Quinta-Feira, 19 de Janeiro de 2012 @ 00:00
A primeira entrevista do ano no Tudo Rádio aborda um assunto que movimentou o rádio na virada de 2011 para 2012: o fim da rede Oi FM e o destino das rádios que fizeram parte desse projeto. Conversamos com o diretor geral do Grupo Bel, Flávio Carneiro, gestor que confirma a manutenção da rede que hoje atua temporariamente como Rede Verão. Acompanhe a conversa:
Flávio, que motivo levou ao encerramento do projeto com a marca Oi FM?
Foi um movimento natural. Como qualquer ação de marketing ela teve data pra começar e tinha um momento natural pra migrar pra uma plataforma digital.
E qual o balanço que o Grupo Bel faz em relação aos anos de operação da rede Oi FM?
Foi uma experiência muito bacana, um marco no radio que quebrou uma série de paradigmas do meio e do mercado de radio. Construímos um conceito de liberdade de programação, de convergência multi-plataforma com internet, radio, celular inédito até então e que com certeza trouxe uma série de oportunidades e iniciativas legais pro meio radio.
Como foi a aceitação por parte dos ouvintes e do mercado onde a rede estava presente?
A radio sempre foi muito focada num ouvinte que tinha talvez o mesmo“estilo de vida”, num ouvinte jovem de espírito e consumidor de novidades, vanguardista. Vimos com a Oi FM um resgate enorme de um ouvinte que havia migrado do radio pro mp3, pro playlist próprio voltando a consumir o meio radio, trocando experiências, participando da construção desse conceito de liberdade de programação.
O Grupo Bel tem mais de 40 anos de experiência no meio radio, foi responsável pelo lançamento do FM em estéreo no Brasil e nunca havíamos participado de um projeto tão inovador do ponto de vista de construção de audiência quanto foi o projeto Oi FM. Acho que todos curtiram muito essa rede.
Qual era a participação da Oi no projeto? Ela apenas "emprestava" a marca ou contribuía na produção e/ou em outros departamentos da rádio?
A Oi tem um cuidado muito grande com a marca e trouxe pro radio uma experiência muito legal dessa marca tão forte e tão poderosa no mercado. Toda a construção das emissoras, das customizações locais do produto Oi FM de cada praça esteve sempre alinhada com as diretrizes que a oi forneceu via pesquisas e experiências que os ouvintes daquela praça queriam de uma radio livre, interativa e inovadora.
Qual será o destino da rede operada pelo Grupo Bel? O grupo dará continuidade para todas as atuais praças da rede ou teremos mudanças na cobertura (ampliação ou diminuição da rede)?
A rede é muito boa, atuando nas melhores praças do Brasil. Com certeza vem levaremos essa experiência em frente.
O mercado especula que outra marca que não é necessariamente ligada ao meio rádio (como era o caso da Oi FM) assumirá uma parceria com o Grupo Bel para que o projeto prossiga. Se sim, já é possível adiantar algo a respeito?
Criar um projeto customizado com esse foi um desafio e um prazer enorme. A idéia de usar um meio tão democrático, forte e tão dinâmico como o radio pra criar um canal de relacionamento e de experiência com marcas conceituadas é um caminho sem volta na minha opinião. O Brasil tem um território enorme, costumes locais fortes e o radio é um veiculo que precisa e consegue ter sotaques locais, participando do dia a dia das praças e dos mercados criando valor pro meio.
Existe alguma previsão para que a futura marca assuma a rede?
No timing natural do mercado
Desde já agradecemos a entrevista e também deixamos o espaço aberto para sempre que o Grupo Bel julgue necessário utilizar o Tudo Rádio.
Acho que vocês tem um papel muito importante no meio radio. Agradeço ao convite de falar sobre o trabalho que o Grupo Bel faz. Estou a disposição.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.