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Quão importante é para uma estação de rádio FM ter o serviço de RDS ativo, que exibe o nome da estação e outras informações sobre a rádio?

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Sexta-Feira, 12 de Fevereiro de 2016 @ 00:00

Márcio Villela

Villela destaca as ações desenvolvidas pela AERP a favor do rádio e fala sobre expectativas que cercam o meio
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O Tudo Rádio inicia fevereiro com uma entrevista com Márcio Villela, radiodifusor que esteve a frente da AERP (Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná). Vilela faz uma avaliação geral do momento do rádio no Paraná e no Brasil, além de um balanço das atividades executadas pela AERP, também em conjunto com outras importantes entidades do setor.

Conversamos sobre o rádio, o mundo on-line, pesquisas, expectativas, entre outros temas. Acompanhe!


Márcio, primeiro gostaria de agradecer a atenção com o Tudo Rádio e com os nossos visitantes. Vamos lá. Como você encontrou o rádio paranaense e a AERP no momento em que você iniciou a sua gestão? E quais foram os primeiros desafios?

O rádio paranaense – assim como também no Brasil – passa por um forte momento de transição movido pela competitividade e as mídias on-line.

Busquei, nestes quatro anos como presidente, implementar projetos que pudessem agregar valor nas atividades diárias de nossos associados. Foram mais de 200 visitas às emissoras de rádio por todo o Paraná que nos permitiram identificar com clareza e objetividade as demandas e necessidades do setor, além de subsidiar a elaboração de nosso Plano de Gestão.

Todas as ações e iniciativas foram pautadas pelo Plano de Gestão e com o apoio e engajamento de nossa diretoria foi possível executá-lo praticamente em sua totalidade.

De maneira ordenada e planejada conseguimos ampliar o relacionamento com cada emissora e implantar uma série de projetos e iniciativas, tais como:

- Campanha Viva o Rádio
- Rede Aerp de Notícias
- Censo Econômico
- Relatório Social
- Assessoria Técnica
- Assessoria Jurídica
- Ensino a distancia
- Concorrência Colaborativa - Top 10


A necessidade de criar e realizar cursos de EaD já eram percebidas desde o início? Como eles auxiliaram o setor e os profissionais do meio?

Somente com práticas inovadoras e um programa de qualificação profissional permanente – atento as demandas do presente e futuro – o rádio se manterá competitivo. Foram realizados 27 seminários à distância e certificados mais de 10.000 profissionais neste período, abordando temas relevantes e compartilhando experiências e cases de emissoras.

Isso permitiu ampliar o conhecimento dos talentos que fazem nosso rádio e abriu espaço para discutir e questionar os modelos atuais de gestão em sua totalidade.

Pela diversidade de temas abordados conseguimos atender a todas as áreas e departamentos de uma emissora, do planejamento estratégico até a locução nos estúdios e a relação com o mercado e o ouvinte.

Dada à relevância que o ensino tem, como último ato como presidente à frente da Aerp assinei um termo de cooperação com a UNINTER para que no segundo semestre inicie a primeira pós-graduação do Brasil em Gestão da Radiodifusão.

Existe um alinhamento entre as entidades estaduais e nacionais voltadas à radiodifusão? Como isso está funcionando hoje? E quais os benefícios diretos para o rádio?

Esta é uma questão que exige uma atenção especial e que deve ser fortemente trabalhada. É necessário estabelecer, com clareza, quais são as políticas públicas prioritárias e de que forma as entidades podem melhor participar na discussão e no alinhamento dos interesses do nosso setor.

Também temos que melhorar e fortalecer o relacionamento entre as associações, abrindo espaço para o compartilhamento de projetos e calendário de eventos.

A Aerp conseguiu estabelecer uma relação de muita sinergia com a ABERT neste período, podendo destacar a parceria estabelecida no EAD (ensino a distância) para atender nacionalmente as demandas dos profissionais das emissoras associadas e o Projeto Mobilize-se de inclusão digital mobile.

A reunião das emissoras “top 10” tem chamado a atenção de vários mercados brasileiros. Como ela funciona? E como está o relacionamento entre as principais concorrentes no rádio? As emissoras estão mais unidas e alinhadas em interesses comuns?

O fortalecimento de um setor se dá através da união de quem faz parte dele. É o primeiro princípio a ser consolidado. Em 2014 iniciamos uma série de reuniões contando com a presença massiva das principais emissoras da região metropolitana de Curitiba, com o objetivo de estreitar o relacionamento e o diálogo.

Em cada reunião busca-se discutir os principais assuntos que permeiam nosso meio e, principalmente, as práticas comerciais e o posicionamento do rádio junto ao mercado anunciante e as agências de publicidade.

Hoje há uma relação direta entre as emissoras nos níveis diretivos e gerenciais e um código de ética comercial e de valorização do nosso meio. Discute-se abertamente qualquer tema e praticamente não há conflitos que não sejam resolvidos consensualmente.

Com o sucesso obtido na capital, estamos gradativamente estendendo o conceito do Top 10 – concorrência colaborativa - para Maringá e Londrina. E esperamos que este modelo possa ser replicado em cada cidade/região para que o meio busque sua autorregulamentação e promova ações conjuntas para a valorização do rádio.

Uma das metas da entidade no Paraná é a presença do rádio em celulares? Como viabilizar isso? E como o projeto Mobilize-se tem ajudado no processo?

A tendência é que naturalmente haja a convergência dos modelos atuais de mídia para as plataformas digitais.

Frente a esta realidade o rádio não pode esperar, tem que antecipar-se!

O projeto Mobilize-se lançado pela Abert e apoiado por todas as associações estaduais tem uma importância estratégica imensurável para a radiodifusão – não visa somente subsidiar e dar condições das emissoras aderirem gratuitamente a uma solução mobile – vai muito além: é dar condições para que as emissoras possam estar presentes nos smartphones e tablets e se relacionarem através da internet, criando uma nova cultura e ampliando a presença do rádio nos meios digitais.

Temos que estar no mínimo em condições de igualdade para fazer frente aos novos serviços de streaming – como o Spotify e Deezer – e usar de forma criativa a tecnologia para estreitar ainda mais a relação com o ouvinte e o mercado.

A nova gestão da AERP iniciada em 2016 é uma continuidade da sua? E como será a sua atuação nesta nova etapa?

Tenho certeza que o presidente Alexandre Barros seguirá implementando ações que visem o fortalecimento da radiodifusão paranaense, com muito mais fôlego e disposição por estar iniciando uma nova gestão.

Vou estar sempre à disposição para apoiar no que for necessário. Como Diretor Institucional vamos buscar maior integração com a Abert e demais associações estaduais, bem como, fortalecer a presença da Aerp nos demais segmentos da sociedade civil organizada.

E quais foram as principais conquistas obtidas pela AERP e seus associados? Vê um rádio melhor do que nos anos anteriores?

Acredito que a maior conquista tenha sido o estreitamento na relação com seus associados e a implantação da prestação de novos serviços e canais de atendimento.

Com isso houve uma interação expressiva entre a entidade e a emissora associada, que nos permitiu direcionar esforços no sentido de atender expectativas e, principalmente, discutir e preparar o setor para os grandes desafios que temos pela frente.

Foram mais de 15 mil quilômetros percorridos entre visitas, congressos, encontros regionais e reuniões por todo o Paraná, onde tivemos a oportunidade de ouvir críticas e sugestões e também debater abertamente sobre tendências e expectativas futuras da radiodifusão.

E a crise que afeta o Brasil? Está afetando o rádio? Ou vê oportunidades de crescimento apesar do cenário econômico adverso?

Comenta-se que esta crise – econômica e política - deva alongar-se até 2018. Diante deste cenário o rádio deverá exercer um papel muito importante por ser um veículo formador de opinião e de geração de conteúdo noticioso e de entretenimento.

Planejamento estratégico e inovação deverão estar sempre na pauta das discussões diárias para que soluções e campanhas criativas possam ser apresentadas aos anunciantes em consonância com a audiência dos ouvintes.

É hora de ocupar espaço e demonstrar a sociedade e ao mercado a relevante importância que o rádio tem – não somente como veículo de maior abrangência e capilaridade social e geográfica – como também na construção de um Brasil melhor.

É impossível não citar o tema “A Voz do Brasil”. Vê no horizonte alguma mudança neste quadro, como flexibilização no horário de transmissão?

A flexibilização do horário de transmissão da Voz do Brasil depende exclusivamente da vontade política de deputados e senadores federais. O rádio é o único meio de comunicação que disponibiliza – gratuitamente – espaço de veiculação num horário nobre deixando de informar e entreter seus ouvintes, além de expressiva perda econômica.

Portanto, cabe a Abert, Aerp e cada associação estadual sensibilizar a classe política e contar com apoio de suas associadas para que possamos, com o máximo de brevidade, dar fim a esta imposição da época da ditatura em contraposição a sociedade democrática dos tempos atuais.

A migração AM-FM deve fortalecer o meio rádio? Se sim, como? Imagina que o universo de ouvintes será ampliado com essa nova oferta de FMs no dial?

Este foi um dos principais temas abordados em 2015 e com certeza continuará na pauta deste ano.

Passaremos por um profundo período de transição e de adequação – em todos os sentidos – até que ocorra 100% da migração das emissoras AM para o dial do FM.

As emissoras que migrarem irão rapidamente resgatar sua competitividade e as atuais FM deverão consolidar seu modelo de programação ou ainda reinventar-se.

A tendência nos grandes centros será de segmentação da programação – buscando atender nichos específicos – enquanto que nas cidades de médio e pequeno porte a competição deva ficar mais acirrada.

Fará a diferença aquela emissora que souber atender com inteligência e sensibilidade seu público alvo. Isso elevará naturalmente o nível de qualidade dos serviços e da programação do setor, ampliando a audiência do radio em todas as camadas e ainda atender plenamente as demandas de um mercado cada vez mais exigente de resultados.

Ao longo de 2015 tivemos divulgações de várias pesquisas sobre o perfil de consumo do rádio no Brasil e também fora do país, além de medições que comprovam o crescimento de ouvintes no rádio. O mercado publicitário está percebendo e acompanhando essa onda de informações? Falta pesquisa para o rádio? 

Dispomos de muita informação e literatura sobre estes temas, mas ainda nos falta criticidade para analisar e avaliar qual conteúdo é relevante e estratégico para nosso negócio.

Em todas as reuniões Top 10 e nos Encontros Regionais sempre buscamos apresentar dados e informações sobre comportamento e tendências de mercado e de consumo.

Compreendendo também que é nossa a responsabilidade em promover o potencial do rádio junto ao mercado publicitário e apresentar seus diferenciais, em novembro passado a Aerp e o Sert/PR contrataram junto ao instituto Kantar Ibope uma pesquisa para analisar o perfil de consumo do rádio na região metropolitana de Curitiba – iniciativa inédita até então.

A intenção agora é realizar um evento com as agências e grandes anunciantes para apresentar estes números e os comparativos de consumo do rádio com outras mídias off-line e on-line.

E vocês fizeram e disponibilizaram o projeto “Censo Econômico”. Como ele funciona e quais os benefícios para o rádio?

Do ponto de vista estratégico este é um dos projetos mais importantes da Aerp, dado sua capacidade em demonstrar mensalmente o desempenho econômico do setor, bem como mensurar comparativos por região, mês/ano e AM/FM.

A emissora associada – através de um Portal Web – informa mensalmente seus dados de faturamento, quadro de recursos humanos e investimentos realizados. O acesso é exclusivo e todos os registros são sigilosos.

Com o fim do Projeto Inter-Meios – do qual também participávamos – o Paraná é o único estado que dispõe deste nível de informações e consegue dimensionar a participação do rádio no bolo publicitário.

Para finalizar, como você prevê o futuro do rádio e da AERP a curto e médio prazo?

A Aerp continuará sendo uma referencia nacional e uma instituição que estará sempre atenta na defesa dos interesses e da valorização da radiodifusão.

São muitos os desafios que nossas emissoras terão pela frente, entre eles destaco novamente a convergência para as plataformas digitais.

O rádio tem que ser muito mais que somente áudio. Tem que estar também presente no dia a dia das pessoas em ações promocionais, institucionais e de responsabilidade social. Dispor de um portal web com streaming de áudio e vídeo, além da geração de conteúdo noticioso e de entretenimento.

Temos que trabalhar pela autorregulamentação e fortalecer o associativismo.

Não tenho dúvida que a união de esforços faz a diferença e que juntos somos e seremos cada vez mais fortes!

Márcio, muito obrigado pela atenção e dedicação ao rádio. 

Tags: Marcio Villela, AERP, Abert, rádio, expectativa, mercado, audiência

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Daniel Starck

Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.










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