Patrick está na casa há pelo menos 22 anos e lembra que a jornalismo da Jovem Pan chega a superar a audiência da televisão no período da manhã. O jornalista também fala da migração AM-FM.
O jornalista também é um dos âncoras do tradicional Jornal da Manhã e também do Três em Um.
Para começar, aquela pergunta básica. De onde e como começou no rádio?
Eu nasci em São Paulo, mas passei boa parte da minha infância e adolescência em Tupã. Comecei no rádio exatamente na Jovem Pan. Quando morava no interior eu trabalhava em um jornal e fazia algumas participações em programas esportivos de rádio, mas sempre como convidado.
Como e quando foi que você começou na Jovem Pan?
Bom eu entrei na Jovem Pan, em 1995. Naquele ano eu retornei a São Paulo para fazer jornalismo e nessa época um grande amigo lá de Tupã, o Pedro Bassan, hoje na Globo, me chamou pra fazer um estágio na Pan. Foi ai que tudo começou
Atualmente você é gerente de jornalismo da emissora. Como foi chegar a essa função?
Foi um longo caminho, rs. Lá se vão 22 anos, uma vida. Bom, eu comecei, como ressaltei na pergunta anterior, como estagiário. Pouco tempo depois passei para a reportagem, onde fiquei por muitos anos, passando por várias editorias, com destaque para a de política. Fiz as coberturas presidenciais de 2002 e 2006 e grandes eventos pelo País. Fruto desse trabalho, recebi o convite para a gerência de jornalismo no final de 2014. O Tutinha estava assumindo a presidência da rádio com o afastamento do seu Tuta e me chamou para o cargo. Na época eu fazia o programa os Pingos nos Is com o Reinaldo e a Mona Dorf.
Como é para você gerenciar um dos principais setores de uma das principais rádios do país?
É um cargo de muita responsabilidade e exige uma jornada longa, rs. A Jovem Pan é líder de audiência, tem em sua grade de programação conteúdo de extrema qualidade e profissionais renomados: Villa, Reinaldo, Vera, Joseval, Denise, Andreazza, só para citar alguns. Isso traz uma exigência a mais, uma dedicação full time. Estou gostando. É um desafio.
Além da gerência, você também tem participação efetiva em vários programas da rádio, né?
Pois é, tenho sim. Além da chefia eu ancoro o programa 3 em 1, que vai ao ar todos os dias, das 17h às 18h. Até o ano passado eu também estava no microfone nos Pingos nos Is. Eu gosto muito dessa função também. Acho importante e necessário eu estar no “ar”. É uma forma de estar mais ligado aos assuntos do dia-dia. A função de chefia tem muitas atribuições burocráticas. No final, as duas coisas se complementam.
A Jovem Pan vem explorando outros meios de comunicação com o ouvinte, principalmente a internet. Como você avalia essa convergência entre o rádio e a internet?
O Rádio não para de evoluir, tanto na busca por novas plataformas bem como por um melhor conteúdo (aqui em especial me refiro ao radiojornalismo). Agora é inegável que a internet ajuda a impulsionar o rádio. Hoje a Jovem Pan oferece todo o conteúdo que é veiculado na rádio também no site e nos aplicativos. Além da transmissão em tempo real nos programas, é possível ouvir podcasts a qualquer hora, em qualquer plataforma. A JP explora as possibilidades da web também com a transmissão dos programas em vídeo, numa experiência para o ouvinte/internauta que vai além da tradicional câmera no estúdio. Outro detalhe é que a internet fortaleceu uma das marcas do rádio, que é a proximidade com o ouvinte. As redes sociais e as ferramentas de comunicação instantânea possibilitam uma interação muito mais forte entre os ouvintes e os apresentadores, e com toda a programação da rádio.
Como você avalia o futuro do Rádio no Brasil? Qual a sua expectativa?
Com muito otimismo. Os desafios estão exatamente na busca por uma melhor integração com as novas mídias, como me referi acima. É um caminho sem volta. Claro que o “dial” vai ser sempre importante, mas os números mostram que cada vez mais a nossa programação é acessada pelos aplicativos e agora com o streaming, ainda mais. Outra coisa importante é que aqui na JP somos referência, é a opinião. Hoje a notícia está em todo lugar. O que as pessoas querem é a opinião, claro, uma opinião embasada.
O que você acha do processo de migração AM-FM?
Extremamente positivo. Significa um crescimento, modernidade e competitividade. A mudança de frequência permite às emissoras chegar com mais qualidade e a sintonia em aparelhos móveis, como celulares e tablets. Em muitos casos a migração também ajuda a manter o trabalho de emissoras com mais de meio século de atividade em cidades importantes.
Como você avalia o cenário musical e o jornalístico das rádios atualmente?
Posso falar pelas emissoras de rádiojornalismo. Estamos vivendo um momento de grande crescimento, ainda que o mercado publicitário não veja assim, RS. Nossa audiência, pelas manhas, já é maior que a TV. Quase 90% das pessoas ouvem rádios todos os dias. Por ai, da para ter uma ideia do momento.
Agradecemos a sua disposição para a entrevista.