Terça-Feira, 26 de Fevereiro de 2019 @ 00:00
Vitor, muito obrigado por conceder essa entrevista ao tudoradio.com. Vamos pelo início. Conte um pouco sobre a sua passagem profissional. Atuou por diferentes grupos de comunicação em São Paulo, correto?
Oi Daniel, o prazer é meu de poder participar.
Sobre a sua pergunta sobre a minha carreira Sim, é verdade. Tenho uma trajetória profissional bem diversificada, passando por algumas empresas e grupos de Comunicação ao longo destes 20 anos de carreira.
Como sou formado em propaganda e pós-graduado em marketing, iniciei minha vida profissional como estagiário na antiga Rádio Eldorado, passando pelas principais emissoras como Rádio Sucesso, Rádio Transamérica, Rádio Mix FM entre outras. Depois do Rádio fui para a TV aberta no Grupo Bandeirantes, onde fiquei por 5 anos e depois disso Grupo Abril (Canais Abril de Televisão e MTV).
Sempre na área comercial?
Excluindo a Rádio Eldorado onde trabalhava exclusivamente com Marketing, todas as outras experiências sempre foram voltadas a área comercial.
E como você chegou à Transcontinental? Esteve à frente da gerência comercial desde quando?
Conheci um dos proprietários da emissora através de uma amiga em comum. Marcamos um almoço pra falar sobre vários assuntos e acabamos por vez entrando no assunto Transcontinental.
Como sou ouvinte da Rádio faz muitos anos, acabei dando minha opinião sincera, sem qualquer vínculo profissional, sobre o que achava legal, o que não gostava e onde, na minha opinião, havia espaço para melhorias e assim foi. Depois deste dia foram mais 6 meses de almoços e conversas, convergindo para um lado bem legal e desafiador.
Até que em junho de 2017 o convite foi feito e eu aceitei.
Em 2019 você assumiu a direção comercial da emissora, correto? Como foi essa mudança e como ela impacta na rádio?
É verdade, Daniel. Desde janeiro de 2019 assumi o cargo de Diretor Comercial da Transcontinental. Na minha opinião esta promoção seguiu o caminho natural das coisas. 2018 foi um ano de várias mudanças na Trans, tanto na parte artística quanto, e principalmente, na questão comercial. O impacto que ela gera, e isso o mercado responde diariamente pra mim e para os executivos da rádio, é que hoje a Trans está mais próxima do mercado publicitário, dos parceiros e clientes e todos a enxergam exatamente como ela é. Uma das maiores audiências do Brasil.
Essa é minha forma de trabalho que deu certo a vida inteira. Tter presença e cobertura maciça em nossos parceiros de negócio. Faço isso e cobro da minha equipe que também faça e os resultados aparecem.
Você tem se envolvido com as áreas promocional e artística? O comercial deve andar próximo dessas outras áreas da rádio?
Olha Daniel, vou ser muito sincero com você. Aqui na Trans nós (comercial e artístico) não andamos juntos, nós somos uma coisa só.
Tenho o privilégio de falar diariamente e a qualquer hora com a direção artística que fica em Mogi. Exponho meus pontos de vista, dividimos experiências e sempre chegamos num consenso juntos.
Realmente não lembro de ter vivido algo parecido em outras emissoras. Na verdade, sempre acabava tendo aquela rixa comercial X artístico, quem mandava mais. Aqui na Trans este problema não existe.
E na sua gestão comercial, a Transcontinental passou a investir numa série de projetos especiais, correto? Quais foram? E é um caminho natural para uma rádio?
Sim, minha escola sempre foi de criar e produzir projetos diferenciados. Creio que esta estratégia, além de elevar o conhecimento e a relevância da emissora, traz o nosso ouvinte mais perto e ele passa a ser parte da engrenagem. Criamos coisas legais, eles curtem, se aproximam e o resultado acaba vindo na parte comercial e nos números de audiência.
Este ano é uma meta pessoal me dedicar um pouco mais à novos projetos e manter aqueles consagrados como o Acústico da Trans e o Batukada Boa.
Na sua visão, como deve ser o trabalho entre os ambientes offline (FM) e digital (on-line)? Como tem sido essa atuação da Transcontinental e o que a internet representa para a rádio?
Daniel, faço uma associação meio esquisita, mas verdadeira. A frequência 104.7 FM é a cabeça de um corpo. Onde tudo é pensado, calculado, elaborado e levado para conhecimento da grande massa que é a nossa audiência off-line.
O braço direito e esquerdo são as mídias digitais. Aqueles que te abraçam, que te acariciam e que te promovem sensações que o off-line não proporciona. (ex.: aquela visita na casa de um artista, uma entrevista de 20 minutos, uma promoção exclusiva, etc.)
Os demais membros do corpo são os outros departamentos da rádio que proporcionam que tudo aconteça com organização e agilidade.
A Transcontinental está posicionada entre as maiores audiências da América Latina. Há espaço para avançar mais? Quais as possibilidades enxergadas pela emissora?
Sim, a Transcontinental é uma das maiores audiências do país e da América Latina. A rádio está entre as primeiras do ranking de audiência há mais de 20 anos, sem nunca mudar o seu estilo musical. Todo esse sucesso se deve ao competente trabalho do visionário Sr. Cid Jardim.
Quanto a sua pergunta, sim, vejo muito espaço Daniel, mesmo com a concorrência acirrada que temos.
Por questões estratégicas não posso dizer aqui quais são os caminhos que penso, porém adianto que existe uma lacuna que nós vamos ocupar, com tempo, trabalho e profissionalismo.
Temos que desenvolver muito a parte digital da rádio, que ainda não está do jeito que eu gostaria e só aí já surge um futuro bem promissor. Também sonho em levar a Trans para o Brasil, para as principais capitais, para que todos conheçam a nossa força. Enfim, projetos existem e pode ficar tranquilo meu amigo que você será o primeiro a saber de todos quando forem implantados.
Vitor, para finalizar, como você imagina o rádio daqui pra frente? E como a Transcontinental estará inserida nesse contexto futuro?
O rádio, ao contrário do que muitos previam, não acabou, não diminuiu e não perdeu espaço. A internet não roubou a audiência do rádio, e sim ajudou e facilitou o seu consumo (seja celular, note, etc.). Cabe as emissoras, tanto a Trans quanto as nossas co-irmãs, se reinventarem a cada dia.
Acredito muito no meio e principalmente em sua penetração e agilidade. Também acho que valeria a pena uma aproximação das emissoras, principalmente as que lideram o ranking de audiência, afim de estudar formas de aumentarmos a nossa participação no bolo.
Creio que seja isso!
Obrigado!
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.