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Quinta-Feira, 27 de Setembro de 2018 @ 00:00

Cristiano Flores / ABERT

Cristiano fala sobre o atual momento do rádio brasileiro (assuntos regulatórios, tecnologia, migração AM-FM, entre outros temas), da ABERT, fake news e também sobre o congresso realizado em
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Na reta final de setembro, o tudoradio.com conversou com Cristiano Flores, advogado que assumiu recentemente a diretoria geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (ABERT).

O profissional conta sobre o atual momento do rádio brasileiro (assuntos regulatórios, tecnologia, migração AM-FM, entre outros temas), da ABERT, fake news e também sobre o congresso realizado recentemente em Brasília.

Acompanhe a entrevista:


Você conta com vasta experiência na radiodifusão. Fale um pouco sobre sua trajetória no meio.

Em 2010, iniciei as atividades de radiodifusão na RBS, à época, afiliada da Globo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Era responsável pela área de regulação e, na esfera jurídica, dos projetos de expansão, o que me permitiu participar de movimentos de aquisição e desenvolvimento de negócios significativos para o setor. Pelo seu dinamismo, a RBS foi - e continua sendo - uma verdadeira escola para quem atua na indústria criativa.    

Como você passou a integrar o quadro diretivo da ABERT?

Recebi o convite para assumir a área jurídica da ABERT em 2013, pelo então presidente Daniel Slaviero e pelo diretor geral Luis Roberto Antonik. Apesar de se tratar de uma associação, a ideia era a de estabelecer uma gestão focada em resultados, à semelhança da atividade empresarial.  

Como novo diretor geral da ABERT, quais são seus planos para a associação e, consequentemente, para a radiodifusão nacional, mais especificamente para o Rádio?

A ABERT tem hoje uma gestão profissional, organizada, focada na geração de resultados para os seus associados. Temos uma visão orgânica que investe em profissionais qualificados. Estes, por sua vez, estudam, mapeiam o mercado e suas tendências e, com isto, conseguimos oferecer serviços que realmente agreguem valor aos radiodifusores. Temos hoje uma preocupação e foco na área de convergência tecnológica, razão pela qual desenvolvemos os  projetos MobiAbert e streaming. Ambos buscam inserir as rádios no ambiente web. Seguimos, por outro lado, com o nosso DNA de buscar o aprimoramento da regulação do setor, aqui entendido, no contexto atual de concorrência em múltiplas plataformas e meios, como a necessidade de diminuir as assimetrias regulatórias. Conseguimos muitos avanços, como a flexibilização do programa a Voz do Brasil, a revisão da regulamentação de radialista, o fim da propaganda partidária e a desburocratização das regras de concessão de outorgas. Porém, ainda somos muito prejudicados pela alta regulação que engessa as nossas atividades. Temos uma agenda regulatória, aprovada por nosso conselho, muito voltada à convergência tecnológica e à quebra destas assimetrias. 

Como você avalia o processo de migração AM-FM no Brasil?

O processo de migração do rádio AM para FM no Brasil tem sido um sucesso. Aproximadamente, 1.720 emissoras pediram a mudança de faixa. Destas, 1.150 já têm o canal disponível, sem necessidade da faixa estendida. Em torno de 650 já estão funcionando na nova faixa.

A ABERT encomendou uma pesquisa para avaliar a satisfação das rádios no processo de migração e o resultado mostrou que 95% das emissoras consideram positiva a mudança. 57% relataram que houve aumento da receita após o funcionamento na nova faixa. O aumento médio do faturamento foi de 51%. Os números comprovam que a migração para o FM tem sido uma grande vitória para as rádios brasileiras.

Ainda existe algum planejamento sobre a digitalização do Rádio no Brasil? 

Não. Não há novidades sobre a digitalização do rádio Brasil, até porque ainda temos mais de 1.000 rádios que aguardam a migração do sinal do AM para o FM. Há muito a ser feito. 

A ABERT vem encampando a campanha contra as fake news. Como você vê esse trabalho a partir de agora?

Com a velocidade cada vez maior com que os conteúdos são gerados e replicados na internet, o combate às chamadas fake news se tornou um ponto de extrema atenção para a ABERT.

Em junho, a Associação assinou um termo de parceria com o Tribunal Superior Eleitoral para formalizar o compromisso de prevenir e combater as notícias falsas durante o período eleitoral, além de apoiar o TSE em projetos de fomento à educação digital e em iniciativas de promoção do jornalismo de credibilidade.

Nosso trabalho quer conscientizar o cidadão de que o jornalismo profissional, com a sua responsabilidade editorial e, principalmente, com o pluralismo de ideias, opiniões e o contraditório, é o caminho para uma sociedade estar bem informada. Nossos veículos, além de informar, assumem hoje o importante papel de certificar a informação.   

Um dos temas que vemos que é sempre tratado pela ABERT é sobre a violência contra profissionais da comunicação. Quais os planos com relação a esse assunto?

A ABERT divulga anualmente o Relatório sobre Violações à Liberdade de Expressão, que é referência no assunto, com um levantamento sobre os casos de agressão aos profissionais da imprensa e veículos de comunicação que aconteceram no período. Além disso, emitimos notas de repúdio para os casos mais graves e, ainda, participamos ativamente de eventos e encontros que discutem o assunto.

Para se ter uma dimensão do problema, até setembro de 2018, já contabilizamos quatro assassinatos e 87 casos de violência não letal contra profissionais da comunicação. É um número extremamente preocupante e que coloca o país em um dos piores lugares no ranking de violações à liberdade de imprensa. 

A violência contra o profissional da comunicação nada mais é do que uma tentativa de privar a imprensa da missão de informar e o cidadão, do direito constitucional de ser informado. 

Recentemente a ABERT realizou o 28º Congresso de Radiodifusão. Como você avalia o evento? E sentiu uma motivação maior por parte dos radiodifusores após participarem do congresso?

O Congresso da ABERT foi um sucesso. A alta qualidade da 28º edição mostrou porque esse é considerado o maior encontro de rádio e TV do Brasil. Mais de mil radiodifusores e profissionais do setor passaram pelo evento. Acredito que conseguimos colocar em pauta temas de grande interesse do setor, tanto para o segmento de rádio, como de TV.

O congresso é uma ferramenta de diálogo importante porque, além da inequivoca interação, permite uma reflexão do setor sobre os caminhos e as tendências de mercado. Pelas perspectivas apresentadas pelos painelistas das mais diversas áreas, há motivos para sairmos motivados e fortalecidos. As palestras estão à disposição do grande público em nossa página no Facebook e YouTube. Vale conferir.  

Para finalizarmos, quais são os desafios mais próximos para o meio Rádio no Brasil?

O rádio tem uma vantagem competitiva que é a velocidade da informação, além da interação e sentimento de proximidade que gera com o seu ouvinte. Algo sem precedentes em relação às demais mídias. O rádio segue sendo o companheiro de grande parcela da população, porém não há dúvidas que passa por profundas e significativas mudanças. 

Em termos de conteúdo, em vista da tendência de hiperespecialização da programação, as rádios têm o desafio de encontrar o seu segmento, seu nicho de negócio. É uma necessidade que a rádio tenha uma marca, com conteúdo segmentado e de qualidade, voltado a determinado público ouvinte. 

Em termos tecnológicos, não se pode deixar de lado a inovação, a convergência. A emissora não precisa apenas estar no ambiente digital, ela precisa usar todas as possibilidades que esse universo proporciona, como aproximação com o ouvinte e novos formatos de conteúdo e publicitários, que possibilitem gerar novas formas de receita.

No aspecto técnico da transmissão, temos o desafio de finalizar a migração das rádios AM para o FM. São mil radiodifusores que aguardam a autorização do MCTIC e, grande parcela daquelas emissoras localizadas nos grandes centros urbanos, necessita da faixa estendida, cuja política cabe à Anatel. 

Por fim, quanto à recepção, seguimos buscando conscientizar a indústria, na produção, e a sociedade, no consumo, de aparelhos celulares que embarquem o chip FM. Hoje, o consumo de rádio nestes dispositivos é relevante e segue em crescimento exponencial, o que torna indispensável que a indústria permita o acesso da população à informação livre, aberta e gratuita. 

Temos estudos de mercado que comprovam que telefones móveis, especialmente de alto valor, não embarcam o chip FM, fazendo com que o usuário seja obrigado a consumir um pacote de dados para ouvir a sua rádio de preferência. Países como Estados Unidos e México têm buscado, por meio de suas legislações, corrigir esta distorção. No Brasil, a Abert trabalha no mesmo sentido. 

Tags: rádio, tecnologia, congresso, ABERT, migração AM-FM, fake news

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Carlos Massaro

Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.










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