Betinho comenta sobre a migração AM-FM, expansão de redes e também da presença do rádio nos celulares
O tudoradio.com trás mais uma entrevista de peso com um importante nome do rádio brasileiro. Para iniciar o ciclo de entrevistas deste segundo semestre de 2017, o portal conversou com Roberto Rampasio, mais conhecido como Betinho. O profissional é responsável pelas redes do Grupo Bandeirantes de Comunicação, além de ser conhecido pela cobertura do carnaval através da TV Band e do famoso programa “Axé Band” (este que marcou época no rádio de São Paulo e na rede Band FM).
Betinho fala sobre o atual momento do rádio, das redes do Grupo Bandeirantes, migração AM-FM e um pouco mais sobre a sua carreira no rádio.
Boa leitura a todos!
Betinho, para começarmos o papo me conte um pouco sobre sua trajetória profissional no rádio. Por onde você passou até chegar no Grupo Bandeirantes e desde quando você está na gestão das redes do grupo?
Eu sou do interior de São Paulo, de uma cidade chamada Duartina. Comecei no Grupo Bandeirantes muito cedo, como office-boy. Estou há 30 anos no grupo. Minha carreira toda praticamente aconteceu no grupo. Fui me dedicando, fui estudando, conversando com as pessoas e fui progredindo. Passei pela coordenação de redes, pela coordenação artística e direção artística da Band FM e, numa última reestruturação do grupo houve a criação da vice-presidência de rádio, já que as rádios eram submetidas a um vice-presidente que não era só de rádio. Isso foi quando o nosso vice-presidente, Mário Baccei, assumiu, e foi criada a vice-presidência só de rádios, quando o Grupo Bandeirantes cresceu e adquiriu a 96.9 FM para a criação da rede BandNews FM e a fusão com o Grupo Camargo, que resultou na aquisição da Nativa FM 95.3. Com a criação dessa vice-presidência, e eu já tinha a experiência dentro grupo e de ter montado a rede da Band FM, recebi a proposta para deixar a direção artística da Band FM e cuidar do departamento das redes do grupo.
Há uma orientação de qual projeto de rede é mais adequado ao interessado? Existem regiões do país que aceitam mais uma bandeira do que a outra ou isso depende muito do trabalho do afiliado?
Temos uma estratégia com as nossas redes musicais, a Band FM e a Nativa FM, que temos a intenção de cobrir as principais regiões do país. Pelo fato de as redes serem de São Paulo, é claro que a programação é mais adequada à região Sudeste, Sul, Centro-Oeste. Quando se vai mais para o Nordeste, existe mais o regionalismo. Por mais que o sertanejo esteja dominando o país, ainda existe uma cultura forte dos artistas locais. Com isso, nós temos um pouco mais de dificuldade de entrar e competir de igual para igual pelo formato. Então, nós vemos as nossas rádios musicais mais adequadas para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde as rádios acabam se dando melhor com relação a audiência. Quando falamos da BandNews FM, aí nós restringimos mais às capitais. Não é uma rede grande, mas uma rede forte. Onde entramos, é questão de tempo para a rádio atingir o seu limite de audiência, liderança de mercado, como é o caso de Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza briga pela liderança, João Pessoa já é líder. Estamos aguardando uma expansão para o Norte com Manaus, além de outras capitais do Nordeste. Quando falamos da Rádio Bandeirantes, não determinamos o uso da marca. Pelo contrário. Eu vendo produtos. Aí, ela cabe em todas essas regiões pelo jornalismo. No esporte, como estamos em São Paulo, sempre vai prevalecer os jogos dos times de São Paulo. Porém, é a rede que mais temos afiliados em todo o Brasil e todos felizes pelos produtos que são oferecidos pela Bandeirantes.
Com a migração AM-FM transformando as AMs em emissoras FMs, a rede da Rádio Bandeirantes passará por alguma mudança ou há possibilidade dela expandir nesse atual formato entre as “novas FMs”?
Acreditamos que o nosso produto já esteja adaptado para a migração. Nós não temos uma afiliação por período. Nós temos produtos. Estamos no FM de São Paulo há mais de quinze anos. Então, toda a adaptação para o FM já foi feita. Vamos passar por um processo de modernização aliada à tecnologia, vamos implanta disparo automático, relógio de break coerente. Teremos algumas mexidas no segundo semestre. Devemos lançar novos produtos em 2018, mas isso ainda está em estudo e veremos como oferecer ao afiliado e ao não afiliado. A intenção é fincar a bandeira no maior número de rádios no país.
Sobre o rádio, o meio conta com cerca de 89% de alcance entre a população nos principais centros brasileiros (Ibope). Dá para dizer que o Rádio continua forte mesmo com o aumento da “concorrência” com outras plataformas?
O Grupo Bandeirantes sempre acreditou no Rádio. Não temos dúvidas que o Rádio é o principal meio de comunicação do país. Acho que o Rádio tem que se modernizar, se readequar. Quando surgiu a televisão, disseram que o Rádio iria acabar. Quando surgiu a internet, também disseram que iria acabar. E o Rádio está aí, firme e forte. Cabe a nós readequar o Rádio com as diversas plataformas de consumo.
Celulares (FM e internet) e computadores tem auxiliado na expansão da audiência de rádio?
Hoje o Rádio não é só ouvido pelo rádio. Ele é ouvido em diversas plataformas e nós estamos atentos a isso. Ele deve ser consumido em cada plataforma da maneira e no formato que for, mas explorando todas as possibilidades que essas plataformas exigem, seja o celular ou o computador. Esse é o nosso desafio, nosso segredo a ser desvendado.
E a ativação do chip FM no celular. Como você vê?
O Rádio precisa ser ouvido no máximo de plataformas possível. Hoje a pessoa quer ouvir o Rádio pelo celular, então, tem que ter o Rádio no celular. Tem que ter o chip FM ativado, aplicativos e tudo o que faça a pessoa ouvir o Rádio. Temos que brigar por isso.
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