasmados sobre a notícia de que transformaram as colunas de texto do Reinaldo Azevedo em áudio usando inteligência artificial.
Mas, como dizia minha mãe: “eu não sou todo mundo” — então vou discordar.
Eu ouço o Reinaldo. E uma das coisas mais marcantes nele é a carga emocional que ele coloca em cada fala.
Reinaldo é inquieto, irônico, e o tom da sua voz traduz exatamente o que ele sente.
Aconteceu que, diante de um problema de garganta que o impediu de falar, tiveram a ideia de transformar suas colunas escritas em áudio, clonando a voz dele com IA.
Um horror! Sem expressão, sem vida.
Não era o Reinaldo que eu conheço.
Cadê o deboche? Cadê a respiração ofegante? Cadê a mexida de cadeira que interfere na sua fala e o torna único?
Cadê a pausa estratégica que nos faz refletir junto com ele?
Não sou contra a IA — pelo contrário, uso diariamente e até já ministrei cursos sobre o tema. Mas ainda existem limites para o uso da tecnologia na comunicação.
E agradeço, sinceramente, a quem teve a ideia de transformar o texto do Reinaldo em voz: porque acabou escancarando aquilo que já desconfiávamos.
Não tem como substituir a emoção.
Outro dia vi uma entrevista em que Marco Luque falou ao Marcelo Tas que não tem medo da IA, porque a IA é lógica — e ele nem sempre é.
O que fez o rádio chegar até aqui foi justamente não ter lógica!
Imagina uma narração do Éder Luiz por IA?
Gente, não dá. Ainda não.
Rádio não é lógica.
Rádio vende credibilidade e proximidade.
Rádio é emoção.
Somos mais de 100 milhões emocionados.
Rádio é coração.
Feliz Dia do Rádio!
PS: Este texto contou com a ajuda da inteligência artificial para revisar o português e criar a imagem — porque eu estava com pressa.
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