Terça-Feira, 07 de Maio de 2019 @ 00:00
Kazinho é responsável por uma das principais bandeiras de rádio da atualidade e, recentemente, tem realizado um investimento considerável numa nova estrutura física para a FM Super na Grande Vitória (ES).
Neste bate-papo com o tudoradio.com, o gestor conta um pouco sobre a trajetória da FM Super, sua experiência profissional e o que observa sobre o meio rádio (e seu futuro).
Boa leitura!
E como a FM Super surgiu? Sempre foi um projeto de rádio voltado à música sertaneja? Inédito no Espírito Santo?
A FM Super surgiu do "sonho" de meu pai, o radialista e jornalista Edson Araújo. Aderi à ideia e busquei viabilizar o projeto. Em 1997, entramos em licitações do Governo Federal para emissoras de rádios e vencemos alguns lotes. Éramos radialistas assalariados, não tínhamos dinheiro. Vendemos casa, carro, raspamos a caderneta de poupança e fomos à luta. A FM Super foi inaugurada em 9 de outubro de 2000, na cidade de Domingos Martins - ES. O objetivo era fazer uma rádio 100% sertaneja, mas, o projeto precisava amadurecer. A FM Super era o melhor sinal na região serrana do estado e queríamos atingir vários públicos. Na época, não dava para deixar de tocar Sandy e Júnior, Kelly Key, KLB e outros artistas de outros segmentos. A galera pedia muito e não dava para não tocar. Por isso, iniciamos a programação com 85% de sertanejo. Quando chegamos a Grande Vitória, em 2008, a Super passou a ser 100% sertaneja. Um projeto inédito no Espírito Santo.
E quanto tempo o projeto levou para se tornar competitivo em Vitória?
A partir de 2008, passamos a ter um sinal melhor na Grande Vitória. Fomos conquistando espaços. Com o passar do tempo, conforme a nossa área de cobertura aumentava, a audiência crescia. Paralelo a tudo isso, o sertanejo ia se consolidando.
Além de programação, o que mais a FM Super teve de diferencial para se tornar competitiva?
Primeiramente, temos uma equipe muito boa. Gostamos de fazer rádio, temos o maior tesão por isso. Outro fato, audiência e o mercado perceberam que a FM Super sempre inovou. Investimos em tecnologia e em material humano. Somos inquietos e entusiastas. Tem muita emoção e verdade no que fazemos. Costumo dizer que, ter um bom coração é o principal pré-requisito para trabalhar com a gente. Tem que ser do bem.
A FM Super opera com dois canais na Grande Vitória (94.1 FM e 94.5 FM). É o único caso de um projeto com dois canais diferentes a chegar à liderança? Como funciona essa atuação conjunta?
Não conheço nenhum caso semelhante. Fizemos isso para ganhar musculatura no mercado, ampliar a cobertura. São emissoras distintas repetindo o mesmo sinal.
Vocês alcançaram a liderança pela primeira vez em 2017, correto? E o que isso resultou para a FM Super desde então?
Correto. Resultou em uma grande satisfação, uma tremenda alegria pela conquista do "campeonato". Mas, não dá para viver só de título. Tem que arregaçar as mangas e trabalhar. Não posso dizer que ficamos mais ricos, pois, houve uma evolução nos custos operacionais com a ascensão da rádio e investimentos para manter a competitividade da FM Super.
Nas últimas semanas você disse em suas redes sociais que a FM Super está realizando um investimento considerável numa nova sede. Pode nos contar um pouco mais sobre? Será em um shopping?
Exato. Estamos finalizando a nossa nova sede, uma Central de Geração de Programas. Moderna, arrojada e interativa. Ela vai ocupar uma bela área no Shopping Vila Velha, o maior do Espírito Santo e, depois da expansão, o terceiro do Brasil em área locável. Vamos integrar a rádio ao conjunto de entretenimento do shopping: cinemas, bares, restaurantes e espaços de convivência. Os nossos ouvintes vão ter à disposição segurança, estacionamento gratuito e diversão em um só lugar.
Kazinho, você tem participado de congressos na área de comunicação pelo Brasil e fora. Como você ter enxergado o atual momento do rádio? E quais suas perspectivas futuras?
Em todos os eventos ouço que o rádio não vai acabar. Também acredito que não, mas, precisamos estar mais capacitados, organizados e fortes para lidar com a pulverização das atenções do público. Por isso, é fundamental ter tecnologia. As melhores cabeças estão pensando em fazer algo para o rádio ou o foco é a internet? Precisamos pensar conjuntamente o meio e atuar na melhoria geral do negócio. Acredito que quanto mais emissoras estruturadas, Grandes rádios, melhor para todos. Percebo também uma campanha para desqualificar e tirar a importância do rádio. Uma espécie de torcida contra provocada por "meia dúzia de três ou quatro". Por isso, é fundamental fazer o dever de casa e atuar na marca Rádio. Afinal, rádio faz bem.
Kazinho. Muito obrigado pela atenção com os leitores do tudoradio.com.
Parabenizo a você e a equipe tudoradio.com pela oportunidade. Fico feliz em poder expressar o nosso trabalho através de um veículo tão importante no Brasil. Finalizo dizendo que somos gratos pelas conquistas e pelas bençãos de Deus. Estamos no Espírito Santo.
Daniel Starck é jornalista, empresário e proprietário do tudoradio.com. Com 20 anos no ar, trata-se do maior portal brasileiro dedicado à radiodifusão. Formado em Comunicação Social pela PUC-PR. Teve passagens por rádios como CBN, Rádio Clube e Rádio Paraná. Atua como consultor e palestrante nas áreas artística e digital de rádio, tendo participado de eventos promovidos por associações de referência para o setor, como AESP, ACAERT, AERP e AMIRT. Também possui conhecimento na área de tecnologia, com ênfase em aplicativos, mídia programática, novos devices, sites e streaming.